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Baixar - Proppi - UFF

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as bermudas no verão, vi as pautas de aluguel e saí procurar”, me disse o “juiz de<br />

garantias” na entrevista.<br />

A enormidade do prédio de Los Pantanos facilitava não se deslocar de um<br />

prédio para outro. Todos seus andares repetiam a mesma estrutura e desenho, com o<br />

qual era fácil se desorientar sobre a própria localização. Percebi que estava no local<br />

certo, pois rapidamente encontrei um longo balcão com janelinhas separadas apenas por<br />

seus marcos. Em cada uma delas, havia um papel com a inscrição à mão indicando o<br />

número da “UFI”. Esse balcão correspondia a três UFIs, o balcão de frente a outras três<br />

e assim por diante. Observei mais tarde que tal estrutura partilhada também<br />

correspondia às defensorias públicas. Trata-se do setor chamado “Mesa de Entradas”.<br />

Assim como partilhavam o balcão, os atendentes de cada UFI também dividiam um<br />

computador para atender as consultas sobre os processos em andamento. A partir da<br />

mesa do computador, aumentavam o tom de voz e falavam o resultado da pesquisa<br />

sobre as consultas que recebiam do público (familiares e advogados): “foi para o juiz<br />

assinar!”; “foi arquivado!”, “está com o promotor!”. Também recepcionavam as<br />

testemunhas, os policiais, advogados e outras pessoas que quisessem ou precisassem<br />

“passar do outro lado” do balcão.<br />

Naquele dia esse seria meu caso, mas ninguém estava atendendo na janelinha da<br />

UFI K. Aguardando, percebi um escrito colado no vidro, reproduzido nas outras<br />

janelinhas. Nele, a UFI como um todo pedia aos advogados e público em geral que<br />

desculpassem as demoras, mas que eram devidas à falta de pessoal administrativo, que,<br />

além de realizar as tarefas nos processos, deviam ocupar-se do correio –explicava-se<br />

também que os policiais que cumpriam essa função foram afastados- e também deviam<br />

atender o público. Esperei ainda com maior paciência. Um cartaz semelhante indicava<br />

que o arquivo tinha sido mudado de prédio e, portanto, também pediam desculpas pelas<br />

demoras na busca de processos.<br />

Enquanto esperava, chegou uma mulher perguntando se não tinha ninguém na<br />

UFI K. “Estou esperando”, respondi, quando ela me surpreendeu com um grito:<br />

“UuuuuuFiiiiiiiii Kaaaaaaaaaaaaa!”. Enquanto ninguém aparecia, lembrei da campainha<br />

dourada nas Mesas de Entrada da Justiça Federal, que sutilmente indicava a presença de<br />

alguém. Ao terceiro “UuuuuuFiiiiiiiii Kaaaaaaaaaaaaa!”, apareceu uma menina, de não<br />

mais de 22 anos. Perguntei pela Dra. Valeria Mena. “É por algum processo?”. “Não,<br />

marquei uma entrevista com ela”, respondi. “Seu nome?”. “Lucía Eilbaum, ela não me<br />

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