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Baixar - Proppi - UFF

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textuais palavras ‘babaca o que? Não me falte o respeito que eu não te faço<br />

nada’ (sic). E ambos começam a se insultar. Depois o Cabeça extrai, com a mão<br />

direita, desde sua cintura, uma arma de fogo contra David Blomer, conseguindo<br />

ferí-lo na altura da cabeça. Depois este sujeito se retira andando pela viela<br />

Sarmiento. Que o Cabeça mora na rua Belgrano, perto daí. Teria mais de 20<br />

anos. Que a vítima não portava arma. Que o Cabeça bebia álcool e<br />

aparentemente estava em estado ébrio. Que o Cabeça é Diego Focucci”.<br />

Depoimento da mãe de Diego Focucci: (...) Que uma viatura foi à casa buscando<br />

Diego por uma briga entre garotos em um aniversário. Que a depoente nesse<br />

momento começou a andar para a festa, quando observou que no endereço de<br />

David Blomer (apelido Davidzinho) havia várias viaturas. Que uma vez aí<br />

tomou conhecimento por um tio de Davidzinho que Diego tinha matado<br />

Davidzinho, lhe referindo que ‘o tinha matado como a um cachorro’ e que lhe<br />

devolveriam a Diego da mesma forma. Refere que Diego é um menino tranqüilo,<br />

muito da casa, muito querido no bairro. Que perguntada se ele bebia, diz que<br />

toda vez que ele ia a um aniversário sim. Que perguntada para que diga se ela<br />

possui armas de fogo, refere que sim, um calibre 32 guardado no armário. Que<br />

também deseja esclarecer que o mesmo se encontra a inteira disposição da<br />

justiça. (...) Que a depoente sabe que quase sempre os amigos zoavam Diego, lhe<br />

manifestando ser um filhote de cana 183 , já que Diego vem de uma família<br />

policial. Que esse tipo de piada deprimia Diego (…)”.<br />

Desde as primeiras páginas do processo, estava claro que a dedicação de<br />

Marconi com o caso não era saber quem tinha sido o autor. Várias testemunhas tinham<br />

presenciado o fato. Todas elas com uma relação próxima do “autor” e da “vítima”. Os<br />

acontecimentos tinham se desenvolvido nas ruas do bairro e acabaram envolvendo duas<br />

famílias conhecidas entre si em um conflito imprevisto. A questão que tirava o sono de<br />

Marconi era encontrar Diego Focucci, foragido desde aquela noite. Essa era a razão do<br />

pai de David, junto com vizinhos do bairro, organizar os protestos na porta da comisaria<br />

da área. O resto do processo referia às ações realizadas por Marconi, solicitadas pela<br />

UFI e aprovadas pelo “juiz de garantias”, para achar Diego. Escutas telefônicas na casa<br />

de familiares e amigos de Diego, vigilância no bairro, envio de ofícios a outras polícias.<br />

A primeira vez que eu vi Marconi solicitando autorização para alguma destas medidas<br />

foi naquele dia de setembro. Foram várias as outras vezes que ouvi falar do caso.<br />

Também conheci os pais de David que foram se “entrevistar com o promotor” e Alicia.<br />

Em finais de dezembro, Marconi apareceu novamente na UFI por esse caso. Informou<br />

que o pai de David tinha ligado para ele. Disse que teria lhe dito que “por ditos de um<br />

183 A expressão utilizada em espanhol é “pichón de gorra”. O termo pichón significa filhote de um<br />

pássaro, se referindo também à idéia desenvolvimento do mesmo. Gorra é o quepe utilizado pelos<br />

policiais.<br />

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