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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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Também foram criadas pelo zoneamento do Plano <strong>de</strong> Manejo as Zonas <strong>de</strong> Uso Conflitante (ZUC) que são áreas<br />

ocupadas por infraestruturas <strong>de</strong> base <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, composta por rodovias, dutos, plantas industriais,<br />

torres e/ou linhas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia elétrica, ferrovias, antenas, reservatórios <strong>de</strong> água, barragens e<br />

outras obras ou equipamentos, a maior parte instalada anteriormente à criação do PESM, cujos usos e<br />

finalida<strong>de</strong>s são caracterizados como <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, mas que conflitam com os objetivos <strong>de</strong> conservação da<br />

área protegida e influem diretamente nos seus processos ecológicos (SMA/IF, 2006, p. 289).<br />

Especificamente no caso do Núcleo Picinguaba, são consi<strong>de</strong>radas ZUC as linhas <strong>de</strong> alta tensão e os trechos das<br />

rodovias SP-125 (Rodovia Oswaldo) e BR-101 (Rio Santos) que a<strong>de</strong>ntram ao PESM (este tema é abordado com<br />

maior profundida<strong>de</strong> na seção seguinte).<br />

Outras duas importantes zonas <strong>de</strong>limitadas pelo Plano <strong>de</strong> Manejo do PESM são as zonas <strong>de</strong> Superposição<br />

Indígena (ZSI) e Histórico Cultural Antropológica (ZHCA).<br />

A ZSI superpõe-se ao zoneamento do PESM nas Terras Indígenas <strong>de</strong>claradas pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral e, em<br />

<strong>Ubatuba</strong>, abarca a Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Promirim, que possui 920 hectares. A gestão da ZSI<br />

<strong>de</strong>ve ser pactuada com Índios e FUNAI para garantir a sustentabilida<strong>de</strong> ambiental e a proteção do território<br />

contra invasões. A<strong>de</strong>mais, é importante observar que as regras e exigências referentes ao zoneamento não se<br />

aplicam a população indígena resi<strong>de</strong>nte na ZSI (SMA/IF, 2006). 63<br />

A al<strong>de</strong>ia da Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Promirim é formada por 35 famílias (aproximadamente 150<br />

habitantes) da etnia Guarani M’Bya. Sua formação se <strong>de</strong>u em 1963, quando três famílias originárias da al<strong>de</strong>ia do<br />

Rio Silveira <strong>de</strong> Bertioga chegaram à região e ali se estabeleceram.<br />

Na al<strong>de</strong>ia há uma escola para o ensino fundamental com fornecimento <strong>de</strong> merenda escolar e currículo adaptado<br />

aos usos, costumes e ensino do idioma guarani, posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, centro comunitário, telefone público e a casa <strong>de</strong><br />

reza. Os indígenas cultivam milho, mandioca, cana-<strong>de</strong>-açúcar e árvores frutíferas para subsistência. A prática da<br />

caça e pesca <strong>de</strong> subsistência também é comum. Entretanto, a caça, que já foi abundante e parte importante da<br />

alimentação dos indígenas está cada vez mais difícil <strong>de</strong>vido à ação indiscriminada <strong>de</strong> palmiteiros e caçadores.<br />

Dois problemas atuais <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> são o não acesso aos serviços <strong>de</strong> saneamento básico, com implicações<br />

negativas para a saú<strong>de</strong> da tribo, bem como a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar a complementação <strong>de</strong> sua alimentação e<br />

uma vida digna <strong>de</strong>vido às poucas alternativas <strong>de</strong> renda que estes possuem, incluindo a venda <strong>de</strong> artesanato por<br />

eles fabricado e a extração e comercialização do palmito juçara.<br />

Recentemente, com o suporte da FUNAI, da Fundação Florestal, da Prefeitura <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> e <strong>de</strong> organizações não<br />

governamentais, têm se procurado trabalhar alternativas <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável para esta<br />

comunida<strong>de</strong>. Dentre estas alternativas, estão compreendidas a maricultura, o cultivo <strong>de</strong> plantas ornamentais, o<br />

turismo cultural e ecológico e a inclusão dos indígenas no projeto Educação Agroflorestal para o Manejo<br />

Sustentável nas Comunida<strong>de</strong>s Tradicionais da Mata Atlântica.<br />

Outra questão importante aten<strong>de</strong> para o fato <strong>de</strong> que os limites do PESM em <strong>Ubatuba</strong> foram propostos incluindo<br />

as comunida<strong>de</strong>s tradicionais <strong>de</strong> Picinguaba e Cambury, bem como áreas <strong>de</strong> roça e bananais dos agricultores <strong>de</strong><br />

Ubatumirim, além <strong>de</strong> outras áreas anteriormente ocupadas (SMA/IF, 2006).<br />

Para compatibilizar os atributos <strong>de</strong> proteção do PESM com as necessida<strong>de</strong>s das comunida<strong>de</strong>s tradicionais que<br />

vivem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus limites foi criada a Zona Histórico Cultural Antropológica (ZHCA). As ZHCA estão localizadas<br />

no setor norte do NPC e são áreas ocupadas por populações predominantemente tradicionais caiçaras e<br />

quilombolas (figura 7.2). 64<br />

63 Demarcada pelo Decreto Presi<strong>de</strong>ncial N.º 94.220/1987.<br />

64 Importante observar que em algumas áreas do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>, como Puruba, Almada, Picinguaba e Cambury, é possível<br />

encontrar sinais expressivos da cultura caiçara, representada pelas suas mais diversas manifestações imateriais como os modos <strong>de</strong> fazer,<br />

criar e viver, manifestadas na arquitetura do pau-a-pique, nas comunida<strong>de</strong>s nas quais não há cercas dividindo os terreiros, e<br />

principalmente nas suas tecnologias patrimoniais (a pesca artesanal e o fabrico da farinha), bem como no seu rico e variado artesanato,

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