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Revista (PDF) - Universidade do Minho

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PORTUGAL NA «BALANÇA DA EUROPA» 177<br />

não exerce qualquer pressão de peso na balança europeia.<br />

Não joga, apenas é joguete. Esta situação é interactiva com a<br />

que se segue.<br />

b) «Portugal tem um único fim e objecto, sem o qual estar consegui<strong>do</strong>,<br />

jamais se aquietará por tempo considerável; é o ser<br />

livre» 121 . Que não há verdadeira independência sem liberdade<br />

é mais um ditame que o coloca no esteio <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> Contrato<br />

social e a que concede relevância de título de artigo, o V da<br />

Sexta Secção, que é também a última: «Reduzem-se a uma as<br />

condições da independência de Portugal: Liberdade» 122 .<br />

Ora, por um la<strong>do</strong>, sob a tutela inglesa permaneceremos sem ser<br />

nós próprios, ou seja, no grupo das nações bárbaras e estacionárias.<br />

Por outro, continuan<strong>do</strong> a intriga estrangeira e a traição interna que a<br />

suporta e incentiva, a política europeia arteira é quem há-de continuar<br />

a decidir, em última instância, o nosso destino futuro, «sorte de to<strong>do</strong>s<br />

os pequenos Esta<strong>do</strong>s que como o nosso se acham enfraqueci<strong>do</strong>s em<br />

to<strong>do</strong>s os recursos». Eis a pior das alternativas, que ninguém terá coragem<br />

de publicamente partilhar. Vejamos, então, as duas que admitem<br />

cabimento:<br />

1. Ou Portugal há-de criar por esforço próprio e deliberação sua,<br />

melhor seria se com auxílio e com acor<strong>do</strong> <strong>do</strong>s seus alia<strong>do</strong>s,<br />

novas bases de independência, de verdadeira independência;<br />

2. Ou se abre à negociação para estabelecer condições honrosas<br />

e fazer uma união com o seu inimigo tradicional: a Espanha,<br />

movi<strong>do</strong> pela certeza que nesta condição melhor poderá cumprir<br />

a essência de um povo, a liberdade, e melhor poderá, em<br />

conjunto, opor-se às artreirices europeias e deixar de ser joguete.<br />

A pedagógica e consequente tessitura argumentativa desenvolve-a<br />

com fluência nestas páginas finais. Mas o autor <strong>do</strong>s corajosos manifestos<br />

académicos não acabara aqui o ardiloso artifício teatral. Recorren<strong>do</strong><br />

à figura de um dilema seco e rigorosamente dual, sentencia:<br />

…uma só alternativa lhe resta para poder existir em harmonia com o<br />

novo princípio europeu; mais simplesmente e mais absolutamente, –<br />

——————————<br />

121 Ib.<br />

122 Ib.: 204.

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