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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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118 O CAPITAL COMO INSTRUMENTO DE PRODUÇÃOSuponhamos que o emprego de determina<strong>do</strong> tipo de construção de uma casademande o emprego <strong>do</strong> trabalho de um ano de trinta trabalha<strong>do</strong>res, dan<strong>do</strong> à casauma duração de trinta anos. Aqui, um custo de 30 anos de trabalho leva a um resulta<strong>do</strong>total de 30 anos de utilização da casa, sen<strong>do</strong> que cada ano de trabalho éremunera<strong>do</strong> pela utilização da casa durante um ano. Suponhamos que outro tipode construção dê à casa - permanecen<strong>do</strong> igual a qualidade das moradias - umaduração de 60 anos, um terceiro tipo de construção lhe dê uma duração de 120anos. Se a despesa de construção tivesse que aumentar na mesma proporção emque aumenta a durabilidade da casa, e portanto se a durabilidade, de 30 para 60anos, só pudesse ser conseguida mediante uma duplicação plena da despesa deconstrução, de 30 para 60 anos de trabalho, e se a segunda duplicação da duraçãoda casa, de 60 para 120 anos, só se pudesse conseguir mediante nova duplicaçãoplena da despesa de construção, de 60 para 120 anos de trabalho, o emprego detipos de construção mais duráveis não acarretaria nenhuma vantagem técnica: emto<strong>do</strong>s os três tipos de construção, cada ano de trabalho seria remunera<strong>do</strong> uniformementecom cada desfrute da casa durante um ano. Se, porém, for possível construiruma casa de durabilidade dupla já com custos inferiores ao <strong>do</strong>bro - o que é extremamenteprovável - nesse caso é tecnicamente mais vantajoso o tipo de construçãomais durável. 1 Por exemplo, se o segun<strong>do</strong> tipo de construção demandarapenas um emprego de 50 anos de trabalho, e o terceiro um emprego de 80 anosde trabalho, um ano de trabalho passa a ser remunera<strong>do</strong> com 1,2 ano de desfruteda casa, no caso <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> tipo de construção, e com 1,5 ano de desfrute dacasa, no caso <strong>do</strong> terceiro tipo, enquanto que em se tratan<strong>do</strong> <strong>do</strong> primeiro tipo deconstrução, com durabilidade da casa de 30 anos, um ano de trabalho é remunera<strong>do</strong>com apenas um ano de desfrute da casa.Tal relação, ou uma parecida, entre o aumento da durabilidade de objetos deuso e o aumento <strong>do</strong>s custos, através da qual se pode dar a estes uma durabilidademaior, ocorre de fato e incontestavelmente em inúmeros casos. Certamente não sepode formular uma ~Ieí" formal para isso. Isto não precisa necessariamente ocon:erem cada caso, e em muitos casos individuais seguramente não acontece na realidade;mesmo assim, resta um número muito grande de casos nos quais se pode prolongarrelativamente muito a duração útil de bens de uso, por meio de um aumentorelativamente pequeno <strong>do</strong>s custos de sua produçã'p. Quanto a isso, creio que cada.," um dispõe de experiências diretas e abundantes. E delas que vem o gracejo para­I'I<strong>do</strong>xal, mas que contém um núcleo muito acerta<strong>do</strong>: "não sou suficientemente ricor. para poder comprar coisas baratas"; essas experiências são vivamente confirmadaspor to<strong>do</strong>s os inúmeros artigos, <strong>do</strong>s quais se fabricam variantes de maior durabilidade,visan<strong>do</strong> justamente sua durabilidade maior;2 tampouco faltam, finalmente, vá­::~ ­=~.:=~~,C :=11t'::--n:~.( =r-C~:uL .:.-.-::~~E~rJ..ra :;=r'sr1:.:~3;:~Zri!ÇP::no:zJiJ.'::r::J~ e1IJ?!'1..'2 :li!"f!!C'Jie!!Si< "?;lI1 Com isso de forma alguma se diz se é mais vantajoso <strong>do</strong> ponto de vista econômico, ou seja, mais "rentável"; esse problemaestá relaciona<strong>do</strong> com a taxa de juros - alta ou baixa. O assunto será explica<strong>do</strong> mais adiante.2 Com efeito, a fabricação real desses artigos é sempre uma demonstração viva de que sua produção de longa duraçãcnão somente está ligada à vantagem técnica caracterizada no texto, mas que essa vantagem técnica, além disso, atingEum grau que supera percentualmente ou no mínimo atinge a taxa de juros vigente. Pois as fabricações de tipos mais duráveis que são economicamente rentáveis e portanto de fato são escolhidas para execução concreta, são sempre uma seJeçãcdas tecnicamente mais vantajosas dentre o número muito maior <strong>do</strong>s tipos de duração tecnicamente vantajosos, seleçã:esta que sempre tem um nexo causal - a ser ainda explica<strong>do</strong> mais exatamente no decurso desta obra - com a taxa C~juros vigente. Aliás, a existência desse nexo é um fato bem conheci<strong>do</strong> também no cálculo comercial. CASSEL (Natu"and Necessity of Interest. p. 111 et seqs.) aduz o exemplo instrutivo de uma construção de ponte que, em execução bararepromete apenas 15 anos de duração, mas com um custo de construção <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> promete 60 anos de duração; ele ca!cLlique, se quisermos agir racionalmente, no caso de a taxa de juros ser superior a 4 1/8%, se deve escolher a construçã:mais barata, mas se a taxa de juros for superior a isto, se deve optar pela variante de maior durabtlidade e mais cara. _:...última, isto 6, a unidade de forç_as produtivas que remunera com maior eficiêcia, fo! sempre a tecnicamente mais vantajos.amesmo quan<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> às elevadas taxas de juros, não deveria ter si<strong>do</strong> escolhida para ser executada..,~;~- :~::"t,,,,:- '"=:t~=:&::''"''''''' ~~'-:"'~i,",'r ~'7:iI>.ó~:,. ,-,..-11~ ~'WId!-'.~,':~.J::I~.:~

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