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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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il142 O CAPITAL COMO INSTRUMENTO DE PRODUÇÃOuma renda pequena só poderá retirar e guardar alguma coisa <strong>do</strong> pouco que tem,sujeitan<strong>do</strong>-se a uma privação sensível, com um forte auto<strong>do</strong>mínio; ao contrário, quempossui uma renda anual de 1 milhão de florins e se contenta em consumir apenas1/2 milhão, transforman<strong>do</strong> em capital o outro 1/2 milhão, de forma alguma precisaser um herói de renúncia. Para formar capital é indispensável simplesmene o fatode se poupar: se isso acontece com ou sem sacrifício e mérito moral, eis uma circunstânciaindiferente para o resulta<strong>do</strong>. Liga<strong>do</strong> a isso está também o seguinte: demo<strong>do</strong> algum se pode ter e se tem o direito de aproveitar a verdade teórica de quea "poupança" é necessária para formar capital, fazen<strong>do</strong> dela uma justificativa moralou sócio-política para cobrar to<strong>do</strong> e qualquer montante de juros <strong>do</strong> capital. Temosaqui novamente um caso em que a confusão entre o problema teórico e o problemasócio-político <strong>do</strong>s juros - confusão essa que já denunciei alhures 16 - geroumuitos males. Um <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s confundiu erroneamente o princípio teórico de que.para formar capital, deve antes ter havi<strong>do</strong> uma poupança, com o juízo moral deque os juros de capital seriam justifica<strong>do</strong>s pelos méritos da renúncia; e o outro parti<strong>do</strong>,que com muito acerto reconheceu que essa justificação, formulada de maneiratão geral, não é correta, se deixou induzir por essa mesma confusão <strong>do</strong>s problemasa negar não somente a conclusão sócio-política, que é falsa, mas também a premissateórica, que é verdadeira. Se fizermos a devida distinção. a cada um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>isparti<strong>do</strong>s daremos a razão que lhe cabe: concedamos sem mais a Rodbertus e LassaBeque o poupar não precisa necessariamente ser um ato moral heróico. e portantotambém não precisa ser uma razão sócio-política suficiente que se reconheça averdade teórica que, para se formar capital, é indispensável que haja uma poupançaobjetiva.Uma segunda objeção enfatiza que, para se poder juntar capital, é preciso ad·quirir mais <strong>do</strong> que aquilo de que se necessita, queren<strong>do</strong> concluir daí que é propriamenteà produtividade <strong>do</strong> trabalho e à laboriosídade que se deve atribuir a formação<strong>do</strong> capital, e não à parcimônia. Assim, eis como argumenta pormenorizadamenteRodbertus: quan<strong>do</strong>, no início <strong>do</strong> desenvolvimento econômico, um "proporietário isola<strong>do</strong>não tem tempo para fabricar para si uma ferramenta, por ter de viver continuamenteda mão para a boca", a culpa está simplesmente no fato de a produtividade<strong>do</strong> seu trabalho ser excessivamene baixa. Se mais tarde essa produtividade aumentarao ponto de, por exemplo, bastarem oito horas de trabalho para conseguir o sustentodiário, "nesse caso ele guarda, <strong>do</strong> tempo de trabalho que até agora tinha quededicar inteiramente à tarefa de ganhar o necessário para o sustento, uma parte paraoutro trabalho, e é esse trabalho de sobra que ele pode agora dedicar à fabricaçãode uma ferramenta" Dessa observação perfeitamente correta Rodbertus tira a conclusãoseguinte: "o que possibilita o surgimento desse primeiro capital é somenteo aumento da produtividade <strong>do</strong> trabalho, e não a poupança".l? Kleinwaechter expressaa mesma idéia básica de maneira mais concisa e drástica, dizen<strong>do</strong>: "Quemleva à caixa econômica uma parte, digamos, a metade <strong>do</strong> que gan hou, é apenasaplica<strong>do</strong>. Poderia, por exemplo, ganhar o seu magro sustento trabalhan<strong>do</strong> apenascinco horas por dia, reservan<strong>do</strong> diariamente o perío<strong>do</strong> depois <strong>do</strong> meio-dia à recreaçãoou ao divertimento; em lugar disso, o homem trabalha dez horas por dia e depositaregularmente na caixa econômica o quE:;. ganha depois <strong>do</strong> meio-dia".18Parece-me muito fácil refutar essa objeção. E errôneo dizer que aquele homemé "simplesmente aplica<strong>do</strong>". Ele é aplica<strong>do</strong> e conômico. Se fosse apenas aplica<strong>do</strong>,16 Geschichte 'und Kritik. 2" ed., p. 2 et seqs., e 4"- ed , p 2 et seq'17 Das Kapital, p. 242 et seq5.18 KLEINWAECHTER na segunda edição <strong>do</strong> Handbuch de Schoenberg. p. 215.-:;.- :; - ­- - - -.::......­:.=- -~---- - - :::- - - -::: -:::- - -;:;. - .::.- - ---.- - - =­-- : ~-~- .:_-~---- ::~=- - :4::.~'--::~-: -=--."; :-:: J_. -~-~ ",:_-,~- - -::-: :I';'''''''::'''-:-7:: ~-' '::::-_-=Ii:e::-:-.:-:::: :- -.:...::i-:.::;;::.." :-.: =- .:-: - :-f- .-"~: -=----­ -. - .-:-~--~ -õ- s:i-. ,-: -=-j

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