12.07.2015 Views

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

i :64 CONCEITO E 01ATURE1A DO CAPITALsen<strong>do</strong> capital; em terceiro lugar, renunciamos à recomendação mais forte que a concepçãode capital de Knies tem a seu favor: a sua missão concilia<strong>do</strong>ra. Pois Kniesconstruiu seu conceito de capital com o objetivo declara<strong>do</strong> de conciliar em tornodele, como que em uma unidade superior e mais ampla, to<strong>do</strong>s os conceitos de capital que até hoje estão em conflito: nesse conceitó de capital deveriam encontrarplenamente seu lugar tanto os estoques de bens de Turgot. quanto os conjuntosde meios de ganho de Smith. como os bens de uso de Hermann. Ora. esse objetivoconciliatório, e conseqüentemente a raisoTl d'être da teoria de Knies, frustra-se nomomento em que se nega o título de capital à menor fração <strong>do</strong>s meios de ganho- sobretu<strong>do</strong> tratan<strong>do</strong>-se de dinheiro que rende juros, e que é o solo onde se originouo conceito de capital. 0\1Qualquer que seja a manobra que façamos, portanto. o conceito de capital deKnies não satisfaz 61 Contu<strong>do</strong>. para ser justo, devo reconhecer explicitamente queà base dele está uma idéia teórica profunda e cheia de importância; se o seu conceitofracassa, é devi<strong>do</strong> apenas a obstáculos externos. diria. de ordem da técnica deconceituação. A característica de estar a serviço <strong>do</strong> futuro é, com efeito, um distintivoextraordinariamente importante <strong>do</strong>s bens de capitaL propriedLlde esta que é atéchamada a fornecer-nos a chave para a explicação <strong>do</strong>s problemas mais importantesque se associam à palavra capital. Acontece apenas que esta não é a característicaque delimita: a verdade é que os bens de capital compartilham essa característicacom vários outros bens. que por boas razões não devem ser incluí<strong>do</strong>s no capital:por isso - somente por isso - ela não se presta a ser utilizada como base constitutivapara a definição <strong>do</strong> capital h21. Fisher - pois é aqui o lugar mais adequa<strong>do</strong> para inseri-lo - dá um passoalém de Knies. Afirman<strong>do</strong> não ser utilizável - por motivos semelhantes aos queapresentamosE 3 - a linha divisória entre presente e futuro, estabelecida por Knies(e por Tuttle), ele tira expiícita e conscientemente uma conseqüência que Knies haviarejeita<strong>do</strong> de forma igualmente explícita e consciente: a saber, ele estende o conceitode capital a to<strong>do</strong>s os bens econômicos existentes em um determina<strong>do</strong> momentoou de que um indivíduo dispõe. sem qualquer outra distinção; com isso o identificatotalmente com o conceito stock of wealth ou com riqueza. No entender dele, aesse conceito amplo em particular leva também a "antítese" que há entre o conceitode "capital" e o de "renda". Com efeito. já que na opinião dele toda renda consisteem prestação de serviços (seruices of wealth); já que to<strong>do</strong>s os bens sem distinçãoprestam serviços. também por esse motivo não há nenhum outro conceito mais reshUÉ manifesto que o grupo de créditos em JIf1/r€iro com venCimento a curto prazo constitUI o exemplo mais evidente. masde forma alguma o único. que se rode aduzir como pro\"a para a objeção feita no textoI': Isto nâo se consegue. como me parece. nem a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> a posição de Tuttle, que consciente e ueHoeradamente deixaem aberto a questão. implicitamente deixada. ~1T1 <strong>do</strong>erto também por Knies. sobre os limites entre presente e futuro, ouà resolve dizen<strong>do</strong> não ser possívpl f'stabelecer um limite "absoluto", por horas. por dias, semanas ou meses, deven<strong>do</strong> esselimite ser an~es estabelecl<strong>do</strong> por cada indi\'íduo, em particular e subjetivamente. de acor<strong>do</strong> com SUdS situações pessoaise econômicas específicas. desempenhan<strong>do</strong> aqui um papel importante particularmente as prestações em que os diversosIndivíduos recebem sua renda ("The Fundamental Notion of CapItal" In: QuarterlJ",' Journa! of Economics. Novembro de1904, p, 85 et seqs) Parece-me que com isso apenas se renuncia à vantagem da precisão da definição. sem escapar aqualquer outra díVIda ligada a essa concepção. e particularmente às dificuldades apontadas acima no texto. Ver contra ruttle.também Fiscor ·Precedentsfor Defming <strong>Capital</strong>". In: Quarterly Journal. Maio de 1904. p. 404: e sobretu<strong>do</strong> ·Prol Tuttes <strong>Capital</strong> Concept" Ibld. Fevere\ro de 1905. p. 309 et seqs.h2 Contra a concepçâo de Knl€S pronunciaran-sl! entre outros também Ricca-Salerno (Sul/a <strong>Teoria</strong> dei CapUale, Milão,1877. p 58 el seqs.1 Fisher (Nolure of Capllal. p. 57 el seq.J. Marshall (PrinCIpies. 5' ed.. p.7871 e 5ax (Grundlegungder theoretlschen Stoatswirtschaft. p. 310 el seq), o qual expõe os pontos fracos da deflnlção de Knies ue forma tão precisaquanto essencialmente correta. mas chega a um Juízo que, no giobnl. é por demais franc~mente negativo, pelo fato denao reconhecer absolutamente seu núcleo sadio, Meu pronuncIamento de reconhecimento acima expresso sobre a idéiabásica da definição de capital de Knies despertou em Tuttle (op Clt p 108 eC seq ) a suspeita de que minha própria teona<strong>do</strong> j~ro se teria talvez inspira<strong>do</strong> em K"úes Este não 0 o caso(d Nalure oI <strong>Capital</strong>, p 57-58..'lI!5.­ •..­3..:JiI!lIll:­.....~I......_i... -.i~'!IIIB..... •-~....~a.4Ia.'i!l!.E!f"'~-­.".­il!!l!Ci':IIIIIIi-ti'-.l.....'Si..'­:ímll'~")d.. ....;illl~'~1Ij!)J):.''''i1IIIlif".~

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!