EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I
EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I
EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
212 o VALOH. E O PREÇOcoletá-los. 79 E, uma vez que tivermos observa<strong>do</strong> segura e corretamente esses fatos,simplesmente como fatos, como pesquisa<strong>do</strong>res de EconoJT.ia Política já não precisaremosmais preocupar-nos com sua explicação em profundidade e com a eventualidadede os psicólogos poderem dela divergir ou errar. Os desvios ocorrentesnas profundidades, cuja correção na realidade devemos deixar aos psicólogos deprofissão, não afetam com seus efeitos o âmbito de nossa ciência; quanto aos desviosocorrentes na camada superficial <strong>do</strong>s fatos - e somente estes perturbam nossasexplicações - também nós temos condição e direito de corrigi-los, basea<strong>do</strong>sem nossa necessidade científica e no conhecimento <strong>do</strong>s fatos, já que este, no tocanteaos temas limítrofes, tem no mínimo a probabilidade de ser mais profun<strong>do</strong>, maisíntimo e mais nuança<strong>do</strong> que o conhecimento que deles têm os próprios psicólogos.Nesse senti<strong>do</strong>, no decorrer de minha obra - aliás. em geral somente nos "Excursos"- permiti-me algumas dessas ultrapassagens de divisas, efetuadas com cuida<strong>do</strong>;80com cuida<strong>do</strong>, no senti<strong>do</strong> de que me empenhei em não ir além daconstatação de fatos, evitan<strong>do</strong> invadir o campo da explicação <strong>do</strong>s mesmos; comcuida<strong>do</strong> também, no senti<strong>do</strong> de que sempre parei naquele ponto a partir <strong>do</strong> qualo assunto já não tem mais relevância para a pesquisa da Economia Política, porser já de interesse exclusivo da Psicologia. De resto, se a Psicologia haurisse algumestímulo ou proveito dessa nossa modesta ajuda na coleta e na análise de um conjuntoespecífico de fatos - como já aconteceu várias vezes no passa<strong>do</strong>, no confrontoda teoria <strong>do</strong> valor entre a Economia Política e a Psicologia -. de mo<strong>do</strong> algumeu haveria de ver nisso uma desvantagem 81- ~.- ::-: ....:~'- -::0.0;::-.,;2. Grandeza <strong>do</strong> valor e grandezas <strong>do</strong> sentimentoColocamos a natureza <strong>do</strong> valor na importância que os bens têm para nosso bemestar.Ensinamos que a grandeza <strong>do</strong> valor deve ser medida pela grandeza da diferençade bem-estar, da diferença de prazer e sofrimento, que depende da posse ounão de um bem. Em última análise, portanto, o que se tem de calcular. pela nossateoria, são grandezas pertinentes à esfera <strong>do</strong> sentimento, da sensibilidade.Objeta-se, porém, que é impossível e ilícito operar com cálculos no âmbito <strong>do</strong>ssentimentos. As grandezas <strong>do</strong> sentimento são irracionais, incomensuráveis, afirma- -~79 "Das Wesen und der Hauplínhalt der theore'íschen Nationaloekonomíe" Kritíche Glossen von Wíeser. In: Jahrbueh luerGesetzgebung etc. de Schmoller, v. 35 11911), p. 9148U Dentre elas, as mais notáveis são as investigações sobre a "mensurabilidade" de grandezas <strong>do</strong> sentimento. no "Excurso"X, e sobre a motivaçâo de atos econômicos presentes er.1 relaçâo a necessidades futuras. no "Excurso" XI8lSobre a relação entre a teoria da Economia Polí1ica e a Psicologia têm~se pronuncia<strong>do</strong> nos úJlill10S anos, com colocaçõesínteressantes e profundas, sobretu<strong>do</strong> WEBER, Max. "Díe Grenznutzlehre und das psyehophysísche Grundgesetz". In:Arehiv fuer Sozia/wissensehaft, v. 27, 1908. p. 546 et seqs. e WIESER ( na já citada recensão da obra de Sehumpetersobre "Wesen und den Hauptínhalt der theoretisehen Natíonaloekonomíe". In: Jahrbueh de Schmoller, v. 35, 1911. p. 909et seqs.) Penso que no essencial concor<strong>do</strong> com os <strong>do</strong>is autores. Concor<strong>do</strong> totalmente com eles em afirmar que a maiorparte <strong>do</strong>s fatos psíquicos nos quais temos que basear-nos já nos são acessíveis pela experiência geral <strong>do</strong> dia a dia, e quenossas explicações de competência da Economia Política de mo<strong>do</strong> algum estão amarradas à adesão a determ!nada teseescolar psícológica: concor<strong>do</strong> em que. por exemplo como bem observa Weber (op dt.. p. 552 et seqs.), "os resulta<strong>do</strong>sda teoria da utilidade marginal. no que tange ao próprio fato de ela ser correta, independem absolutamente das maioresrevoluções imagináveis das hipóteses fundamentais da Biologia e da Psicologia". No que concerne, porém, ao mo<strong>do</strong> defalar, parece-me que os <strong>do</strong>is autores negam mais radicalmente co que é necessário e correto a vinculação de nossa teoriaà Psicologia. vinculação esta que é real. Já Wieser parece·me ter i<strong>do</strong> longe demais nesse senti<strong>do</strong>, ao escrever: "Se quisermos,podemos d',zer que permanecemos e queremos permanecer leigos em ?sicologia" (op. cit., p, 915). E erram totalr.1enteo alvo certos pronunciamentos de Weber, os quais querem transformar a diferença 'luma oposição: "-A teoria da utilidade•marginal. e de mo<strong>do</strong> geral toda teoria econômica, faz isso" (ou seja. "superar' e "sublj:nar" a "'experiência <strong>do</strong> dia a dia")• "não da maneira e no sentico da Psicologia, mas rr,ais ou menos justamente na oposto r. .. )" (?), 'Tu<strong>do</strong> isso" (que fazemos teóricos da Economia Política) "é na verdade o oposto de qualquer Psicologia" (up. cit.. 554). Quem desejar boa orientaçãosobre o tema geral das relações entre a Economia Polftica e a Filosofia, permito-me remetê-lo à excelente e sólida obrade BONAR. Philosophy and Political Economy in Some of Their Historieai Relations Londres. 1893.