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Baixar - Proppi - UFF

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Alicia pediu para copiar a assinatura. Finalmente, a senhora aceitou. A advogada<br />

contou que era o segundo processo que ela tinha contra aquela outra advogada. Quando<br />

a advogada e sua cliente saíram da sala, Alicia disse não ter “acreditado” nessa mulher.<br />

“Para mim, ela combinou com a advogada e depois se arrependeu e veio fazer a<br />

denúncia”.<br />

Aos poucos minutos, Valeria estava tomando o depoimento de outro<br />

denunciante. Era um jovem que denunciava que um amigo dele teria molestado sua<br />

filha. O jovem contou que estavam na casa dele, bebendo cerveja, “na boa”. Em um<br />

momento, foram para a lateral da casa, junto com a filha do jovem, e seu amigo teria<br />

começado a se drogar.<br />

Valeria: com que?<br />

Jovem: cocaína, mas eu o deixei, enquanto não faltasse o respeito.<br />

Valeria: você também usa?<br />

Jovem: sim. E quando voltei do banheiro estava beijando o pescoço da menina e<br />

tocando. E aí comecei bater nele e minha senhora chamou a polícia.<br />

Valeria: e como se chama?<br />

Jovem: a gente chama de Cacho, mas não sei o nome.<br />

Valeria registrou os ditos do jovem, leu a ata e o jovem assinou. Quando foi<br />

embora, Valeria disse que não “acreditava” nele. “Não sei bem por que, mas não<br />

acreditei nele, deviam estar passadíssimos”. Valeria tinha pedido extração de sangue<br />

dos dois –denunciante e denunciado- para saber sobre o eventual uso de cocaína naquela<br />

noite. Não para formular acusação nenhuma por droga, mas para conhecer o “estado de<br />

consciência” de ambos na hora dos “fatos”. Disse que mais alguma coisa faria com o<br />

processo, mas ainda não sabia o quê.<br />

Dias antes daquele mês de novembro de 2007, o imputado por um “roubo”<br />

acontecido em junho de 2006 tinha se apresentado para depor. O processo estava sob<br />

responsabilidade de Sebastián. Era um caso considerado na UFI como “complexo”.<br />

Tratava-se de um processo com sete “fatos” sucessivos, entre as 7h e as 10h da manhã.<br />

Envolvia o “roubo” de dois carros e disparos que tinham ferido duas pessoas. A decisão<br />

do jovem “imputado” por depor respondia à troca do defensor público por um advogado<br />

particular contratado pela família, um movimento comum uma vez que os processos já<br />

estavam avançados e os “imputados” presos. “Foi o pior depoimento que ouvi na minha<br />

vida”, lembrou Sebastián. Imediatamente eu associei o caso com meu primeiro dia na<br />

UFI, quando Sebastián saiu da sala reclamando dos advogados particulares por dizerem<br />

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