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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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192 o VALOR E O PREÇOduto final; este, por sua vez, constituí o critério que mede o valor <strong>do</strong> grupo de bensde terceira ordem e este, finalmente, é o critério para medir o valor <strong>do</strong> último grupo,o da quarta ordem. De uma etapa a outra, altera-se a denominação <strong>do</strong> elementodecisivo, mas nas denominações diversas atua sempre a mesma coisa: a utilidademarginal <strong>do</strong> produto final.Apesar da coincidência material das duas teses, não é supérflua a formulaçãoexpressa da segunda. Ela tem a importância de uma fórmula abreviada cômoda,da qual na vida prática nos servimos com mais freqüência <strong>do</strong> que da própria fórmulaprincipal. Quan<strong>do</strong> refletimos sobre o que traz um meio de produção para nossobem-estar, naturalmente consideramos primeiro o produto que dele obtemos, e depoiso que este representa para nós em termos de bem-estar. Se ainda não sabemoso que ele nos traz, evidentemente temos que retroceder mentalmente, elo porelo, to<strong>do</strong> o curso da utilidade, até chegarmos finalmente à utilidade marginal <strong>do</strong> elofinal maduro para o consumo. Mas muitas vezes isso não é necessário. Partin<strong>do</strong> deuma reflexão ou experiência anterior. já encontramos pronto um juízo sobre o valor<strong>do</strong>s produtos, e nesse caso baseamos sobre eSSE: juízo também o juízo sobre o valor<strong>do</strong>s meios de produção. Um comerciante de madeira que quer comprar madeirapara produzir aduelas não precisará refletir muito sobre o valor que para ele tema madeira: calcula quantas aduelas pode produzir com ela e fica saben<strong>do</strong> o queas aduelas valem nas atuais condições de merca<strong>do</strong>; não precisa preocupar-se comoutra coisa.Até agora desenvolvemos as exposições supra sobre o valor <strong>do</strong>s meios de produçãobasea<strong>do</strong>s apenas em razões internas, que são como que postula<strong>do</strong>s da lógicada Economia. Mas que nos diz a experiência sobre esses postula<strong>do</strong>s lógicos? ­Ela os confirma. Aliás, para confirmá-los podemos invocar justamente a "lei <strong>do</strong>s custos",que aparentemente é tão hostil à nossa teoria da utilidade marginal. A experiênciamostra que o valor da maioria <strong>do</strong>s produtos é igual a seus "custos". Ora, os "custos"não são outra coisa que o conjunto <strong>do</strong>s meios de produção de valor - trabalho,unidades de capital -, usos da riqueza e similares, que tiveram que ser usa<strong>do</strong>s paraa fabricação de um produto. Por isso, a conhecida identidade entre custos e valornão passa de uma forma diferente de expressar a identidade <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s gruposde bens de ordens diferentes que desembocam uns nos outros. Bem sei que, noque tange à causa dessa identidade, se costuma dar à lei <strong>do</strong>s custos a interpretaçãooposta à que nós damos: enquanto nós dissemos que o valor <strong>do</strong>s meios de produ­~ ção e, portanto, <strong>do</strong>s bens-custos é dita<strong>do</strong> pelo valor <strong>do</strong>s produtos que provêm de­I1,I Iles, se costuma interpretar a lei <strong>do</strong>s custos de maneira inversa: o valor <strong>do</strong>s produtos.1'1 seria determina<strong>do</strong> pelo montante <strong>do</strong>s custos, portanto pelo valor <strong>do</strong>s meios de pro­..... ~'Idução <strong>do</strong>s quais são produzi<strong>do</strong>s. Um pouco mais adiante teremos de examinar arazão dessa contradição no tocante à causa da identidade; aqui limito-me a tirar daquiapenas a confirmação de que existe realmente a afirmada identidade <strong>do</strong> valor<strong>do</strong>s grupos de meios de produção que sucessivamente desembocam uns nos outros,não importan<strong>do</strong> de momento qual seja a causa de tal identidade.Sem dúvida, a igualdade de valor não é absoluta, mas apenas aproximativa:só se pode falar de uma tendência à igualdade de valor. Os desvios da identidadeabsoluta são de <strong>do</strong>is tipos: em parte não obedecem a regra alguma, em parte sãoregulares. Os <strong>do</strong>is desvios devem-se ao fato de a produção demandar tempo. Duranteos intervalos de tempo - muitas vezes longos - que decorrem durante operío<strong>do</strong> em que os bens de sexta ou oitava ordem, atravessan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os estágiosintermediários, chegam gradativamente à forma final <strong>do</strong> produto de consumo maduropara a utilização, pode haver mudanças nas pessoas e nas coisas. Podem mudaras necessidades, podem mudar as relações entre demanda e cobertura, sobretu<strong>do</strong>, ~~•,3I , 1 :9li..ire~111/;li;;fiI11..~..«•Il'..ti'J • lii~I'""Í~lIiOl..'=

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