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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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186 o VALOR E O PREÇOhouvesse 1 000 exemplares e 1 000 oportunidades de utilidade, e desses 1 000exemplares se tivesse que retirar o exemplar de reposição de que eventualmentese precisasse, com muitíssima possibilidade se reduziria a uma grandeza absolutamenteinsignificante a diferença entre a 1 OOO~ oportunidade de utilidade - da qualse teria que tirar o exemplar de reposição de que eventualmente de se precisasse- e a 1 001~ - na qual teria de procurar um uso subsidiário o exemplar que setornQu supérfluo, em virtude da separação <strong>do</strong> grupo.E bem verdade que não ocorrerá facilmente que um indivíduo dentro de suaprópria economia tenha 1 000 exemplares <strong>do</strong> mesmo tipo de bens e 1000 oportunidadesdiferentes de uso para eles;40 entretanto, a ausência dessa pressuposição,na realidade, de forma alguma elimina a ação eficaz das influências que descrevemos,mas apenas desloca um pouco o cenário no qual elas atuam; o problema simplesmentese transfere da economia individual para o merca<strong>do</strong>. Isso ocorre da maneiraseguinte. As economias individuais compram no merca<strong>do</strong> aquilo de que precisam,e nele vendem o que lhes sobra. No merca<strong>do</strong> defrontam-se, portanto, os estoquesde bens e também as oportunidades de uso de to<strong>do</strong> o campo de comercialização.E agora - em perfeita analogia com o que acontecia anteriormente - tu<strong>do</strong> dependeráde se a merca<strong>do</strong>ria e as oportunidades de seu uso são ou não raras no merca<strong>do</strong>.Se a merca<strong>do</strong>ria for muito rara, já fará uma grandíssima diferença, para a formação<strong>do</strong> preço, se para um exemplar se encontram mais compra<strong>do</strong>res ou, ao contrário,mais vende<strong>do</strong>res. Se, por exemplo, analogamente ao que acontecia acima, só existiremtrês exemplares <strong>do</strong> bem e apenas três interessa<strong>do</strong>s em comprá-los, sen<strong>do</strong> quecada um deles deseja adquirir um exemplar para utilização da importância 50, 20e 10, e se um exemplar for de antemão retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> para um outro usocomplementar, os <strong>do</strong>is exemplares restantes serão aproveita<strong>do</strong>s para os fins de utilidadede importância 50 e 20, e - pelas leis que explicarei na próxima seção ­o preço de compra terá de fixar-se entre 10 e 20: por exemplo, em 15. Ao contrário,se, não haven<strong>do</strong> o uso complementar, também o terceiro exemplar ficar em ofertano merca<strong>do</strong>, para se poder vendê-lo, ter-se-á de levar em conta também os eventuaisinteressa<strong>do</strong>s que têm apenas a oportunidade de uso 10, o que tem como conseqüenciaque o preço de merca<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> caso é força<strong>do</strong> a ficar abaixo <strong>do</strong> nível10. Aqui, portanto, varia sensivelmente o preço, e o valor de troca subjetivo, quese baseia nele. Ao contrário, em se tratan<strong>do</strong> de uma merca<strong>do</strong>ria cuja oferta é de1 000 exemplares e que é desejada por 1 000 compra<strong>do</strong>res, provavelmente na práticanão fará mais nenhuma diferença sensível, para a fixação <strong>do</strong> preço de merca<strong>do</strong>,se ainda sobrevier um milésimo primeiro compra<strong>do</strong>r, ou então um milésimo primeirovende<strong>do</strong>r; nesse caso, o bem recebe um preço e um valor que praticamente independede haver ou não o uso complementar individual. 41Com isso, na medida em que se verificarem os pressupostos que acabamos de40 Numa economia coletivista maior. por exemplo numa economia de produção estruturada no sístema socialista, isso poderiaocorrer, com probabilidade. de mo<strong>do</strong> a se verificar literalmente o que foi dito no parágrafo anterior.41 Pensan<strong>do</strong> em Schumpeter (Wesen und Hauptinhalt. p. 252 et seqs.l. quero observar expressamente que de mo<strong>do</strong> algumpreten<strong>do</strong>, com essas palavras. negar "em princípio" à existência das oportunidades complementares, ou a alguma dasdiversas oportunidades de uso, toda influência sobre a formação <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s bens "substituíveis" Em princípio, é certoque toda oportunidade de uso (que não seja inferior à utilidade marginal), sem exceção, contribui com alguma parcelamínima para que ocorra a formaçào <strong>do</strong> valor. Todavia, essa parcela mínima, pelos pressupostos reais indica<strong>do</strong>s no texto,será tão pequena que se torna praticamente insensível: dentre inúmeras oportunidades de uso, uma delas só pode contribuirem medida infinitesimal. Que tive err.. mente apenas isso, e não uma ausência de influência -- em princípio - dealgum grupo de uso~, Schumpeter talvez tivesse podi<strong>do</strong> concluí-lo já de toda a estrutura de minha exposição, em particulartambém <strong>do</strong> fato de 9ue ,fW.1 parágrafo anterior eu só havia fala<strong>do</strong> de uma "diminuição" das diferenças de avaliação "em,elação a uma grand~za totalmente insignificante"; e o parágrafo seguinte a ele não visava a ensinar alguma coisa diferentequanto ao conteú<strong>do</strong>: pelo contrário. visava a dizer que as "mfluências descritas" antes "são vábdas" na economia de merca<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> idêntico, e somente como que em um "cenário altera<strong>do</strong>"', Aliás, para fechar a porta a qualquer equívoco, introduziagora no texto a palavrinha "praticamente", que estava ausente nas edições anteriores. Ver também adiante o Excurso VIL

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