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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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trouxe consigo problemas relacionados ao uso ina<strong>de</strong>quado do solo, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sses primeiros parcelamentos<br />

<strong>de</strong>stinados a população flutuante.<br />

O aumento da <strong>de</strong>manda por áreas privilegiadas por sua localização perto da orla, por serviços e infraestrutura,<br />

favoreceu a especulação com a terra, que sofreu uma intensa valorização, fazendo surgir, ao longo da costa, os<br />

chamados “bairros praia”. Esses loteamentos foram, na sua maioria, implantados sem qualquer organização e,<br />

em muitas vezes, clan<strong>de</strong>stinamente, o que acabou criando sérios problemas ao município, <strong>de</strong>spreparado para o<br />

intensa ocupação turístico. O sucessivo parcelamento do solo não levou em consi<strong>de</strong>ração as condições<br />

fisiografias e sociais da cida<strong>de</strong>, pois não havia uma legislação municipal que regulamentasse o uso e a ocupação<br />

do solo. Como exemplos <strong>de</strong>sse processo, po<strong>de</strong>mos citar os “bairros-praia” da Fortaleza, Lazaro, Enseada e<br />

Itamambuca, on<strong>de</strong> os caiçaras, segundo o interesse dos empreen<strong>de</strong>dores da <strong>de</strong>manda turística, retalharam suas<br />

terras, através da cessão <strong>de</strong> áreas, sem qualquer planejamento que previsse infraestrutura básica e uso<br />

a<strong>de</strong>quado do solo. As alterações no ambiente sócio cultural e paisagístico pelas quais o município passou<br />

produziram impactos socioambientais e alteraram o modo <strong>de</strong> vida local, provocando conflitos entre as<br />

populações locais e migrantes, na disputa pelo espaço. O turismo então diversificou as ativida<strong>de</strong>s econômicas<br />

voltadas ao seu <strong>de</strong>senvolvimento, porem sem diretrizes que or<strong>de</strong>nassem as mesmas no contexto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento global da cida<strong>de</strong>.<br />

A praia do Itaguá, área <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor imobiliário, foi uma das primeiras áreas a ser ocupada por loteamentos<br />

resi<strong>de</strong>nciais voltados para o turismo. A estrada organizou nesse trecho uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços e comércio,<br />

junto da praia e dos caminhos para a Praia do Tenório, esta também apresentando loteamento resi<strong>de</strong>ncial já<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70.<br />

A praia do Perequê-Açu foi uma das primeiras praias a ser explorada pelos turistas, principalmente os<br />

taubateanos, nas décadas <strong>de</strong> 60 e 70, fator que explica a gran<strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> segunda residência neste<br />

bairro por moradores <strong>de</strong> Taubaté.<br />

Por volta <strong>de</strong> 1970 já se iniciava o movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição da economia caiçara e da expulsão dos posseiros<br />

tradicionais. Com a vinda do capital imobiliário paulista, os caiçaras ven<strong>de</strong>ram suas terras nas praias e foram<br />

viver na cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> ocuparam moradias pequenas moradias, algumas precárias. Acabaram marginalizados, pois<br />

só conheciam a pesca e rudimentos <strong>de</strong> lavoura. Não tendo condições <strong>de</strong> obter um pedaço <strong>de</strong> terra próximo aos<br />

serviços, foram levados para as periferias, on<strong>de</strong> o valor da terra é inferior e os serviços precários. Contribuindo<br />

para agravar esse quadro, a construção civil <strong>de</strong>corrente da <strong>de</strong>manda por segundas residências ocasionou uma<br />

atração <strong>de</strong> migrantes <strong>de</strong> outras regiões empobrecidas do país, baseada na oferta <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra barata e não<br />

especializada. Além disso, o turismo por ser sazoinal, absorvendo uma gran<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> trabalhadores informais,<br />

também atraiu um gran<strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> migrantes para trabalhar nas praias que vieram em busca <strong>de</strong> melhores<br />

condições <strong>de</strong> vida no litoral. Foi gran<strong>de</strong> o acréscimo populacional ocasionado pelo fluxo migratório para o litoral,<br />

principalmente proveniente do interior do Estado e <strong>de</strong> Minas Gerais, que <strong>de</strong> modo geral não foi absorvido pelo<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Em 1975 foi concluida a construção da BR- 101 (Estrada Rio-Santos), que liga o Rio <strong>de</strong> Janeiro ao Porto <strong>de</strong> Santos,<br />

passando por <strong>Ubatuba</strong>. Esta estrada <strong>de</strong>u as condições <strong>de</strong>finitivas para o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo e da<br />

ocupação <strong>de</strong> segunda resindência no município.<br />

Como po<strong>de</strong>-se observar na figura___, abaixo,no começo da década <strong>de</strong> 1980, <strong>Ubatuba</strong> já apresentava manchas <strong>de</strong><br />

urbanização ao longo <strong>de</strong> quase toda costa, sendo esta urbanização <strong>de</strong>sconcentrada e fragmentada e concentrada<br />

na porção do território junto à orla, com concentrações ocupação em direção ao interior, apenas na área central<br />

do município.

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