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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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88 CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALde estabelecer no tocante ao conceito de capitaL de forma mais adequada <strong>do</strong> queaquela interpretação que entende por capital um conjunto de produtos que não sedestinam a servir ao consumo imediato, mas a fins de renda. Penso que os resulta<strong>do</strong>s<strong>do</strong> exame crítico depõem contra as interpretações concorrentes. Enquanto estastodas contrariam no mínimo a alguma exigência individual essencial - e muitasdelas contrariam simultaneamente até a várias delas -, creio poder afirmar que,no tocante ao conceito de capital por mim recomenda<strong>do</strong>, na linha da tradição deSmith. nele se atende, ao menos no essencial, a todas as normas de natureza lógicae terminológica. Ele é inatacável <strong>do</strong> ponto de vista lógico, ele é fecun<strong>do</strong>; tão fecun<strong>do</strong>que nisso ultrapassa a maior parte de seus concorrentes e não é supera<strong>do</strong> pornenhum deles; sua investidura com o nome de capital é a que melhor atende àeconomia terminológica e melhor se coaduna com o uso da língua que mais generalizadamentee com maior firmeza se consoli<strong>do</strong>u na ciência e no povo; finalmente,é esse conceito que com mais exatidão coincide com o tema daqueles grandes problemassociais que nosso tempo se habituou a discutir sob o nome de capital; emsua nuança de "capital social", ele designa, além da natureza e <strong>do</strong> trabalho, o terceiroinstrumento da produção de uma nação; e na sua nuança r!e "capital priva<strong>do</strong>", eledesigna, além da renda fundiária e <strong>do</strong> salário, a terceira fonte de obtenção de bensda economia individual. Se, portanto, algum conceito de capital existe que mereçater chance - e, como espero, chance real - de. ao término de todas as vicissitudes,sobreviver como o preferi<strong>do</strong> no vocabulário oficial da Ciência Econômica. éeste nosso.É bem verdade que precisamente alguns <strong>do</strong>s críticos mais recentes e mais credencia<strong>do</strong>sem razão de seu conhecimento especializa<strong>do</strong> dirigiram suas objeções tambémcontra esse conceito. Creio, contu<strong>do</strong>, que nesse caso exageraram em suasexigências, e leva<strong>do</strong>s por desejos pie<strong>do</strong>sos - os quais conceito algum de capital,e quiçá nem mesmo divisão alguma, é capaz de atender -, levantaram, sem razão,uma objeção contra determina<strong>do</strong> conceito de cap:tal. Efetivamente, Marshall e Fisherconcordam na objeção de que não é possível traçar uma linha demarcatórianatural e nítida entre bens de ganho e bens de produção, de um la<strong>do</strong>, e bens deconsumo imediato, <strong>do</strong> outro, distinção esta sobre a qual assenta basicamente o menciona<strong>do</strong>conceito de capital. Fisher acumula uma boa dúzia de exemplos, que emparte deveriam mostrar que um e mesmo bem pode ser ao mesmo tempo meiode ganho e meio de consumo - como o carro <strong>do</strong> médico, que serve a este tantopara passeios como para suas visitas médicas. ou um vapor de excursão, que aomesmo tempo leva carga - e em parte se destinariam ao menos a ilustrar a imperceptibilidadeda passagem de uma categoria para outra e a igualdade natural <strong>do</strong>sbens a serem diferencia<strong>do</strong>s por aquela distinção, como, por exemplo, o forno deuma padaria e o forno <strong>do</strong> fogão de cozinha (ou a lareira da sala de uma residênciaparticular), a tesoura de um fundi<strong>do</strong>r de estanho e a de uma <strong>do</strong>na de casa etc. 120Marshall, por sua vez, aponta, com intensão semelhante, para os bens de naturezapronunciadamente instrumental, que no entanto não servem para uma produçãopropriamente dita de bens materiais, mas somente à satisfação imediata de necessi­I. dades pessoais, como hotéis, bondes, navios de passageiros, trens de passageiros,riinstalações para iluminação elétrica das residências particulares etc. Ele acha que)-1""a inclusão deles leva a um conceito muito "vago", ao passo que a exclusão leva aum conceito que seria "um pouquinho menos indetermina<strong>do</strong>". Em compensação.porém, apela para uma distinção artificial, onde a Natureza não fez nenhuma, e porisso tal conceito seria "inadequa<strong>do</strong> para fins científicos".121120 What ;s Capitai? p. 513:2; Peine.ples. 3' ed .. p. 151 et seqs., sobretu<strong>do</strong> p. 151. nota 2.

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