Revista (PDF) - Universidade do Minho

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ELA primeira vez a União Europeia (UE) estará, dentro de um semestre,
após o quinto e maior alargamento – o primeiro do século XXI –,
politicamente unificada de Oeste a Este, numa União quase-continental;
então, deixará de ser abusivo identificar UE com Europa. Além de novas
fronteiras mais alargadas a leste, será também um espaço geopolítico
imenso (450 milhões de cidadãos). Entre a tentação egoísta de encerrarse
nas actuais fronteiras, concentrando riqueza, ou expandir-se à dimensão
continental, Europa assumiu a sua história, a sua unidade e diversidade.
Europa não pode permanecer dividida entre os do Ocidente, que
já têm a Europa, e os do Leste, que ainda acreditam na Europa; porventura,
terá sito demasiado tempo a demora em pôr termo a décadas de
divisão europeia.
Tem, pois, todo o sentido que o primeiro grande tema deste número
da série Filosofia / Cultura seja dedicado a perscrutar dimensões inexauríveis
desta Europa, sob o título de Questões sobre a Europa; contribuiu
para isso um dos Simpósios que, com regularidade, professores de Filosofia
e de História da Cultura das Universidades do Minho e de Santiago
de Compostela empreendem, em especial aquele que versou «Pensar a
Europa», realizado na capital minhota. Na verdade, Europa, para além
duma «Europa dos Estados» é também uma «Europa dos Povos».
Assim, em «Filosofia da Europa: questões sobre Europa», Acílio da
Silva Estanqueiro Rocha procura indagar vertentes realistas desta utopia
multissecular duma Europa-Una, que a História das Ideias antecipa, questiona
e clarifica. Por sua vez, José Luís Barreiro Barreiro, em «O “Ca-
DIACRÍTICA, FILOSOFIA, n.º ?? (2003), ???-???
Nota de Apresentação