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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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76CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALnecessidades vitais"92 Fosse isso correto, to<strong>do</strong> país deveria ser mais rico em capitalna medida em que o salário fosse mais alto e o preço <strong>do</strong>s meios de subsistênciafosse mais baixo. Um pequeno povo da região tropical, sem qualquer indústria, semmáquinas, sem fábricas, sem ferrovias, mas que, em razão <strong>do</strong> clima tropical, temde graça e em superabundância os meios de sobrevivência indispensáveis, representariao auge da riqueza em capital' Aparentemente Jevons teve em mente umaidéia muito correta, à qual apenas deu uma formulação infeliz. Confundiu uma condiçãopara a formação <strong>do</strong> capital com o próprio capital Não se pode empreendernenhuma produção capitalista indireta, que leva tempo, se, para o perío<strong>do</strong> intermediárioque vai até o amadurecimento <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> da produção, não se dispuserde meios de subsistência. Mas os meios de subsistência - e em especial os meiosde subsistência isoladamente - não constituem o capitaL já que este só aparecequan<strong>do</strong>. após se ter viabiliza<strong>do</strong> uma produção indireta lucrativa, esta começa a existirna realidade, quan<strong>do</strong> se constroem máquinas, ferramentas, ferrovias, fábricas.quan<strong>do</strong> se produzem matérias-primas e assim por diante. Ao contrário, se os trabalha<strong>do</strong>resconsumissem logo seus meios de subsistência, por mais abundantes quefossem, levan<strong>do</strong>-os imediatamente da mão à boca. a economia obviamente permaneceria"sem capital". 93A proposta de Landry apresenta-se-me panicularmente pouco recomendável.A limitação <strong>do</strong> conceito de capital ao grupo <strong>do</strong>s bens perecíveis dá a impressão dearbitrariedade. e a exclusão expressa <strong>do</strong>s meios auxiliares da produção 94 contradiz.diria, em seu próprio cerne, o mo<strong>do</strong> de falar tradicional; ainda mais infeliz <strong>do</strong> quetu<strong>do</strong> isso parece-me ser a nuança pela qual o conceito de capital fica aberto àquelesbens que, pelo fato de se renunciar a consegui-los. nem sequer chegaram a existir'A introdução de bens imaginários. nem sequer existentes, arrasta to<strong>do</strong> o conceitode capital para uma zona de inconsistência nebulosa que o transforma em instrumentopouco apropria<strong>do</strong> para uma reflexâo clara e para representações expressivase objetivas. Dessa fonte parecem-me advir não poucas das falhas existentes na obrade Landry, que no to<strong>do</strong> é tão benemérita e perspicaz.A proposta de Menger requer uma avaliaçâo esmerada. Seria realmente umasolução de simplicidade surpreendente, vin<strong>do</strong> ao mesmo tempo acompanhada dasvantagens mais atraentes. caso se constatasse que a concepção de capital que seencontra na boca <strong>do</strong> povo é realmente também a que melhor serve aos objetivosda ciência econômica, ou ao menos a que tem condições de ser utilizada para essefim. Infelizmente. uma análise cuida<strong>do</strong>sa e repetida não conseguiu levar-me a esseresulta<strong>do</strong>.•••/.(111I• •.~.­:ar,'11iI'lIIli!.... -' •i. • li• â311I..aw 1111III~, Theory o} Politlcol [conom,. 2· ed p 242. 263°1 Marshall pensa que minha crític~ supra à definição de capital de Jevons rep0;Js(1 sobre um "equívoco" a respe~to da posturcgenuína de Jevons (Prlr;c!ple~. Sê! ed., p 788. na nota) Isso não é verdade Sei multo bem que a opinião genuína dE,]pvons nâo é a de que um país é tanto mais rico em capital quamo mais altos forem as salários e quanto mais baratose abundantes forem seus meios de subsistência. Mas precisamente porque ele nao queria e não podia tencionar dizer issonao deveria ter defim<strong>do</strong> o capital corno salário <strong>do</strong> trabalho: o que objeto a Jevons é que ele peca contra o primeiro <strong>do</strong>:­quatro princípios que desenvolvl na página 06 para as dehnições: o teor da definição dele não é cuextensivo com o objeteque manifestamente tem em mente definir De resto. o insucesso da definição de capital apresentada por Jevons radiccem um erro no campo <strong>do</strong>s princípios. que entrementes Irvll1g Fishef descobriu. com a clareza e a perspicácia que lhe sãcpróprias. ("What is <strong>Capital</strong>?" In: Economjc Journol. Dezembro de 1896. p. 51R et seqs .. 523 et seqs). Efetivamente. o capitaé 11m conceito que se refere a uma qua~tidade de bens exj~tentes em um momento <strong>do</strong> tempo: ao contrário. 05 5al6rio:­<strong>do</strong> trabalho. sen<strong>do</strong> um tipo de renda. não são um stock. mas um J/ow - conceito este que nada tem a ver com um mamer'ta <strong>do</strong> tempo. mas com um perío<strong>do</strong> de tempo. Não é possível correlacionar entre si conceitos tão díspares: ora. fo; isscque fez erronea.mente Jevons na sua defImção de capitaL fOl também isso que fez em seu te71po. e71 uma aplicaçao qUEvai ainda mais longe. a célebre ~teori~ <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> selaria!"(j4 wNous refuserons c~ nom (de capltaux) aux. moyens de production en question"" (usines. marhjr,es ou matieres premle·resl· Untérét du Cap;tul. p. 16c "Recusamos essa denominação !cJ~ capitais) aos meios de prodl1ção em pauta" (usina~. máquinas ou matérias-primas(N <strong>do</strong> Ti

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