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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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124 ü CAPITAL COMO I:"STRUMENTO DE PRODUÇÃOcom o capital, senão que o aparecimento <strong>do</strong> capital é fruto de uma "captação" anteriorde forças condescendentes da Natureza pelas forças produtivas originárias deque o homem dispõe. Em suma, dentre os muitos predica<strong>do</strong>s que os autores deEconomia Política têm da<strong>do</strong> ao capital, o que melhor corresponde a esse conjuntode fatos é o de instrumento de produção.Em terceiro lugar. porém. o capital se torna, de mo<strong>do</strong> indireto, também causada a<strong>do</strong>ção de outras vias de produção indiretas e vantajosas - outras que não aquelasem cujo decurso o próprio capital se originou. Quan<strong>do</strong> e por que uma nação possuimuito capital pode não somente executar com sucesso aqueles méto<strong>do</strong>s de produçãoindiretos em cujo decurso se originaram os capitais hoje existentes, mas tambémencetar outras vias de produção indiretas e novas. Pois o estoque de capitalexistente, que no fun<strong>do</strong> não é outra coisa que um conjunto de bens de consumoque se encontram no processo de desenvolvimento,2 separa anualmente determinadaquantidade de suas partes integrantes, que precisamente acabaram de terminarseu processo de desenvolvimento, e a coloca à disposição <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> econômicoem curso, para fins de consumo. Quanto maior for o estoque de capital, tanto maiorserá a parcela com a qual as forças produtivas de perío<strong>do</strong>s passa<strong>do</strong>s contribuempara o suprimento de meios de consumo <strong>do</strong> presente, e tanto menor será a parcelade forças produtivas novas - sobrevindas neste ano - que se terá que destinaràs necessidades de consumo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> em curso; em conseqüência disso, fica liberadauma cota maior dessas forças produtivas novas para servir ao futuro, paraserem investidas em méto<strong>do</strong>s de produção indiretos mais ou menos longos.Quan<strong>do</strong> uma nação possui tão pouco capital, que os meios de consumo origina<strong>do</strong>sem um ano, digamos em 1909, em virtude <strong>do</strong> amadurecimento de produtoscapitalistas intermediários, dificilmente cobrem 1/20 da demanda <strong>do</strong> ano corrente,os 19/20 restantes têm de ser produzi<strong>do</strong>s com o trabalho e os recursos da terra<strong>do</strong> ano corrente de 1909, restan<strong>do</strong> uma fração mínima das forças produtivas de1909 para iniciar vias de produção indiretas que só levarão à produção de meiosde consumo nos anos subseqüentes. Em contrapartida, se o passa<strong>do</strong> tiver acumula<strong>do</strong>um tesouro tão abundante de produtos intermediários, de matérias-primas, deintrumentos e máquinas, fábricas, edifícios etc., que, pelo amadurecimento sucessivo<strong>do</strong>s mesmos em meios de consumo, a demanda de meios de consumo de 1909é atendida em 5/10, a <strong>do</strong> ano de 1910 em 4/10, a <strong>do</strong> ano de 1911 em 3/10 eassim por diante, só será necessária a metade das forças produtivas novas sobrevindasem 1909 para atender plenamente à demanda corrente, ao passo que toda aoutra metade pode sem problema ser utilizada para a geração de produtos intermediários,que só serão utiliza<strong>do</strong>s para o consumo em anos futuros - aliás, em anostanto mais distantes quanto maior for a parte da demanda <strong>do</strong>s próximos anos quefor atendida já agora pelo acúmulo de capital obti<strong>do</strong> no passa<strong>do</strong>.Nesse senti<strong>do</strong> - e só nesse - é correto dizer que já se deve possuir capitalpara se poder a<strong>do</strong>tar méto<strong>do</strong>s de produção indiretos, e que a falta de capital é umobstáculo para a a<strong>do</strong>ção de méto<strong>do</strong>s de produção vantajosos mas remotos no tempo,para construção de ferrovias. abertura de canais, instalações de projetos de irrigaçãoe controle de águas etc. Seria totalmente falso entender essa proposição nosenti<strong>do</strong> de que uma nação já precisaria possuir pronto aquele tipo de Rens de capitalcom os quais se executam os respectivos méto<strong>do</strong>s de produção, ou deveria possuirao menos aqueles bens de capital (matérias-primas, instrumentos etc.) <strong>do</strong>s quaisse fabrica diretamente os bens de capital de que se necessita; o que se precisa ém2 Schaetfle dá. uma boa explicação: o capital é "a riqueza ciestinada ao consumo. digamos, enquanto semente q'-le grelaenquélnto está no vlr-a-ser como Dotão que abre e fruto que amadurece". (Ver SCHÜENBERG. Handbuch. 2' ed.. p. 208

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