12.07.2015 Views

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A CONTROVÉRSIA EM TORNO DO CONCEITO DE CAPITAL 43,-:;s. naDe qualquer forma, com isso a língua popular entrou pelo caminho de uma:'-:anto:-:1odificação <strong>do</strong> conceito de capital e logo também foi segui<strong>do</strong> nesse caminho pela!: ~enta­ ~;)guagem científica, dessa vez com uma clareza mais consciente. Pode-se certamente~ ::.:era­ :::~zer que para a ciência o conceito de capital só se tornou interessante e relevantec c:)mo:Jrecisamente devi<strong>do</strong> a essa sua ampliação.:2: c não A ciência foi insistentemente convidada a empreender essa ampliação <strong>do</strong> conr:::con­ceito de capital em virtude de <strong>do</strong>is fatores. Por um la<strong>do</strong>, foi pressionada a isso pelac.:zava,célebre controvérsia multissecular vigente sobre se são justos ou injustos os juros de­::::--.hei­:-:va<strong>do</strong>s de empréstimos. 6 Havia-se chega<strong>do</strong>, com decisão cada vez maior, a colo­J~2Ia<strong>do</strong>car os juros de empréstimos de capital-dinheiro em relação com os rendimentos:.:-:-:ento:::eriva<strong>do</strong>s de bens nos quais o capital-dinheiro era investi<strong>do</strong> pejo mutuário ou po­El!ati­:::eria ter si<strong>do</strong> investi<strong>do</strong> por ele ou pelo próprio mutuante. Achava-se que as duas_2 ,en­ modalidades de obter rendimentos provinham de uma e mesma raiz econômica.~:'.lisse.:\chava-se, além disso, que, também no tocante à elevação <strong>do</strong>s juros <strong>do</strong> dinheiro,; ··.1;os,:--nesmo por muito tempo dependeria muito mais da abundância em que tais outrosJens estão disponíveis no país <strong>do</strong> que da quantidade <strong>do</strong> dinheiro disponível. Por':'" ,ela­osso, foi-se leva<strong>do</strong>, na questão <strong>do</strong>s juros, a englobar "dinheiro" e "bens" sob uma ca­;- 3 en­ :egoria econômica comum. Ora, a maneira mais fácil de fazê-Ia era recorrer à am­~:::) de ;Jliação - aliás já começada - <strong>do</strong> conceito popular de capital, e aplicar tambémc:: di­:la terminologia científica os termos capital e juros de capital aos estoques de bens~s. Já e aos seus rendimentos que não traziam a forma precisa de dinheiro.S~ dis­ Mas a necessidade ou ao menos a ocasião para uma tal ampliação <strong>do</strong> conceitotc nosde capital verificou-se também em um outro campo da pesquisa científica. Com:J,esadeito, não podia ter deixa<strong>do</strong> de ocorrer que se passasse a atentar para a influênciaLe elapositiva e fecunda que o dispor de meios abundantes exercia também no setor daL::çãoprodução. Ora, uma vez que normalmente tais meios advinham ao empresário pro­~:lcia:lutor antes de tu<strong>do</strong> na forma de capitais-dinheiro, e já que, na linha da concepçãor-.::-emmercantilista então <strong>do</strong>minante, se tendia naturalmente a ver no dinheiro a fonte de2:10S toda bênção para a economia nacional, essa convicção passou a impor-se primeiroT:entena afirmação de que os capitais (no senti<strong>do</strong> antigo e restrito de somas em dinheiro),.:)vo são fecun<strong>do</strong>s para a produção. Veio, porém, a reação científica contra o mercantilisnamo. Entre outras coisas constatou-se também que aqui o que faz a produção cres­Il'lan­cer não é a riqueza em dir)heiro, mas a riqueza em vários outros bens e matérias:-en­úteis. Ter-se-ia podi<strong>do</strong> exprimir de duas formas essa correção em relação ao velhoxa<strong>do</strong>princípio arraiga<strong>do</strong> de ~uB "os capitais fazem a produção aumentar". Ou, manten<strong>do</strong>edasesse princípio em seu antigo senti<strong>do</strong> literal, poder-se-ia desmenti-lo formalmente,.::la­5 ::ie­:oda uma série de fontes lexicográficas citadas por ele mesmo, as quais em parte sugerem claramente a limitação negada?or ele, e em parte a expressam de maneira explícita. À primeira categoria parecem pertencer as numerosas definiçõesque determinam como capital uma soma de dinheiro investida no comércio ou em negócios (por exemplo, Vocabo]ariodegli Accademici della Crusca, 1612: "<strong>Capital</strong>e (...) quelia quantità di danari, che pongono i mercatanti in sui traffichi")\Jejo nessas definições um elo intermediário característico da evolução descrita no texto. Primeiramente elas estendem o:;-9.:onceito de capital, de somas de dinheiro emprestadas a juros, para outras somas de dinheiro investidas em fins lucrativos,-":::")­ que nesse investimento naturalmente tiveram de transformar-se em bens de outro tipo, merca<strong>do</strong>rias, navios e congêneres.O destaque da<strong>do</strong> nessas definições aos investimentos comerciais não me parece ser um acaso; pelo contrário, marca o;>ermanente apego à característica da obtenção de um rendimento em dinheiro como juro d e capital - característica na?= ~ .:=:-n :;uai precisamente reside a raiz <strong>do</strong> conceito de capital. Essa concepção é explicitamente confirmada pela ocorrência de: ~ 2t::efinições como a de Kruenitz IEnzykfopaedie. 1776), citada por Umpfenbach e Fisher: "Denomina·se capital uma soma- ::::-:0ie dinheiro, na medida em que se destina a render ganho, em contraposição a esse ganho"..O próprio Fisher não admite:-:- -- aque essa definição, enunciada no mesmo ano em que apareceu na Inglaterra a obra de 3mith, já pudesse estar sob a in­:.::-=--. J:!uência desta última. Quan<strong>do</strong> Fisher libid.), porém, pretende enfraquecer a importância dessa definição para o tema em:..:: :02 Jiscussão, dizen<strong>do</strong> que Kruenitz teria contraposto o capital apenas ao ganho, mas não a alguma outra parte <strong>do</strong> capitalexistente lhe contrasts capital with "Gewinn': a flow and not a part ofstock), gostaria de replicar que a segunda contraposi­-.;ão me parece ser uma conseqüência lógica evidente da primeira: estoques de uens que não têm nenhuma relação com;anho excluem-se (mesmo que Kruenitz não o tivesse dito explicitamente) automaticamente de uma definição que estáJaseada em uma relação de contraposição a um ganho a ser auferi<strong>do</strong>. De maneira semelhante ou exatamente igual como.<strong>do</strong> conceito de "pais", cunha<strong>do</strong> com relação aos filhos. se excluem não somente os filhos, mas também todas as terceiras;Jessoas que nunca sequer colocaram filhos no mun<strong>do</strong>!c Ver minha Geschichte und Kritik der Kapitalzinstheorien. Seção II e 111.2:--:-02c-: :2

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!