Revista (PDF) - Universidade do Minho

Nós e nós
Deliberadamente, proponho um título ambíguo, em que se superponhem
duas cousas: aquilo de que quero e vou falar, a nossa relaçom
– a de «nós»: Galiza e/ou os Galegos – com Europa; e aquilo de que me
servirei para abordar essa temática, os relacionamentos mantidos por
Nós – a geraçom ou, melhor, o grupo 1 assi chamados – com Europa.
A respeito disto último, é um tópico consagrado atribuir ao grupo
Nós – integrado eminentemente por V. Risco, R. Otero Pedrayo e A.D.
Rdz. Castelao – ter levado a feito o entroncamento da cultura galega
com a europea da época. Mas, além disso, é amplamente reconhecido
tamém o facto de os homes de Nós terem decisivamente contribuído
na transformaçom, de mero objecto a sujeito político, que experimenta
Galiza no primeiro terço do século XX. Assi pois, Nós teria imensamente
contribuído à formaçom e construçom de aqueloutro «nós»,
o sujeito colectivo que abrange, e representa perante si e os outros, o
conjunto dos galegos. Por esta dupla circunstáncia, a venturosa confluéncia
do «europeísmo» e o «galeguismo» 2 , vai girar em torno de
Nós esta minha reflexom.
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Nós e Europa
LUÍS GARCÍA SOTO
(Universidade de Santiago de Compostela)
1 É a denominaçom introduzida por R. Carballo Calero, que tamém emprega
algumhas vezes «geraçom Nós»: Historia da literatura galega contemporánea, Galaxia,
Vigo, 1981, 3.ª ed., pp. 631-687.
2 Empregarei «galeguismo» como denominaçom abrangente do movimento
social que, sucessivamente, se conheceu polos nomes de «provincialismo» e, sobretodo,
DIACRÍTICA, FILOSOFIA E CULTURA, n.º 17/2 (2003), 107-122