12.07.2015 Views

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

I90 CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALprices, ou seja, entre preços de merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> momento e seus preços normais delonga duração. No entanto, essa distinção, que não só agrupa preços para fins descritivos,mas delimita campos em que leis de preço de conteú<strong>do</strong> diferente são válidas,se fundamenta numa linha demarcatória entre perío<strong>do</strong>s "curtos" e "longos". Ora,não se pode nem imaginar uma linha demarcatória menos nítida, mais artificial emais flutuante <strong>do</strong> que esta!Numa palavra, não se pode esquecer que a finalidade e o alcance de linhasdemarcatórias não é separar as cidades limítrofes, mas os impérios. Quan<strong>do</strong> é possívelunir as duas coisas igualmente bem, tanto melhor; quan<strong>do</strong>, porém, a natureza<strong>do</strong>s territórios limítrofes não representa uma linha demarcatória que seja característicae rigorosamente nítida, nem por isso se abrirá mão de separar os Reinos. Pelocontrário, traçar-se-á uma linha demarcatória mais ou menos artificial num lugar emque ela seja o mais adequada possível para a finalidade principal visada e seja omenos inadequada possível para o detalhe local. Essas linhas demarcatórias, no essencialboas, mais ou menos artificiais em relação aos objetos delimita<strong>do</strong>s, e sobretu<strong>do</strong>absolutamente indispensáveis para fins científicos, são as distinções entre produzire consumir, entre meios de ganho e meios de consumo, entre bens de primeira ordeme bens de ordem superior, entre short period-prices e long period-prices e muitasoutras mais. Essas linhas precisam ser traçadas, e de fato to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> as traça.Fazem-no também os próprios adversários que tão vigorosamente impugnam umconceito de capital basea<strong>do</strong> naquela distinção. Marshall, por exemplo, reconheceabertamente que há muitos argumentos a favor da tese de se dispor de um termoespecial para o grupo <strong>do</strong>s "bens instrumentais" que prestam serviços aos homensnão de maneira direta, mas apenas indireta, pela mediação de outros bens. Masele duvida que a denominação "capital" seja boa para isto, e que esse grupo de bensseja "compacto". 124Mas, com essa concessão, parece-me que a controvérsia já está decidida contrameus oponentes. Pois - e disso parece que eles não têm clareza suficiente em suaobjeção - se o argumento da pouca nitidez das linhas demarcatórias tivesse algumaforça (e não a tem, no meu entender), deveria ele manifestar seu lacance numsenti<strong>do</strong> bem diferente daquele que pretendem Marshall e Fisher. Se a pouca nitidezdas linhas demarcatórias tornasse realmente imprestável uma distinção, a única conseqüênciaa ser tirada <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> argumento seria a de que se deveria pura e simplesmenterenunciar ao uso da respectiva distinção, sob qualquer denominação queseja. Ora, nem os próprios oponentes querem isso, nem podem querê-lo. Se, aocontrário, a própria distinção real adquiriu uma vez o direito de cidadania na ciência,o menciona<strong>do</strong> argumento não pode ter a mínima força para provar que a essadistinção se deva negar, especificamente, a denominação de capital. Pois, por suaprópria natureza, o argumento é dirigi<strong>do</strong> contra a coisa e não contra a denominação.Se o argumento não for suficientemente forte para impedir a coisa, nesse casopelo seu conteú<strong>do</strong>, seguramente não oferece absolutamente nenhum ponto de apoiopara impedir que se empregue a denominação de capital para a coisa, em si mesmaadmissível.Várias outras objeções levantadas pelos mesmos críticos parecem ter um peseainda bem menor.1 25 Resumin<strong>do</strong>, portanto, não creio que o conceito de capital por124 Principies. 3' ed.. p. 151.125 Fisher levanta contra o conceito de capital por mim recomenda<strong>do</strong>, respectivamente contra a criação de um conce'::de "capital nacional" basea<strong>do</strong> na relação com a produção, ainda as três objeções seguintes: 1) o perigo de confusões, prm",:niente da divisão bipartida d o conceito de capital; 2) o fato de o capital no senti<strong>do</strong> geral de stock ser importanle també:­para os problemas da produção: e 3) a "aparente impossibilidade" de se chegar a uma uniuade <strong>do</strong>s autores de Econorr.':'Política em torno de determinada classificação simples <strong>do</strong>s bens com base na relação <strong>do</strong>s mesmos com a produção. {Wr..=:.i!:tilCI..., •.. ­•..• ~...­.. .....•...::-.I!=..­-..:.. '.=.­

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!