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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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60 CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALconceito de "produtos intermediários" é tão importante que dificilmente se pode dizerque ele mereça menos a honra de ser denomina<strong>do</strong> capital <strong>do</strong> que o conceitode fun<strong>do</strong> nacional de subsistência; em terceiro lugar, nessa disputa os produtos intermediáriostêm a: seu favor a preponderância incontestável e portanto também decisivano uso da língua popular. Novamente não se pode deixar novamente de conceituarcomo capital o fator de produção, e por isso o "fun<strong>do</strong> nacional de subsistência"tem que ceder. 51Prossigamos. O que mais se aproxima <strong>do</strong>s "estoques de bens" de Turgot é oconceito de capital de Roscher. Posso considerá-lo ao menos um conceito feliz. Aoque parece, Roscher adere, quanto à forma de sua definição, à mesma concepçãoque também está à base da nossa definição de capital, na medida em que reivindicaa denominação de capital para "to<strong>do</strong> produto que é guarda<strong>do</strong> para a produção ulterior".52Todavia, já nas linhas seguintes, ao enumerar os elementos integrantes <strong>do</strong>capital da nação, inclina-se para a concepção de Turgot, engloban<strong>do</strong> no conceitode capital também edifícios de moradia, "aparelhos para serviços pessoais", em suma,bens de consumo imediato. Isto ocorre pelo fato de Roscher dar uma interpretaçãoinusitadamente ampla aos conceitos de "produção" e "meios de produção".Efetivamente, considera toda satisfação de uma verdadeira necessidade como a produçãode um "bem pessoal"53 e isso lhe dá ensejo para reconhecer como meio deprodução toda coisa que serve à satisfação de uma necessidade, portanto, simplesmenteto<strong>do</strong>s os bens. Que esse emprego da palavra capital não é adequa<strong>do</strong> é evidentepara toda pessoa imparcial. Ele suprime sem necessidade a oposição muitomarcante que existe entre a produção de meios de satisfação das necessidades eo consumo <strong>do</strong>s mesmos; caracteriza, por exemplo, o mandrião in<strong>do</strong>lente como umproduzor zeloso que está incessantemente preocupa<strong>do</strong> com produzir os bens pessoaisda sociedade, <strong>do</strong> conforto, <strong>do</strong> prazer etc.; e além disso conduz a uma prodigalidadeterminológica lamentável. Com efeito, na medida em que o conceito de "meiosde produção" passa a ser um sinônimo <strong>do</strong> conceito de "bem", não sobra mais nenhumtermo para designar os verdadeiros meios de produção. Todavia, uma vezque incontestavelmente é preciso destacar e distinguir estes últimos, que representamuma categoria econômica de elevada importância, <strong>do</strong>s bens de consumo, escapasede uma ambigüidade terminológica para cair em outra. Isso fica claro de imediato,da maneira mais drástica, no próprio conceito de capital de Roscher. Efetivamente,Roscher sente a necessidade - bem compreensível - de distinguir, em seu conceitode capital, os bens que servem para a produção de "bens materiais" daquelesque só servem para produzir "bens pessoais". Faz isto, chaman<strong>do</strong> aqueles de "capinestecaso se deveria, conforme mostraremos oportunamente, incorporar ao conceito de capital também certos adiantamentosdestina<strong>do</strong>s à subsistência, que são da<strong>do</strong>s a <strong>do</strong>nos de terra e a capitalistas. Neste caso, porém, surge logo a dificuldadeabordada no texto, a saber, determinar com nitidez quan<strong>do</strong> os adiantamentos destina<strong>do</strong>s à subsistência, da<strong>do</strong>s a pessoasque nâo produzem, ain da servem indiretamen te à produção, e quan <strong>do</strong> eles já não têm relação alguma com ela.'li Assim sen<strong>do</strong>, é evidente que não se poderá falar de um aban<strong>do</strong>no da minha definição de capitaL se em minha descrição<strong>do</strong> processo de produção e em minha explicação sobre o juro <strong>do</strong> capitaL com muita freqüência sou leva<strong>do</strong> a fazeramplo uso também <strong>do</strong> conceito <strong>do</strong> "fun<strong>do</strong> nacional de subsistência". Se, para uma explicação científica se dispõe de váriosconceitos relevantes ao mesmo tempo, a ciência deve fazer uso deles simultaneamente, embora naturalmente não possadenominá-los a to<strong>do</strong>s com a mesma palavra. Parece-me, outrossim, que Fisher dá uma interpretação equívoca em si mesmaplenamente correta. ao pensar que o meu "juro de capital" não teria nenhuma "ligação vital" com meu "'capitar', e queeu só teria chega<strong>do</strong> a uma teoria correta <strong>do</strong> juro afastan<strong>do</strong>-me da definição de capital por mim cuida<strong>do</strong>samente elaborada,na medida em que particularmente o fenômeno <strong>do</strong> primitivo juro <strong>do</strong> capital ocorreria também em objetos outros que os"produtos intermediários". ("The Role of <strong>Capital</strong>". In: Ec. Journal. Dezembro de 1897, p. 523.) O que há de perfeitamentecorreto I1lsto é o seguinte: o fenômeno <strong>do</strong> juro <strong>do</strong> capital realmente não está relaciona<strong>do</strong> somente com o grupo mais restrito<strong>do</strong>s "produtos intermediários" Mas Fisher não leva em conta que, na linha da minha concepção, o conceito de "produtosintermediários" justamente não tem e não deve ter nenhuma relação com o fenômeno <strong>do</strong> juro <strong>do</strong> capital, pois os "produtosintermediários" representam, na minha concepção, apenas o "fator de prod ução" capital, ao passo que a "fonte de renda",que se deve distinguir <strong>do</strong> fator de produção capital, é representada pelo meu conceito <strong>do</strong> capital de ganho ou capital priva<strong>do</strong>, o qual engloba, além <strong>do</strong>s "produtos intermediários", bens de outro gênero.52 Grundlagen der Nalionali5konomie § 4251 Cf. Grundlagen. § 211.lB'j~!'.:lIII'3l" '9=~'G: ~~::llr:.1lClll!!~~~~llIl=n~íil!: 1iil:DIi:~e::ll!'lI~:JlmiI'.!" ~.dIii!i:."'r:JJ!:1:11.::71'" :3l• "'1':r:lõi1!""":: ::::c\::O!c,-=:;a;,mJ.:::llII!IL lIilii. JIi!!'!75::mie' ~;~:..;:::;, 1.if:l ,""" ::ra."'~~::""":= "i'"':;",.:"c;", :J

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