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Baixar - Proppi - UFF

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“É conhecido do bairro”<br />

No primeiro “pós-turno”, um dos primeiros depoimentos que acompanhei foi o<br />

de Patrícia Juarez. Patrícia era a atendente da loja de comestíveis esfaqueada por<br />

Esteban Garza e mais um jovem ainda não identificado. O caso já estava nas mãos de<br />

Valeria, a qual tomou todos os depoimentos e medidas relativas ao caso. Patrícia foi à<br />

UFI acompanhada por sua mãe. Estava muito comovida, ainda sob o impacto da<br />

situação vivida. No depoimento, Patrícia contou que conhecia Esteban, porque havia<br />

aproximadamente um mês ia todos os meio-dias para comprar o almoço na loja. Ficava<br />

conversando com ela por um bom tempo. Ele chamava a atenção para o fato do nome e<br />

do dia do aniversário das respectivas filhas serem os mesmos. Patrícia contou,<br />

chorando, que, naquele dia do roubo, Esteban a ameaçava com uma chave de fenda,<br />

enfiando a mesma na sua orelha. Enquanto o outro jovem pegava o dinheiro do caixa,<br />

Esteban teria enfiado no torso da Patrícia a faca com a qual ela estava cortando o queijo.<br />

Foi aí quando ela desmaiou. Minutos mais tarde, a mãe a encontrou deitada no chão,<br />

pois a loja de comestíveis estava localizada na frente da casa delas. Patrícia estava<br />

totalmente atônita com a situação, dizia não poder entender como alguém com quem ela<br />

conversava tinha feito “uma coisa assim”. Acrescentou que Esteban nem pedia nem<br />

tocava o dinheiro, só ficava “me machucando”. Ao contrário, o outro jovem só queria<br />

levar o dinheiro e pedia a Esteban para que fossem embora. Apesar de não se lembrar<br />

bem do outro jovem, disse que tinha visto ele outras vezes junto com Esteban e que<br />

também era da obra. Quando foram embora, Valeria mudou a tipificação do processo<br />

para “tentativa de homicídio”, agravando assim a imputação inicial.<br />

Patrícia e a mãe voltaram à UFI dias depois. A polícia tinha identificado o outro<br />

jovem, pois na obra disseram que Esteban sempre andava com um tal Pedro “O<br />

Escroto” e a descrição de Patrícia coincidia com ele. Foi fácil achá-lo porque, dias<br />

antes, tinha sido preso em um processo por droga. Também porque, logo no primeiro<br />

dia em que o policial ligou para Sebastián, aquele informou que uma senhora lhe teria<br />

dito que “os vizinhos dizem que o outro estava em uma moto preta”. Elemento que<br />

contribuiu na identificação. Naquele dia, a citação à Patrícia era para que realizasse um<br />

“reconhecimento” de Pedro. Valeria decidiu que fosse por foto, porque quando se<br />

entrevistou com Pedro, viu que ele estava muito diferente do dia em que foi preso.<br />

Diante de quatro fotos muito semelhantes entre si, Patrícia não duvidou um<br />

instante em indicar a foto número 4. Era o número que correspondia à imagem de Pedro<br />

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