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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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, o VALO;:;.€i..:::aPor outro la<strong>do</strong>, porém, existem certos fatos na esfera da Economia que pa:2­c_:':scem contradizer essa explicação tão simples e natural. Cada um sabe que na 'vida-- =:~- econômica prática as pedras preciosas têm um valor eleva<strong>do</strong>, bens como pâo e ferrotêm um valor módico, ar e água costumeiramente não têm valor algum. Mas tam­~ 25:e bém to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> sabe que simplesmente não conseguiríamos existir sem o arE 2:aatmosférico e sem a água potável, que o pão e o ferro prestam serviços de altíssima[ê~:arelevância a nosso bem-estar, ao passo que as pedras preciosas servem sobretu<strong>do</strong>::::. :TI para satisfazer necessidades de a<strong>do</strong>rno, às quais cabe uma importância apenas muic=':leto secundária para o bem-estar humano. Quem, portanto, se atém ao princípio de:--:--.2:- que a grandeza <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s bens é determinada pela importância <strong>do</strong>s serviços ao:!':::::·u­ bem-estar que dependem <strong>do</strong>s bens, deveria - assim pareceria - esperar que asõ'"""310pedras preciosas tivessem um valor baixo, o pão e o ferro um valor eleva<strong>do</strong>, a águae o ar o mais alto valor; acontece que os fatos dizem exatamente o contrário.rê-.2LEsse fenômeno, certamente surpreendente, transformou-se para a teoria <strong>do</strong> va­!:'.2:-:-. -lor em uma dura pedra de ~scândalo. A utilidade máxima aliada ao valor mínimo::~ ~~ ~. :..:e estranha contradição! E verdade que os autores não viram e não retrataramé-: ~~:::: r.1 toda a exatidão essa situação, por serem vítimas da confusão entre utilidade[ :: =':3 e -valor de uso". Com efeito, na medida em que erroneamente se atribuiu um "valorn:'?:nde uso" alto ao ferro, um baixo aos diamantes, só se podia estranhar que o "valor'E:".::ade troca" desses bens fosse diferente. Entretanto, com isso apenas se mu<strong>do</strong>u a dep~::::e.nominação da contradição, sem amenizar em nada a sua agudeza. Não faltaram~ :",ão tentativas de superar a contradição fatal por meio de explicações forçadas. Mas elasã:: :n­não tiveram sucesso, e assim se compreende por que, desde Adam Smith até nosr":r:lasos dias, inúmeros teóricos acabaram por se desesperar totalmente de encontrar arc ::e­natureza e a medida <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s bens em relação com o bem-estar humano e re­1'5::"3.10correrem a outras explicações estranhas: ao trabalho ou ao tempo de trabalho, aosle~ ~or­custos de produção, à "dificuldade da obtenção~ à "resistência da Natureza contra~ão o homem" e a outras desse gênero. Já que, porém, apesar disso os autores não:-:-.aisconseguiam libertar-se da idéia de que o valor <strong>do</strong>s bens tem algo a ver com a utili­'X2:ca-dade para o bem-estar humano, registraram a desarmonia entre a utilidade e o valor<strong>do</strong>s bens como uma contradição rara e enigmática, como uma contradictionéconomique.Demonstrarei a seguir que a teoria mais antiga se desviou sem necessidade daexplicação mais natural. A medida da utilidade dependente <strong>do</strong>s bens é realmente,como regra geral,12 também a medida <strong>do</strong> valor desses bens. Para convencer-se dis­so, basta simplesmente investigar com sobriedade e com precisão casuística qual éCr:lOSo ganho para o bem-estar que depende, em determinada situação, de um bem.suasDigo deliberadamente com precisão casuística pois, na verdade, toda a teoria <strong>do</strong>..... cias. valor subjetivo não é outra coisa senão uma grande casuística sobre quand,o, emí.~::ên­que circunstâncias e até que ponto o nosso bem-estar depende de um bem. E mui­..ano,to notável que o homem comum toma com grande segurança as decisões casuísti­~ que cas desse gênero, as quais na vida prática têm de tomar incessantemente. Ele falhaessa­em casos raros, e nunca falha em princípio. Na pior das hipóteses, por um erro real,ce <strong>do</strong>atribuirá um valor pequeno a um diamante que pensa ser simplesmente uma péro­'van­ la de vidro; mas nunca consentirá em que a consideração de princípio - que não.5 um é adequada neste contexto -, de que sem água potável a humanidade não conse­12 Na primeira ediçâo eu havia usa<strong>do</strong> aqui a palavra uebera/l (sempre). Ela é correta no caso de se empregar a palavraNutzen (utilidade) no senti<strong>do</strong> mais amplo de "ganho de bem-estar". Para certo senti<strong>do</strong> mais restrito, porém, ela nâo é totalmentecorreta em relação à existência de um grupo - certamente bem pequeno - de casos de exceção que sempre men­~:2 pes­ cionei explicitamente, já em meus pronunciamentos anteriores sobre o assunto. Como gostaria de evitar que algo desse0:0 da azo a interpretações equívocas, prefiro o texto atual, totalmente inatacável, e me reservo o direito de falar, mais adiante.explicitamente sobre a natureza e o alcance <strong>do</strong>s casos de exceção, bem como da relação <strong>do</strong>s mesmos com a regra.

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