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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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176 O VALOR E O PREÇOmesma espécie, que deixa de ser utiliza<strong>do</strong> para satisfazer uma necessidade menosimportante, fican<strong>do</strong> esta a descoberto, pode-se desviar bens de espécies completamentediferentes da destinação que tinham até agora e, pela via de troca, conseguirpor meio deles o exemplar de reposição de que se necessita. O que aqui na verdadese perde com a perda de um bem de uma espécie é a utilidade que os benssubstitutos de outra espécie teriam propicia<strong>do</strong> de outra forma; e já que naturalmenteestes últimos por sua vez não são desvia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s usos mais importantes de suaesfera de utilidade, mas <strong>do</strong>s menos importantes, a perda atinge a utilidade marginal<strong>do</strong>s bens de outra espécie que passam a cumprir a função de substitutos. Aqui, portanto,a utilidade marginal e o valor de um bem de uma espécie se medem pelautilidade marginal da quantidade de bens de uma outra espécie, usa<strong>do</strong>s como substitutos.Um exemplo. Tenho um único casa<strong>do</strong> de inverno. Ele me é rouba<strong>do</strong>. Uma substituiçãodireta por outro exemplar da mesma espécie está excluída, porque aqueleera o único casaco de inverno que eu possuía. Tampouco terei vontade de suportara perda causada pelo furto <strong>do</strong> casaco no lugar em que o furto ocorreu, pois a necessidadede uma roupa que aqueça no inverno, que ficou sem ser satisfeita, é degrandíssima importância, já que sua não-satisfação poderia acarretar a maior desvantagempara minha saúde, talvez até para minha vida. Por isso, procurarei umnovo casaco de inverno em troca de bens que de outra forma teriam si<strong>do</strong> por mimemprega<strong>do</strong>s para outros fins. Naturalmente, tiro os bens destina<strong>do</strong>s a substituir ocasa<strong>do</strong> daqueles empregos que para mim são os menos importantes, portanto desua "utilidade marginal". Se eu for abasta<strong>do</strong>, provavelmente tirarei de minha reservade caixa os 40 florins que o novo casaco de inverno pode custar, e conseqüentemente,devi<strong>do</strong> à redução de meu dinheiro em caixa, serei obriga<strong>do</strong> a fazer um gastoa menos em termos de artigos de luxo. Se eu não for abasta<strong>do</strong>, mas também nãofor necessita<strong>do</strong>, o saque de caixa terá de ser coberto com outras restrições de gastos,que ocorrerão nas despesas <strong>do</strong>mésticas durante alguns meses. Se eu for tãonecessita<strong>do</strong> que não possuo o dinheiro para comprar o casaco nem posso tirá-lode minha renda mensal, terei de vender ou hipotecar objetos disponíveis de minhacasa. Finalmente, se eu for tão pobre que também em todas as outras espécies denecessidades só consi<strong>do</strong> atender as necessidades concretas mais importantes - poisbem, nesse caso também não posso descarregar a perda em outras espécies de necessidadese, por bem ou por mal, terei de passar sem o casaco de inverno.Se nos colocarmos bem concretamente na situação <strong>do</strong> <strong>do</strong>no <strong>do</strong> casaco de invernoe se nos perguntarmos que item de seu bem-estar depende da condição deseu casaco de inv~rno ser ou não ser rouba<strong>do</strong>, constataremos que é o seguinte:no primeiro caso, é o fato de fazer um gasto com artigos de luxo; no segun<strong>do</strong> caso,, o de fazer pequenas restrições em seus gastos <strong>do</strong>mésticos; no terceiro, a privação. da utilidade proporcionada pelas unidades de bens vendidas ou hipotecadas; noquarto caso, a proteção eficaz de sua saúde. Portanto, somente no último caso ov.alor <strong>do</strong> casaco de inverno é determina<strong>do</strong> pela utilidade marginal direta da espécieprópria (a qual, já que no caso a espécie é representada por um único exemplar,casualmente coincide aqui com a utilidade desse mesmo exemplar); em to<strong>do</strong>s os-.. outros três casos o valor <strong>do</strong> casaco é determina<strong>do</strong> pela utilidade marginal de outras..'espécies de bens e de necessidades., A modificação casuística descrita tem um alcance extraordinário para nossa práxist4 leconômica, que se caracteriza por um comércio de trocas altamente evoluí<strong>do</strong>. Pensoque a maioria das avaliações subjetivas que é feita se enquadra nesse caso. 30 Em30 Esta frase. que se encontrava textualmente já na primeira edição e, ainda antes, em meus Grundzuege, publica<strong>do</strong>s emlR86, não impediu que StoJzmann afirmasse que eu "transformo em exceção" o que é o "caso normal", o que, segun<strong>do</strong>ele, é representa<strong>do</strong> pelo "valor igual de bens desiguais", respertivamente peia avaliação com Dase na utilidade substitutiva

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