04.07.2013 Views

Revista (PDF) - Universidade do Minho

Revista (PDF) - Universidade do Minho

Revista (PDF) - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

120<br />

DIACRÍTICA<br />

mas, para operar essa mudança, Galiza necessariamente tem que,<br />

como requisito e como consecuéncia, conseguir a trasformaçom de<br />

Espanha. A sua relaçom com esta é – cabe dizer – de subordinaçom:<br />

eis o ponto de partida. Qual será, entom, o ponto de chegada?: podemos<br />

defini-lo como a coordenaçom.<br />

A subordinaçom é o estatuto, e o esta<strong>do</strong>, plurissecular, desde o<br />

final da Idade Média até a chegada da II República, de Galiza em Espanha.<br />

Sinteticamente, podemos afirmar que Galiza, a naçom galega,<br />

simplemente subsiste por efeito sucessivo e às vezes combina<strong>do</strong> da<br />

acçom violenta e a repressom estrutural. Primeiro, cumpre assinalar,<br />

convém nom esquecé-lo e Castelao insiste muito em lembrá-lo, que<br />

Galiza foi incorporada pola força à coroa de Castela com os Reis Católicos.<br />

E essa violéncia originária persiste, continuou sob formas institucionais<br />

na política com Galiza da monarquia espanhola e seguiu<br />

sempre, ainda, como ameaça latente. Mas, subseguintemente e fundamentalmente,<br />

Espanha exerceu umha repressom estrutural, pois a sua<br />

organizaçom jurídico-política estatal excluiu, practicamente, a existéncia<br />

política de Galiza 55 . Ou seja: nom só no ámbito institucional,<br />

senom mesmo na sua esfera social, o esta<strong>do</strong> espanhol impede, como<br />

natural consecuéncia <strong>do</strong> seu desenvolvimento, a formaçom dumha<br />

consciéncia e vontade próprias de Galiza, quer dizer, <strong>do</strong>s galegos sobre<br />

eles mesmos. O resulta<strong>do</strong> é que a naçom galega simplemente sub-siste,<br />

leva, da economia à cultura, umha existéncia precária, em que, incapacitada<br />

para geri-los, ve estraga<strong>do</strong>s, mesmo dilapida<strong>do</strong>s, os seus<br />

recursos naturais e humanos.<br />

A busca de saída a essa situaçom de subsisténcia interna (de<br />

Galiza) e subordinaçom externa (a Espanha), sen<strong>do</strong> esta causa de<br />

aquela, é o que motivou a apariçom, e norteou despois o desenrolo, de<br />

movimentos culturais e logo políticos galeguistas no século XIX, que<br />

procurarom a criaçom de forças, organizaçons e instituiçons próprias.<br />

Fitos destaca<strong>do</strong>s, em que participou Castelao, serám, ja no século XX,<br />

a consolidaçom dum parti<strong>do</strong>, o chama<strong>do</strong> «Galeguista» 56 , e a consecuçom<br />

da autonomia, com o estatuto de 1936 57 . Ora, estes fitos som<br />

——————————<br />

55 Os processos de submetimento militar e anulaçom política som revistos, Sempre<br />

en Galiza, nas pp. 367-402.<br />

56 Foi funda<strong>do</strong>, em Pontevedra, o 6 de decembro de 1931.<br />

57 A sua transcendéncia virá a ser grande: por este precedente jurídico-político, o<br />

estatuto de 1936, Galiza terá, como Catalunya e Euskadi, a consideraçom de «nacionalidade<br />

histórica», entre as comunidades autónomas, na Constituiçom Espanhola de<br />

1978, actualmente vigente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!