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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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34 CO:'-lCEITO E NATUREZA DO CAPITALque o caça<strong>do</strong>r vê a caça fugitiva diante <strong>do</strong> cano. 4As mesmas considerações que nos instruem sobre a maneira como o homemtem <strong>do</strong>mínio sobre a Natureza, instruem-nos também acerca da medida <strong>do</strong>s limitespróximos de tal <strong>do</strong>mínio. Sem dúvida, como vimos, o homem tem certo poder deativar a força da Natureza, onde, quan<strong>do</strong> e como quiser; todavia, só tem esse poderna medida em que tiver condições de <strong>do</strong>minar a matéria na qual estão contidastais forças. Ora, as massas de matéria, e portanto as massas de resistência inerte,cuja superação é necessária para que nos advenha vantagem, são muitas v~s monstruosas.ao passo que a força física de que dispomos é apenas modesta, comparativamenteinsignificante. Além disso, muitas vezes a matéria é por demais fina paradeixar-se agarrar pela nossa mão grosseira. Quantas vezes a nossa utilidade exigedeslocamentos infinitamente delica<strong>do</strong>s de partículas infinitamente pequenas, e quãodesajeitada é nossa mão pesada para lidar com moléculas e átomos! Quão impotenteé a mão humana para imitar sequer um único desses teci<strong>do</strong>s de células maravilhosamentedelica<strong>do</strong>s, que a Natureza produz diariamente aos milhares, em cadafolha de planta! A deficiência é ao mesmo tempo dupla: a nossa força é por demaispequena em relação à massa, e rude demais em relação à dehcada estrutura damatéria. que ela deve <strong>do</strong>minar. Nessas condições, estaríamos necessariamente emmuito má situação com as nossas potencialidades produtivas se por detrás dessepoder. duplamente insuficiente, não houvesse alia<strong>do</strong>s eficientes. Um desses alia<strong>do</strong>sé a inteligência humana. Na medida em que ela consegue pesquisar as relaçõescausais inerentes às coisas, chega ao conhecimento das condições naturais sob asquais se pode chegar a produzir os bens almeja<strong>do</strong>s; a partir deles, a inteligência humanaaprende onde a força humana deve intervir com proveito e onde não, e nosensina então a evitar os esforços estéreis e a escolher os mais fecun<strong>do</strong>s. Portanto,a força humana, guiada pela inteligência, assemelha-se a um exército pequeno masbem conduzi<strong>do</strong> que, pela sua mobilidade e coesão inteligente, e pelo aproveitamentopleno da oportunidade, sabe compensar o que lhe falta em termos de força. Umsegun<strong>do</strong> alia<strong>do</strong> poderoso na luta contra a Natureza é a própria Natureza. Permaneceriasempre precário e restrito o conjunto daquilo que podemos conseguir na produção.se não lográssemos encontrar no próprio acampamento das forças da Naturezauma ajuda, e depois dirigir as forças naturais que nos favorecem contra aquelasa superar. Só que com isto toco em um ponto que é em si mesmo por demais significativo.e sobretu<strong>do</strong> por demais importante para a nossa pesquisa, para podercontentar-me com uma ligeira menção a respeito dele.4 Se quisermos levar ainda mais longe a análise daquilo que o homem faz na produçáo, é conveniente distinguir três formasbásicas em que o homem que produz executa deslocamentos espaciais. A primeira consiste em deslocamentos espaciaisque. por falta de uma expressão melhor, gostaria de denominar deslocamentos espaciais simples Consistem em ohomem transferir ab.letas na totalidade, de um campo espacial para outro. Assim, o mineiro transferp o minério das profundezasda mina para a luz <strong>do</strong> dia, o comerciante transfere as merca<strong>do</strong>rias de um país para outro. <strong>do</strong> local d oroduçãnpara o da demanda ou uso. A segunda forma engloba aqueles deslocamentos, transferências e seoarações espaciais daspartes de um e mesmo objeto, por meio das quais é feita uma mudança de forma. [sto ocorre quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> ferro se fazempregos, <strong>do</strong> mármore estátuas, <strong>do</strong> barro cachimbos, <strong>do</strong> marfim mostra<strong>do</strong>res, da borracha pentes. <strong>do</strong> vidro vasos. da madeiramóveis. A terceira forma básica, praticada COm mais freqüência, consiste, finalmente, em juntar espacialmente objetos ~em combinações de matérias. Estas, por sua vez, podem ser transitórias ou permanentes. A primeira ocorre, por exemplo.quan<strong>do</strong> se leva o martinete à moeda a cunhar, o cinzel ao mármore ou à madeira, o minériO ao alto-forno. o fio ao tear.o papel ao prelo, a tesoura ao pano, o ara<strong>do</strong> ao.solo. A segunda ocorre quan<strong>do</strong>, com madeira e pedra. cal. terra e ferroconstruímos uma casa; ou quan<strong>do</strong>, com pequenas rodas, molas pênd ulos, escapos ou travões e muitas outras coisas montamosum relógio; ou então na fabricação de máquinas, móveis. roupas etc. - Quero observar expressamente que a distinçãodas três formas btisicas acima citadas não tem nem pretende ter o caráter de uma classificação científica rigorosa. Muitasvezes as formas mencionadas transpõem os limites umas das outras. Combinações passageiras. por exemplo, são, commuita freqüência, o caminho para mudanças de forma; por outro la<strong>do</strong>, o Que chamei de deslocamento espacial simplesé também sempre, sob certo aspecto, uma combinação de matérias, uma reunião de coisa deslocada com o objeto (pessoalou não-pesssoa1) de sua utilização. Em contrapartida, essa distinção facilitará a orientaçao externa e, quan<strong>do</strong> necessário,também o teste de que esta cometa a caracterização geral <strong>do</strong>s casos de produção, indicada no texto: com efeito, na medidaem que a pessoa pode convencer-se facilmente de que toda atividade de produção que se possa imaginar se enquadraem uma das diversas formas básicas mais específicas que acabamos de mencionar, tem ao mesmo tempo a prova de quetanto mais ela deve enquadrar-se também na fórmula desenvolvida no texto, fórmula segun<strong>do</strong> a qual a natureza e o caminhoda produção de bens materiais consistem no <strong>do</strong>míniO das forças da Natureza pelo deslocamento da matéria no espaço.

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