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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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216 o VALOR E O PREÇOpessoa: por exemplo, para um homem que ama prazeres intelectuais mais refina<strong>do</strong>s,eles são bem diferentes <strong>do</strong> que para uma pessoa sem cultura. 91 Entretanto,qualquer que seja a utilização que se faça da grandeza <strong>do</strong> sentimento como unidadesformais de medição, penso que as explicações supra em to<strong>do</strong> caso demonstraramo seguinte princípio: não nos limitamos apenas a julgar se um sentimento deprazer é maior <strong>do</strong> que outro, senão que procuramos também determinar numericamentea grandeza dessa diferença. 92Estou plenamente disposto a fazer diversas concessões, e estas podem até irbem longe. Admito sem mais que a denominação a ser dada a determinações degrandeza <strong>do</strong> tipo descrito não é tanto "medir" - ao menos se tomarmos a palavraem seu significa<strong>do</strong> mais rigoroso -, mas antes apenas o termo "avaliar". E óbvioque nesse campo é totalmente impossível apresentar mecanicamente um critério demedição exato, como se faz com a vara de polegadas e a fita métrica no caso demedições de comprimentos. Acredito, porém, que em nosso caso não estamos, grossomo<strong>do</strong>, em situação muito pior <strong>do</strong> que alguém que deixou em casa a fita métrica,e a vara de polegadas, e não obstante quer determinar a estatura das pessoas queencontra, a altura das casas e árvores que vê. Exatamente da mesma forma como,mesmo sem usar a vara de polegadas, portanto sem propriamente medir, posso julgarse uma casa é, absolutamente, alta ou baixa, se é mais alta ou mais baixa <strong>do</strong>que outra, e até posso julgar com precisão aproximada se é duas ou três vezes maisalta que a outra, assim também posso, com a mesma precisão, e basea<strong>do</strong> em minhasrecordações, determinar, com segurança aproximada, se o prazer que me advémde satisfação de determinada necessidade é, em termos absolutos, grande oupequeno, se é maior ou menor <strong>do</strong> que o prazer advin<strong>do</strong> de uma outra satisfação,poden<strong>do</strong> até determinar - evidentemente, com uma precisão ainda maior - quantasvezes maior ou menor ele é.De bom gra<strong>do</strong> admito também que as determinações de grandeza <strong>do</strong> tipo descritode mo<strong>do</strong> algum são infalíveis: pelo contrário, muitas vezes até são bem incorretas.Quase nunca experimentamos simultaneamente os sentimentos de prazer quecomparamos em grau, senão que baseamos a comparação apenas em imagens darecordação ou até da fantasia, que com muita freqüência nos enganam, Cada qualpode comprovar em si mesmo que, com muita freqüência, supervalorizamos, sem91 Por exemplo, a pessoa culta que hesita se, para determinada finalidade, deve ou não fazer um gasto de 20 florins, farámais ou menos a seguinte reflexão: "com esse dinheiro eu poderia ir dez vezes ao teatro", enquanto um camponês honestoque conheci gostava de fazer esta reflexão, em casos desse gênero: "com esse dinheiro eu poderia tomar 200 canecos decerveja",, 92 Se alguém quiser fazer uma distinção bem sutil, poderá talvez fazer a seguinte observação: os juízos "gosto de uma ma­.. çã tanto quanto de oito ameixas" e "gosto de uma maçã orto vezes mais <strong>do</strong> que de uma ameixa" não são idênticos. Oprimeiro não contém nenhuma observação numérica que especifique a grandeza da diferença existente entre os <strong>do</strong>is prazeres:pelo contrário, diz que não existe diferença entre os <strong>do</strong>is prazeres compara<strong>do</strong>s. O objetante dirá que indiscutivelmentetemos condição de fazer esse julgamento, ao passo que não temos condição de medir diretamente diferenças de intensidade!Conce<strong>do</strong> isso de bom gra<strong>do</strong>! Mas acontece que o primeiro <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is juízos leva ao segun<strong>do</strong>, o qual já está incluí<strong>do</strong>no primeiro como conseqüência lógica. Admitamos, por exemplo, que não temos condição de determinar numericamentepor comparação direta, a grandeza da diferença entre o prazer de comer uma maçã e o de comer uma pêra. Se. porém,tivermos condição de julgar que gostamos de uma maçã exatamente tanto quanto de oito ameixas. e que de uma pêragostamos exatamente tanto quanto de seis ameixas, estamos também capacita<strong>do</strong>s a tirar <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is primeiros juízos, por viade conclusão, o terceiro juízo, isto é, de que de uma maçã gostamos exatamente um terço a mais <strong>do</strong> que de uma pêra.Para nossa teoria é totalmente indiferente se temos condição de fazer essa determinação de mo<strong>do</strong> dIreto ou indireto, desdeque esteja assegurada nossa capacidade de fazê-la. Penso que o ponto de vista expresso nessa nota coincide com o deWieser quan<strong>do</strong> este. em sua interessante exposição sobre a ""possibilidade de calcular o valor" (Ursprung und Hauptgesetze,p. 180 et seqs.), afirma. por uma parte, que o valor é plenarr.ente mensurável e calculável, mas por outro la<strong>do</strong> pensa que... nunca contamos com graus de intensidade diferentes, mas sempre apenas com graus de intensidade iguais. De resto, tambémaquilo que Cuhei (op cito § 273) chama de "escalamentd' <strong>do</strong>s limites de bem-estar. respectivamente de intensidadest<strong>do</strong>s sentimentos, escalonamento este que ele distingue essenciaimente de uma "medição" <strong>do</strong>s mesmos, também já constituiL!r:1a espécie de determinação numérica da diferença existente entre as intensidades de <strong>do</strong>is sentimentos, como o próprioCuhel supõe (§ 272) Também quanto a isso, ver o "Excurso" X.1111]'1~'I1

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