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Revista (PDF) - Universidade do Minho

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PORTUGAL NA «BALANÇA DA EUROPA» 147<br />

Branco 17 . Para além <strong>do</strong> mais, trata-se, muitas vezes, de obras extensas,<br />

frequentemente com temática exclusiva sobre o nosso país ou conceden<strong>do</strong>-lhe<br />

um largo espaço. Só por si, este da<strong>do</strong> quantitativo contradiz<br />

a valoração insignificante que alguns projectam a esta fonte. Não<br />

usaremos a totalidade das que encontrámos, longe disso, mas referir-<br />

-nos-emos às que consideramos mais pertinentes ao nosso objectivo.<br />

A segunda nota remete-nos para uma indispensável atitude cautelar<br />

relativamente a estes escritos. Na verdade, a alguns subjaz uma<br />

intenção ideológica clara ou que facilmente se adivinha. Uma significativa<br />

percentagem revela propósitos interesseiros no senti<strong>do</strong> de criar<br />

opinião de apetência, no que nos diz respeito, pela zona de influência<br />

francesa e consequente desvio da inglesa, bem como de condicionar<br />

uma predisposição da França a um maior investimento na captação<br />

<strong>do</strong>s interesses de Portugal. Não é por acaso que a grande maioria das<br />

existências bibliográficas tem origem francesa.<br />

Esta intencionalidade é flagrantemente ilustrada com a obra<br />

editada anonimamente, mas que se sabe ser de Ange Goudar, Discours<br />

politiques sur les avantages que les portugais pourraient retirer de leur<br />

malheur. Dans lequel l’auteur développe les moyens que l’Angleterre<br />

avoit mis jusque la en usage pour ruiner cette monarchie. Usámos uma<br />

2.ª edição composta em Lisboa (Chez Philantrope) em 1756. Mas para<br />

aquilatarmos sobre o interesse, condiciona<strong>do</strong> ou não, em que a obra<br />

foi envolvida, há que assinalar que a mesma aparece traduzida em<br />

espanhol e editada em Madrid (Imprenta de la Gaceta), com <strong>do</strong>is<br />

rostos de títulos diferentes mas bem esclarece<strong>do</strong>res. O <strong>do</strong> primeiro:<br />

Profecia politica verificada en lo que está sucedien<strong>do</strong> á los portugueses<br />

por su aficion a los ingleses, hecha luego despoes del terramoto del año<br />

de 1755; o <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> reflecte, mais de perto, o <strong>do</strong> original francês e<br />

apresenta-se mais completo: Discurso politico sobre las ventajas que<br />

pueden sacar los portugueses de sus ultimas desgracias, separan<strong>do</strong>-se de<br />

los ingleses; y en el que se descubren los medios de que ha usa<strong>do</strong> la Inglaterra<br />

para arruinar Portugal… 18 A isto acresce a informação, veiculada<br />

por Bernardes Branco, sobre uma outra edição mexicana, e ainda mais<br />

uma integrada num conjunto com intencionalidades afins, que inclui<br />

a Relation historique du tremblement de terre de Lisbonne, edição de<br />

——————————<br />

17 Falamos de Portugal e os estrangeiros, 2 vols [3 tomos], Lisboa, Imprensa<br />

Nacional, 1893.<br />

18 Ib., 1.º vol. Tomo II: 35

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