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Baixar - Proppi - UFF

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a briga com Cacá, também situava este último próximo à cena do “fato”, já que, como<br />

tinha sido indicado por outras testemunhas, Sopa e Samanta moravam na esquina do<br />

quiosque onde aconteceram os “fatos”. O que mostrava também que Cacá não era alheio<br />

ao “bairro”. Por último, os “comentários do bairro” sobre o autor ser “o genro de Sopa”<br />

e sobre o fato deles terem brigado naquela noite eram confirmados pelo próprio Sopa,<br />

situando Cacá nesse contexto.<br />

Com este conjunto de informações, Sebastián solicitou à “juíza de garantias”<br />

autorização para realizar um “allanamiento” na casa de Cacá. Foi realizado por Marconi<br />

e outros dois policiais da Divisão. Na casa dele, encontraram um casaco marrom com<br />

capuz, semelhante àquele descrito por algumas testemunhas. Apenas isso. Na hora que<br />

os policiais entraram na casa, Cacá estava na esquina com seus amigos. Os policiais,<br />

inclusive, o cumprimentaram antes de ingressar na casa. O casaco estava sendo usado<br />

por outro jovem, apelidado Tony, namorado de uma das irmãs de Cacá. Por isso, no dia<br />

4 de outubro, tanto Tony como Cacá foram citados para um “reconhecimento em roda<br />

de pessoas”; o terceiro e quarto, respectivamente, deste processo. Nem Quique nem a<br />

filha da dona do quiosque “reconheceram” Tony. Cacá, pelo contrário, foi<br />

“reconhecido” por ambos.<br />

“Foi um golaço”<br />

Naquele departamento judicial, como mencionei no Capítulo 4, os<br />

“reconhecimentos em roda de pessoas” eram realizados em uma sala especial,<br />

localizada no subsolo do prédio de Tribunales. A mesma tinha comunicação direta com<br />

a carceragem, onde os presos aguardavam ser chamados para diferentes atos judiciais. A<br />

sala constava de uma divisória, com três entradas. Em um dos ambientes, ingressavam<br />

as pessoas que seriam submetidas ao “reconhecimento”. Elas eram localizadas contra<br />

uma parede, cada uma abaixo de um número (do 1 ao 4). Nessa sala, também<br />

permanecia um funcionário da promotoria registrando o ato e indicando as pessoas onde<br />

deviam se localizar e, eventualmente, como deviam modificar sua posição. Esta sala se<br />

comunicava diretamente com a carceragem. No outro ambiente, era possível acessar por<br />

duas portas: uma que conduzia às celas e outra ao corredor, pelo qual ingressavam as<br />

testemunhas, de forma a evitar a passagem delas pela carceragem. A divisória entre os<br />

dois ambientes era um vidro que permitia o visual desde a sala das testemunhas para a<br />

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