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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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70 CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALde reservar o termo capital ao conjunto de to<strong>do</strong>s os bens existentes, tem que ir àprocura de termos técnicos apropria<strong>do</strong>s para designar os diversos grupos individuaisde bens a serem distingui<strong>do</strong>s dentro daquele conjunto, e ali se vê obriga<strong>do</strong> a empregarpara um desses grupos de bens - exatamente para aquele que costumaser denomina<strong>do</strong> por outros autores com o termo capital, precisamente na mesmaextensão, ou ao menos quase na mesma - o termo bem (commodity) como denominaçãoespecial. Portanto, a conseqüência terminológica final das propostas de Fisherseria a de que, para se poder dar a denominação de capital a to<strong>do</strong>s os bens, sedeveria, a partir de agora, deixar de dar a denominação de bens a uma parte <strong>do</strong>sbens!79Prossigo.To<strong>do</strong>s os conceitos de capital até agora discuti<strong>do</strong>s haviam se distingui<strong>do</strong> <strong>do</strong> nossopelo fato de incorporarem no conceito de capital, além <strong>do</strong>s meios de ganho, tambémbens de consumo, Abordarei agora alguns conceitos que coincidem com o nossono fato de que a palavra capital deve ser reservada a algum conjunto de meios deganho, mas que, no tocante à extensão desse conjunto, mantêm entre si pontos devista divergentes <strong>do</strong> nosso,A opinião que vai mais longe quer simplesmente que se enquadrem no conceitode capital to<strong>do</strong>s os meios de ganho, não somente os materiais mas também ospessoais; segun<strong>do</strong> esta, também o trabalho é capital. Aliás, sob um título algo diferente:alguns entendem por capital os serviços presta<strong>do</strong>s pelo trabalha<strong>do</strong>r, outros,a força de trabalho,80 outros ainda, toda a pessoa <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r,81 De per si, naturalmentenão há nada que impeça englobar em um único conceito, dan<strong>do</strong>-lhedenominação comum, todas as coisas que servem ao homem para obter renda.79 Nature of <strong>Capital</strong>, p. 5. Físher estabelece aqui. dentro <strong>do</strong> conjunto total da wealth, a divisão tripartida em land (respectivamenteincluin<strong>do</strong> os iand improvementa em real estates b , em human beings e em commodities, sen<strong>do</strong> este último termorestringI<strong>do</strong> a "'aI! wealth whích is movable, excep' man himseJr. (' É possível que o inconveniente de tal restrição <strong>do</strong> termobens seja menos visível no inglês - que além <strong>do</strong> termo commodity dispõe ainda da palavra "wealth" - <strong>do</strong> que, por exemplo.no alemão, no qual seria simplesmente impossível imitar a terminologia fjsheriana. Mesmo assim, creio que essa terminologiasignifica, mesmo no âmbito da língua inglesa, uma restrição totalmente desnaturaJ <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> usual da palavracommoditl,.'. termo que em to<strong>do</strong> caso o próprio Fisher costumava anteriormente empregar num senti<strong>do</strong> que engloba to<strong>do</strong>sos bens sem exceção (ver, por exemplo, What is <strong>Capital</strong>?, p. 514) Também Clark o usa em tal senti<strong>do</strong> amplo (Essenciaisof Economic Theory, p. 316). Não é de admirar que Fisher, partin<strong>do</strong> de sua óptica - a qual nao é congruente nem coma co~sa nem com o uso lingüístico -, seja ocasionalmente induzi<strong>do</strong> a conseqüências que a maioria <strong>do</strong>s leitores sentiráimediatamente como inaceitáveis. Cannan - cujas posições, aliás, apresentam mais de uma afinidade com as de Fisher("What is <strong>Capital</strong>?", in: Economic Jouma), junho de 1897, p. 278 et seqs.) - havia ilustra<strong>do</strong> a duplicidade de acepçõesda palavra wea/th e a distinção entre capital e renda ao comparar duas pessoas, das quais "'Smith tem uma riqueza grandee uma renda pequena. e Brown, ao contráio, tem uma renda grande, mas uma riqueza pequena". Partín<strong>do</strong> <strong>do</strong> ponto devista de que o conceito de capital seria correlativo à renda total. Fisher chega à conclusão de que é simplesmente impossívelacontecer tal caso. "<strong>Capital</strong>value, belng simply capitalised income. Smith must have a large in come if he has a (arge property,and Brown vice versa~. d ::The Rôle of Capítal, p. 534, nota 2.) Com efeito, assim raciocina ele no caso da pessoaque aparentemente possui men0S bens, mas aufere uma renda grande de sua atividade pessoal, deve-se incluir tambéma própria pessoa dela, the h uman beirlg, que uesenvoJve essa atividade. Todavia, mesmo prescindin<strong>do</strong> dessa construção,para a qual dificilmente encontrará a adesão de muitos leitores, a divergência entre a property e o income pode tambémradicar no fato de que alguém tem um patrimônio grande, mas que não produz renda, por exemplo terrenos valiosos paraconstrução ou jóias de família herdadas. Será que aqui necessariamente a uma Jorge property tem que corresponder umalorge income, ou, quan<strong>do</strong> a renda é pequena, só por isso também d property tem de ser necessariamente pequena?80 Por exemplo, SM1TH, Adam. !l, 1; UMPFENBACH. Das Kapital In seiner Kulturbedeutung, 1879. p. 19 et seqs.: SAYCours Complet Parte Primeira, capo X: mais recentemente, por exemplo, Marshall e Einarsen.81 Também SAY ,Çours Complet Parte Primeira, capo XIII: McCULLOCH. Principies. I' ed .. p. 319, 5' ed., p. 294 elseq.; WALRAS. Eléments d'Economie PoUtique, p. 217; e I. Fisher.'Benfeitorias. IN. <strong>do</strong> Tib Bens ímõveis. (N. <strong>do</strong> T)c Toda riqueza que é móvel, excetuan<strong>do</strong> o próprío homem. (N. <strong>do</strong> T)d "Pelo fato de o valor <strong>do</strong> capital ser simplesmente renda capitalíza. Smith tem de ter uma renda grande se tiver uma pro­priedade grande. e Brown. o contrário" (N <strong>do</strong> T),.•,. -'..llIll

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