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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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320 o JURObens "presentes" em bens futuros: basta guardá-los para o futuro, seja in natura, sejana forma indiferente <strong>do</strong> dinheiro. Essa possibilidade naturalmente os livra da desvantagemque de per si derivaria, no tocante a seu valor, <strong>do</strong> fato de o presente estarsupri<strong>do</strong> até em excesso. Por outro la<strong>do</strong>, porém, também é incapaz de lhes proporcionarqualquer superioridade positiva quanto ao valor, por mais insignificante queseja 27Também a subavaliação excessiva e injustificada das necessidades futuras nãotem condições de gerar tal superioridade de valor, pois raramente ela será tão forteque possa suplantar o fator <strong>do</strong> suprimento superabundante <strong>do</strong> presente, que ageno senti<strong>do</strong> oposto, e possa deter os capitalistas de preferir utilizar uma parte de suariqueza a serviço <strong>do</strong> futuro. Aliás, pessoas que excepcionalmente agem assim nãosão capitalistas, ou pelo menos não permanecem capitalistas por muito tempo. Pois,seguin<strong>do</strong> sua avaliação, voltada para a busca momentânea <strong>do</strong> prazer, sem levar emconta o futuro, liquidarão rapidamente sua riqueza numa vida de esbanjamento.Portanto, <strong>do</strong>s três fatores que, como sabemos, podem gerar uma superioridadede valor <strong>do</strong>s bens presentes sobre os futuros, os <strong>do</strong>is primeiros não afetam a maioria<strong>do</strong>s capitalistas. Em contrapartida, aqui pode atuar o terceiro fator, que bem conhecemos,a saber, a superioridade técnica <strong>do</strong>s bens presentes, ou seja, o que normalmentese chama de "produtividade <strong>do</strong> capital". A maneira desse fator atuar numaeconomia simples é essencialmente diferente da atuação em nossa moderna vidaeconômica plenamente desenvolvida.Em condições simples, nas quais o próprio empresário é trabalha<strong>do</strong>r e seu capitalnão é muito expressivo, os bens presentes adquirem diretamente um valor deuso maior. Suponhamos, por exemplo, que um empresário tenha riqueza suficientepara com ela conseguir a subsistência de uma pessoa que trabalha durante quatroanos, ou para adiantar-lhe essa subsistência. Pode então optar por trabalhar ele mesmosozinho numa produção capitalista mais forte de quatro anos de duração ou porcontratar um auxiliar e, com ele, trabalhar numa produção de duração de <strong>do</strong>is anos.Na produção de <strong>do</strong>is anos, a semana de trabalho dá 10 florins, pela suposição; naprodução de quatro anos, a semana de trabalho dará ainda mais, por exemplo 12faz, por exemplo, de mo<strong>do</strong> particularmente drástico, Brentano. "Theorie der Beduerfnisse, in: Sitzungsberichten der bayeris·chen Akademie der Wissenschaften. 1908. p. 10). parecem desconsiderar ou ignorar totalmente a continuação de minhaexplicação global. que segue acima, no texto, e que procura expor detalhadamente que e por que, a despeito dessa condi·çâo de avaliação existente nos capitalistas, por mim levada em conta, a resultante de preço no merca<strong>do</strong> pode e deve fixar-sea favor <strong>do</strong>s bens presentes. Aliás, nesta oportunidade quero retificar ainda outra imprecisão, que muitas vezes escapa'nadiscussão sobre essa condição de avaliação. Com efeito, <strong>do</strong> fato de os capitalistas transferirem bens presentes para o futuro,ou "capitalizarem", muitas vezes e de bom gra<strong>do</strong> se conclui que dão a bens futuros mais valor <strong>do</strong> que a bens presentes(assim, por exemplo, novamente Brentano, na passagem acima citada, que tem o seguinte teor: "O simples fato de se capitalizarjá mostra que, no caso em que isso acontece, 100 M. no futuro valem mais, para o mutuante, <strong>do</strong> que 100 M. nopresente, e conseqüentemente mostra a ínsustentabilidade da <strong>do</strong>utrina de Bohm-Bawerk sobre o juro <strong>do</strong> capital". É umjulgamento precipita<strong>do</strong>. Na verdade, isso só prova que os capitalistas antepõem um emprego futuro a um emprego presente,e não que antepõem bens futuros a bens presentes. Com efeito, se - o que está assegura<strong>do</strong> pela simples transferibilidade<strong>do</strong>s bens presentes para o futuro - aquele emprego futuro, mais valoriza<strong>do</strong>, puder ser consegui<strong>do</strong> por bens presentestão bem quanto por bens futuros, desaparece to<strong>do</strong> motivo justo para uma valorização maior destes últimos e, na melhordas hipóteses, temos uma equivalência aproximada entre os <strong>do</strong>ís, como exponho mais detalhadamente na continuaçãode meu texto. Mais forte é. naturalmente, a rejeição daqueles autores que (como Landry, L'lntérêt du <strong>Capital</strong>, p. 223) pre·tendem interpretar até a ocorrência de investimentos de capital que rendem juros como uma prova de que os respectivoscapitalistas valorizam os bens futuros mais <strong>do</strong> que os presentes ("Les entrepreneurs en tant qu'entrepreneurs, montrent qu'ilspréferent les biens futurs auX biens présents"). O fato de - o que só se testa nessa situação - se preferir um númeroacresci<strong>do</strong> <strong>do</strong> juro, portanto, por exemplo, 105 francos futuros a 100 francos presentes, naturalmente prova tão pouco quese dá preferência aos bens futuros como tais, quanto se poderia concluir, <strong>do</strong> fato de eu preferir <strong>do</strong>is quintais de aveia aum quintal de trigo, que <strong>do</strong>u mais valor à aveia que ao trigo. Vê-se quão importante e necessária, para raciocinar corretamentenessas questões, era a cláusula "da mesma espécie e número" (ver supra, p. 327 nota 4), que acrescentei a meuprmcípio da superioridade de valor de bens presentes em relação a bens futuros; talvez se veja também quanto trabalhopolêmico teriam podi<strong>do</strong> poupar-se todas as partes se, em se tratan<strong>do</strong> dessas questões, que exigem com tanta premênciaum raciocínio cuida<strong>do</strong>so, se tivesse ti<strong>do</strong> um pouco mais de atenção, inclusive já na triagem das objeções críticas visadas!27Ver supra, p. 276 et seqs.- . - --- ­-- ,.::: __"7_ :. =:-.-2-:~::-~:_=.;~ = ~.:::. __ -==- .-i-- ----.- - .- -:::: - -'­- - ...... - ~ ::'-f:::2-.:~-:cicie ::::: jmes=-:-:: ::'urlzc;~:: 1para:" :~exer.:::: :portâ:-~:: :davic. "''''São ::~'" :_5que a:_::lista nã: :

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