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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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310 o JUROCom efeito, o título acima designa aquela atividade que é exercida pelos empresáriose da qual estes auferem seu ganho de capital. Compram bens de ordemmais remota, meios de produção como matérias-primas, ferramentas, máquinas, recursos<strong>do</strong> solo e sobretu<strong>do</strong> prestação de serviços, e pelo processo de produção ostransformam em bens de primeira ordem, em produtos prontos para o consumo.Disto auferem - prescindin<strong>do</strong> de uma remuneração por sua eventual colaboraçãopessoal no trabalho de produção, como diretores de produção, capatazes e similares- um ganho de valor, que é aproximadamente proporcional à grandeza <strong>do</strong> capitalinvesti<strong>do</strong> no negócio, ganho este que alguns denominam "juro original <strong>do</strong> capital"ou profit (lucro) e outros chamam de "mais-valia" (Mehrwert). Como explicar esseganh~?A guisa de introdução à explicação, tenho de constatar um fato importante. Comfeito, os bens de ordem mais remota são, por sua natureza econômica, merca<strong>do</strong>riafutura, ainda que corporalmente estejam presentes. Em seu esta<strong>do</strong> presente são imprestáveispara o atendimento às necessidades; necessitam, para servirem a esseobjetivo, primeiro ser transforma<strong>do</strong>s em bens de consumo. E já que esse processode transformação naturalmente demanda tempo, só podem prestar seus serviçossempre às necessidades de um perío<strong>do</strong> futuro -o qual, aliás, na melhor das hipótesesdista <strong>do</strong> presente tanto quanto dura o processo de produção necessário paraa transformação. Por exemplo, um grupo de meios de produção de sementes, adubos,implementas para arar a terra, trabalho e similares, que só podem ser transforma<strong>do</strong>sno produto final pronto para o consumo - que é o cereal - após um processode produção de um ano, naturalmente só podem servir para o atendimento de necessidadesde alimentação <strong>do</strong> ano seguinte. Sob esse aspecto, portanto, estão empé de igualdade bens de ordem mais remota disponíveis no presente e bens de consumofuturos: sua utilidade é uma utilidade futura, são "merca<strong>do</strong>ria futura".É compreensível que essa circunstância não deixe de exercer uma influênciaprofunda sobre a avaliação de tais bens. Como sabemos, avaliamos bens de ordensmais remotas pela utilidade marginal e pelo valor de seu produto final pronto parao consumo. O grupo de meios de produção, <strong>do</strong> qual obtemos 100 quintais de cereal,tem para o atendimento de nossas necessidades exatamente a mesma importânciaque os 100 quintais de cereal nos quais se transformam. Mas esses 100 quintais,cujo valor constitui o critério para aferir o valor <strong>do</strong> grupo de meios de produção,por enquanto ainda são 100 quintais futuros e, como sabemos da seção anterior,bens futuros valem menos <strong>do</strong> que bens presentes. Portanto, 100 quintais futuros,, valem, por exemplo, tanto quanto valem 95 presentes. Disso segue que tambémos meios p~odutivos, se os avaliarmos em comparação com bens presentes, são constata<strong>do</strong>sequivalentes a um número de unidades inferior àquele <strong>do</strong>s produtos finaisprontos para o consumo, que se pode produzir deles. Nosso grupo de meios deprodução, que em um ano dá 100 quintais de cereal, é em seu valor igual a 100• quintais de cereal <strong>do</strong> ano próximo, mas a apenas 95 quintais de cereal presentes,da mesma forma como acontece com os 100 quintais <strong>do</strong> ano próximo. Ou então,se traduzirmos o to<strong>do</strong> nas formas da economia em dinheiro e supusermos que noano próximo o quintal de cereal valerá 10 florins, nosso grupo de meios de produção,no qual temos em mãos a condição para uma receita em dinheiro que, no anopróximo, será de 1 000 florins, equivale a 1 000 florins <strong>do</strong> ano próximo, mas a apenas950 florins presentes. Por isso, se comprarmos ou trocarmos esse grupo de meiosde produção agora - já que nesse caso naturalmente o preço de compra é medi<strong>do</strong>em dinheiro presente -, compramo-lo por um número menor de florins <strong>do</strong> queo número de florins que eles proporcionarão futuramente a seu proprietário.Este, e só este, é o motivo da compra "barata" de meios de produção, e sobretu­= :_2-- - ~C·.:'::-.:a~:-.==:C':-:~ úé2.~833",:: 1C:-.:-2~:,c::s.~ :lp=:-.:: :Il-.25 =­

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