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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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160 o VALOR E O PREÇOrísticas da espécie água, mas também ao fato de que, devi<strong>do</strong> à grandeza dessaquantidade, não se pode, sem prejuízo, abrir mão dela. Disso seguem, porém, duascoisas: primeiro, que o valor da espécie como totalidade é um valor concreto nor­mal e, segun<strong>do</strong>, que não se pode transferir o valor que a espécie só tem como con­junto todas as unidades para cada unidade isolada da espécie. Ora, exatamente estefoi o erro cometi<strong>do</strong> pela teoria <strong>do</strong> valor abstrato da espécie; e manifestamente elafoi levada a esse erro pelo emprego bivalente que a expressão "a espécie inteira"admite e recebe. Quan<strong>do</strong> se diz que "toda espécie água tem valor", pode-se comisso querer dizer ou que toda a água somada tem valor, ou que cada quantidade ]de água tem valor. Ora, pelo fato de esse juízo ser evidentemente correto no primei­ro senti<strong>do</strong>, mas não se ter distingui<strong>do</strong> esse juízo <strong>do</strong> outro, no segun<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>, chegou­se a atribuir erroneamente a toda e qualquer quantidade de água um "valor abstratode espécie".Que o valor abstrato de espécie não é um valor autêntico, deixam-no entrever,em pronunciamentos ocasionais, até vários adeptos imparciais. Assim, por exemplo,Wagner, quan<strong>do</strong> observa que o juízo que leva ao valor abstrato "não necessariamenteestimula a vontade de conservar ou adquirir um bem".ll Com isso se :reconhece indiretamente que o valor da espécie não tem uma importância real parao bem-estar, importância que as pessoas deveriam levar em consideração tambémno agir. Na verdade, a única propriedade que os bens apresentam, em decorrência<strong>do</strong> fato de pertencerem a determinada espécie, é a utilidade própria dessa espécie, ]e por isso o valor de espécie que se baseia simplesmente no pertencer a esta não 1é outra coisa que uma segunda denominação para a utilidade. Deve-se ou não in­ 1corporar essa segunda denominação no uso da linguagem científica? Eis aí uma !iquestão de conveniência terminológica, haven<strong>do</strong> as razões mais cogentes para ne­jgar essa conveniência. Como sinônimo de utilidade, o "valor da espécie" abstratoé supérfluo, e como concorrente para substituir o termo valor, que de qualquer formajá tem <strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s, ele perturba e induz ao erro. Portanto, uma vez que nãoprecisamos dele em Economia, deixemo-lo completamente de la<strong>do</strong>. Isso é tanto maisfácil de ser feito, visto que o povo nunca o conheceu; na verdade ele só foi enxerta<strong>do</strong>na linguagem pela abstração erudita artificial.m. A grandeza <strong>do</strong> valor. O princípio geral. A lei dautilidade marginalCom o problema <strong>do</strong> princípio que rege a grandeza <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s bens, pisamos.I L· no terreno em que se encontra a tarefa principal da teoria <strong>do</strong> valor e também suasdificuldades maiores. Estas resultam de uma coincidência peculiar de circunstâncias.Com efeito, por um la<strong>do</strong> o princípio correto se nos antolha quase que com evidência.Se o valor é a importância que os bens possuem para o bem-estar humano,e se essa importância se baseia no fato de haver algum ganho de bem-estar quedepende de se dispor deles, também é claro que a grandeza <strong>do</strong> valor deve necessariamenteser determinada pela grandeza <strong>do</strong> ganho de bem-estar que depende <strong>do</strong>respectivo bem. Um bem terá valor eleva<strong>do</strong> se dele depender uma importante vantagempara nosso bem-estar, e terá um valor baixo se dele depender apenas um..,"~ ganho de bem-estar insignificante.~ ~ I11 Grundlegung. 2' ed .. p. 52. Em meu entender, para ser plenamente acertada, a observação citada <strong>do</strong> excelente pesquisa<strong>do</strong>rdeveria ter i<strong>do</strong> um pouco mais longe. Com efeito, penso que a situação que está à base <strong>do</strong> valor abstrato daespécie não só necessariamenre não nos estímuJa a agir, mas por si mesma simplesmente não nos estimula.

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