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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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A CONTROVÉRSIA EM TORNO DO CONCEITO DE CAPITAL61..::-:: :::­~-c --Ir- ::"iE ::-­L .. _, __~=.-:. ..::::2tais produtivos", e estes de "capitais de uso". Um mo<strong>do</strong> de falar duplamente infeliz!Em primeiro lugar, Roscher nega implicitamente a qualidade de meios de produçãoaos "capitais de uso", por opô-los aos capitais produtivos, quan<strong>do</strong> na verdade só foramengloba<strong>do</strong>s no conceito de capital, a saber, "produtos que são guarda<strong>do</strong>s paraa produção ulterior", precisamente com base nessa qualidade! Em segun<strong>do</strong> lugar,a mesma palavra "produtivo" tem de servir, ao mesmo tempo, para designar umacaracterística que une to<strong>do</strong>s os c,apitais e uma outra característica que distingue umametade <strong>do</strong>s capitais da outra. E possível empregar uma terminologia de maneiramais infeliz?54Entretanto, a definição de capital de Roscher não somente é inadequada, mastambém, como me parece, logicamente impugnável, pelo fato de não ser coextensivaàquele complexo de coisas que o próprio Roscher quis definir. Depois de Roscherter qualifica<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os bens como meios de produção, poder-se-ia pensar queconceitua como capital também to<strong>do</strong>s os bens, com exceção <strong>do</strong>s de raiz. Parececaber a to<strong>do</strong>s a definição de serem "produtos" que são guarda<strong>do</strong>s para a produçãoulterior, ainda que apenas de bens pessoais. Mas não é esta a intenção de Roscher.Como aparece de sua enumeração <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong> capital da nação, bem comode uma afirmação no § 43, na qual contrapõe o capital de uso aos "objetosde uso que não são capital", quer ele que se considere como capital, dentre o conjunto<strong>do</strong>s bens destina<strong>do</strong>s ao consumo imediato, apenas os duráveis, como prédiosde moradia, maquinaria etc" mas não os perecíveis (excetua<strong>do</strong>s os meios de sustento<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res produtivos). Justifica ele essa distinção com as seguintes palavras:"Ao contrário, a nítida linha divisória entre o capital de uso e os objetos de uso quenão são capital - e isto em plena conformidade com a nossa definição de capital ­está no fato de estes últimos não somente estarem sujeitos a um consumo rápi<strong>do</strong>, mastambém a um consumo sempre intencional; no caso <strong>do</strong> capital de uso, o consumo éapenas o aspecto desvantajoso e não intenciona<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso".:: ::-:a­.. : _ :a­; :,~~~:as~,",,-""2-_2i1te- -=:.-;: '~5:rito::c. ": -: ':'Jtos~~' ;~- :2:";l~~,:.. =: -2 ::'va-A intenção dessas palavras só pode ser que o consumo rápi<strong>do</strong> e intencionalde bens é exatamente o oposto <strong>do</strong> "guardar", e, conseqüentemente, nos bens deconsumo perecíveis falta uma característica exigida pela definição de capital fornecidapor Roscher. Admitamo-lo, Mas será que não acontece o mesmo também comos materiais de processamento e com os materiais auxiliares da produção perecíveis,bem como com os meis de sustento <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res produtivos, que Roscherenumerou nominalmente entre os componentes <strong>do</strong> capital da nação? Por venturanão são consumi<strong>do</strong>s rapida e intencionalmente também o "carvão na operaçãode forja", "a pólvora na caça e na mineração", o pão comi<strong>do</strong> pelo trabalha<strong>do</strong>r? Ou- ou! Ou o consumo rápi<strong>do</strong> e intencional se opõe à "conservação" e constitui umimpedimento para os respectivos bens serem capital, e neste caso Roscher deviaexcluir também os meios auxiliares perecíveis utiliza<strong>do</strong>s na produção de coisas e osmeios de sustento <strong>do</strong>s produtores; ou o consumo rápi<strong>do</strong> não constitui motivo deexclusão, e então ele não podia recusar-se a enquadrar como capital também osmeios perecíveis utiliza<strong>do</strong>s para a "produção de bens pessoais". Portanto, a definiçãode Roscher aplica-se a um número mais vasto ou a um número mais restrito decoisas, mas nunca exatamente àquele complexo de coisas que queria definir comocapital. 55'" Cf também a crítica perspicaz de Knies. Das Ge/d, p. 46.:~ Nas últimas edições, Roscher -- provavelmente sob a impressão das respectivas passagens de Knies - ampliou :0:-­'",aimente um pouco sua definição de capital, acrescentan<strong>do</strong>-lhe um complemento. Atualmem~ ~12. reza assim: "Denom:r:~­-:-:05 capital aquele produto que é guarda<strong>do</strong> para produção econômica ulterior (tamDém para u~.... p....:;srenor plane}ocic ­~:Jdavia, esse complemento não acarreta uma ampliação material, pois para Roscher de quaiquer rorma Já está ::-K.'''::::- 3 produção (de bens reais ou pessoais) qualquer uso, portanto também to<strong>do</strong> "uso posterior planeja<strong>do</strong>".

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