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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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“É necessário investimento nos aparelhos públicos que suportariam um turismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Por exemplo,<br />

equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quados”.<br />

Principalmente na avaliação dos participantes da pesquisa qualitativa, <strong>Ubatuba</strong> já não atrai tantos turistas como<br />

outrora. O turismo vem per<strong>de</strong>ndo força pela falta <strong>de</strong> investimentos no setor. Menciona-se que a cida<strong>de</strong> tem<br />

pouco a oferecer aos turistas, além <strong>de</strong> suas belas praias. Diante disso, estes acabam por se dirigir aos municípios<br />

vizinhos, sobretudo Caraguatatuba, em busca <strong>de</strong> opções <strong>de</strong> lazer e atrações. Comentam que houve problemas<br />

com os festejos <strong>de</strong> Carnaval há 2 ou 3 anos atrás, com restrições a blocos e som nas ruas. Como a população<br />

resolveu enfrentar tal proibição, houve confrontos violentos com a polícia. Isso, segundo os entrevistados,<br />

afugentou turistas. Não raro fica a sensação que <strong>Ubatuba</strong> é, hoje, cida<strong>de</strong> dormitório.<br />

Menciona-se que a temporada <strong>de</strong> verão encurtou. Antes eram quatro meses por ano, agora no máximo dois. Isso<br />

somado a perda <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> turística resulta em comprometimento das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho e da<br />

renda da população<br />

Pensada nesses termos, po<strong>de</strong>-se dizer que <strong>Ubatuba</strong> mostra-se uma cida<strong>de</strong> “em baixa”, com impactos na<br />

autoestima do cidadão. Para alguns fica a imagem <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> estagnada, ”que parou”, percepção acirrada<br />

pelo crescimento recente <strong>de</strong> Caraguatatuba e pela importância e posição econômica <strong>de</strong> São Sebastião no litoral<br />

Norte.<br />

“Na verda<strong>de</strong>, os turistas só vêm para cá por causa da praia. Se não tivesse praia, <strong>Ubatuba</strong> não ia ser nada. O<br />

pessoal fica em Caraguatatuba e só visita <strong>Ubatuba</strong> (...) aqui não atrai o povo, aqui está tirando o povo”<br />

“Eles vem para a praia <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>, mas diversão é em Caraguatatuba. Tudo é Caraguatatuba (...) Então o<br />

turista vem para <strong>Ubatuba</strong> por causa das praias, mas à noite ele vai para Caraguatatuba porque lá tem<br />

diversão, tem show e aqui não tem. Daí, à noite que seria para os donos <strong>de</strong> restaurantes ganhar dinheiro,<br />

eles não ganham ”<br />

“Eu trabalhei no centro <strong>de</strong> informações turísticas e vinha o turista e perguntava; ‘on<strong>de</strong> fica não sei o que, o<br />

que a gente faz no tempo <strong>de</strong> chuva aqui?’ Vou te dar um conselho: compra um saquinho <strong>de</strong> pipoca e vai jogar<br />

baralho porque não tem outra coisa para fazer (...) não tem nada para oferecer para o turista”<br />

“Eu acho que é uma cida<strong>de</strong> dormitório. Os turistas estão usando só para dormir. Eu participei <strong>de</strong> um curso<br />

que os professores falavam que aqui não tem qualificação. Então eles vem aqui só para dormir, aí vão<br />

embora, vão comprar em outro lugar. É a cida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>scanso”<br />

“Então é um lugar, agora caiu um pouco, mas é um lugar muito bom na temporada para serviço (...) mas é só<br />

temporada; acabou temporada, o que a cida<strong>de</strong> oferece para você aqui? Não oferece nada, nada (...) a gente<br />

não consegue viver do turismo, porque é uma vez por ano. Esse ano foi dois meses. Depois tem que se virar”<br />

“Pra mim, <strong>Ubatuba</strong> é cida<strong>de</strong> dormitório, e não mais turística e não po<strong>de</strong> fazer nada, barulho, carnaval, etc<br />

etc....Já viu a cida<strong>de</strong> turística sem po<strong>de</strong>r fazer nada”.<br />

4.2.5. POTENCIALIDADES E DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

É unânime entre os entrevistados <strong>de</strong> todos os segmentos que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> está muito aquém<br />

das suas potencialida<strong>de</strong>s. Há uma percepção bastante compartilhada acerca das fragilida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>vem ser<br />

enfrentadas e das possibilida<strong>de</strong>s a serem potencializadas, para um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

A visão <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> foi objeto <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong> interlocutores da socieda<strong>de</strong> civil organizada, no processo <strong>de</strong><br />

pensar o futuro <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>. Apesar <strong>de</strong> reconhecer a importância da questão ambiental como elemento<br />

fundamental para a sustentabilida<strong>de</strong>, tendo em vista a imensa riqueza em florestas, parques e áreas preservadas<br />

existentes em <strong>Ubatuba</strong>, enten<strong>de</strong>m que um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>de</strong>ve, necessariamente, construir-se<br />

sobre múltiplos pilares, on<strong>de</strong> as dimensões econômicas, sociais, culturais, políticas e ambientais <strong>de</strong>vem<br />

articular-se <strong>de</strong> forma equilibrada.

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