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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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Convém mencionar que a correlação <strong>de</strong> forças políticas nos conselhos gestores das respectivas APAS foi <strong>de</strong><br />

capital relevância para a SMA <strong>de</strong>cidir pela proibição ou pela regulamentação da pesca <strong>de</strong> arrasto com a<br />

utilização <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> parelhas <strong>de</strong> embarcações.<br />

Nas APAS marinhas dos litorais sul e norte, on<strong>de</strong> a representativida<strong>de</strong> da pesca artesanal é mais intensa, a união<br />

<strong>de</strong> forças com o movimento ambientalista permitiu recomendar a proibição <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> pesca, o que foi<br />

prontamente acatada pela SMA.<br />

Basicamente, os pescadores artesanais e movimento ambientalista se mobilizaram contra este tipo <strong>de</strong> pesca por<br />

entendê-la concorrencialmente <strong>de</strong>sleal e redutora dos estoques pesqueiros.<br />

Já, na APA Marinha <strong>Litoral</strong> Centro, on<strong>de</strong> a pesca industrial possui gran<strong>de</strong> protagonismo e é politicamente bem<br />

organizada, as pressões políticas <strong>de</strong>ste setor e sua maior representativida<strong>de</strong> no conselho gestor, <strong>de</strong>terminaram a<br />

regulamentação da pesca <strong>de</strong> arrasto com a utilização <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> parelhas <strong>de</strong> embarcações.<br />

Cerco flutuante<br />

O cerco flutuante é uma das artes <strong>de</strong> pesca mais tradicionais das comunida<strong>de</strong>s caiçaras do litoral norte, um<br />

verda<strong>de</strong>iro elemento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural, além <strong>de</strong> ser uma ativida<strong>de</strong> alinhada com os princípios do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Basicamente, ela mantém todas as espécies <strong>de</strong> peixes capturadas vivas <strong>de</strong>ntro<br />

cerco. Tal fato permite ao pescador fazer um manejo sustentável, uma pesca seletiva, <strong>de</strong>volvendo vivas ao mar<br />

as espécies sem valor comercial (VIANNA, 2012). 93<br />

Existem atualmente no litoral norte do Estado <strong>de</strong> São Paulo 63 cercos flutuantes. Especificamente no <strong>Município</strong><br />

<strong>de</strong> São Sebastião, há 11 cercos flutuantes instalados (CETESB, 2011).<br />

ALVARENGA et al. (2011, p.1) conceituam o cerco flutuante da seguinte forma: “... é uma armadilha,<br />

confeccionada com re<strong>de</strong>s, fixadas ao fundo por âncoras e sustentadas por flutuadores, que operam em toda a<br />

coluna d’água 24 horas por dia. É constituído por duas partes distintas: o caminho ou “espia”, que direciona o<br />

pescado para o interior do rodo ou “casa”, on<strong>de</strong> o mesmo fica aprisionado, tendo por característica mantê-lo<br />

vivo até a hora da <strong>de</strong>spesca. Isso permite que as espécies <strong>de</strong> valor comercial possam ser recolhidas ainda<br />

“frescas”, e as espécies sem valor comercial possam ser <strong>de</strong>volvidas ao mar ainda vivas (figura 7.7).<br />

Figura 7.7 – Representação esquemática da arte <strong>de</strong> pesca cerco - flutuante<br />

93 “A pescaria <strong>de</strong> peixes com re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cerco flutuante é uma forma passiva <strong>de</strong> pesca, introduzida no Brasil em 1920 por imigrantes<br />

japoneses no município <strong>de</strong> Ilhabela, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se expandiu para todo o <strong>Litoral</strong> Norte do Estado <strong>de</strong> São Paulo e posteriormente para o litoral<br />

sul fluminense” (ALVARENGA et al., 2011, p.1).

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