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Revista (PDF) - Universidade do Minho

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12<br />

pessoas, é entre eles um dever-ser, não é efectivo. Esta independência<br />

faz da luta entre eles uma relação de força, um esta<strong>do</strong> de guerra, para<br />

a qual a ordem universal se determina para se tornar o fim particular<br />

que é a conservação da autonomia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> perante outros para se<br />

tornar a ordem da bravura» 10 . As relações entre os povos são, pois,<br />

relações conflituais.<br />

b) O Esta<strong>do</strong> e a liberdade<br />

DIACRÍTICA<br />

A história universal é assim um imenso campo de batalha onde se<br />

desenrolam as relações entre os diferentes povos, relações de guerra,<br />

de vitória ou de morte, numa sucessão cronológica. A vitória passa de<br />

um povo a outro, o que faz da história também uma espécie de teatro<br />

em que cada um, por sua vez, entra no raio de luz e se torna protagonista<br />

para desaparecer depois, quan<strong>do</strong> a sua função terminou.<br />

Conforme escreve, «o princípio da evolução tem um senti<strong>do</strong> mais<br />

preciso: implica que exista na base da evolução uma disposição<br />

interna, uma pressuposição existente em si, que se realiza na existência.<br />

Esta determinação formal é essencial: o Espírito que tem a<br />

história universal por teatro, propriedade e campo de realização, não<br />

se compraz no jogo exterior das contingências, mas, pelo contrário, é<br />

o [factor] determinante absoluto. (…) Desta maneira, a evolução não<br />

é uma simples eclosão sem pena e sem luta, como a da vida orgânica,<br />

mas o trabalho duro e força<strong>do</strong> sobre si mesmo. Além disso, não é uma<br />

evolução no senti<strong>do</strong> formal <strong>do</strong> termo, mas a produção dum fim e dum<br />

conteú<strong>do</strong> determina<strong>do</strong>. Este fim (…) é o Espírito tal como ele é na sua<br />

essência, o conceito da liberdade» 11 . E se, tal como «a filosofia nos<br />

mostra que todas as propriedades <strong>do</strong> espírito só subsistem graças à<br />

liberdade», e que «a liberdade é a única verdade <strong>do</strong> Espírito» 12 , a evolução<br />

ilustra também, segun<strong>do</strong> Hegel, o progresso da liberdade, isto é,<br />

o desenvolvimento da Razão nas suas esferas de aplicação.<br />

Resta-nos definir o que constitui a Europa como realidade concreta<br />

determinada, segun<strong>do</strong> as exigências hegelianas – um conceito;<br />

——————————<br />

10 G.W.F. Hegel, Enzyklopädie der philosophischen Wissenschaften im Grundrisse,<br />

III [1830], Werke 10, Frankfurt, Suhrkamp, 1970, § 545, pp. 345-346; tr. fr.: Encyclopédie<br />

des sciences philosophiques en abrégé, trad. de Maurice de Gandillac, Paris, Gallimard,<br />

§ 546, p. 464.<br />

11 G. W. F. Hegel, La Raison dans l’Histoire, trad. nova, intr. e notas de Kosta<br />

Papaioannou, Paris, Librairie Plon, 1965, pp. 179, 180.<br />

12 Ib., p. 75.

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