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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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;=zg .% ­54 CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALelemento tempo, podem ser encaradas sob <strong>do</strong>is ângulQs: pode-se olhar ou para ummomento <strong>do</strong> tempo ou para um perío<strong>do</strong> de tempo. A primeira concepção correspondeo conceito de capital, à segunda o de rendimento. O capital é um fun<strong>do</strong>,o rendimento é uma torrente. 4ü Mas com isso ainda não se esgota a oposição entreos <strong>do</strong>is. O capital é além disso um fun<strong>do</strong> de bens (wealth), ao passo que o rendimentoé uma torrente de prestação de serviços (seruices). Fisher chega então àsdefinições antitéticas <strong>do</strong> capital como um "stook of wealth existing at an instanceof time" e <strong>do</strong> rendimento como um "flow of seruices through a period of time".4lNessa mais ampla de todas as definições de capital podem encaixar-se bensde to<strong>do</strong> tipo, bens produtivos e bens de fruição, bens móveis e bens de raiz, bensduráveis e bens consumíveis, e também as próprias pessoas, que Fisher inclui explicitamenteno conceito de wealth e não exclui <strong>do</strong> conceito de capita1. 42 E por maisampla que já seja essa definição, ela é ainda ampliada depois na medida em queFisher reconhece várias "acepções" (senses) da palavra capital, sen<strong>do</strong> que em umdestes significa<strong>do</strong>s - isto é, naquele em que, na falta de outro comentário, declaraquerer, via de regra, empregar a palavra capital - chama de capital, não os bensque compõem o stock of u;ealth, mas o ualor deles, e nisso, como esclarece elemesmo, concorda com Clark"3Finalmente A. Marshall, que refletiu sobre o assunto durante muitos anos e porocasião das díversas edições de sua obra principal, empreendeu repetidamente umreexame <strong>do</strong> tema em profundidade, chegou a um ponto de vista que podemos tranqüilamentechamar de resignação. Segun<strong>do</strong> afirma, radicou-se nele sempre maisa convicção de que toda distinção radical entre o "capital" e outras formas de bens(jorms of wealth) necessariamente tem algo de artificial. Qualquer que seja a linhade separação que se a<strong>do</strong>te, afirma, por uma parte, que os atributos arrola<strong>do</strong>s nocapital não estão presentes em grau igual em to<strong>do</strong>s os componentes <strong>do</strong> capital e,por outra parte, que os mesmos podem encontrar-se, em algum grau, também emoutras formas de bens. Por isso, em qualquer dessas divisões a pessoa vê-se obrigadaa colocar a ênfase decisiva nas simples diferenças de grau (emphasize differencesof degree). Isso vale em particular também para toda tentativa de colocar como baseda divisão os atributos mais característicos da productiueness e da prospectiueness.Também o uso lingüístico da vida comercial corrente não indica nenhum critériofixo e portanto também não pode ser estritamente vincula<strong>do</strong> para a ciência. Por issoa situação se lhe apresenta da maneira seguinte: há uma série de classificações diferentesou distinções, nas quais se têm basea<strong>do</strong> definições <strong>do</strong> capital mais ou menosprecisas, cada uma das quais é útil para fins específicos, sen<strong>do</strong> que para cada uma~ -­.::: ..:;--a:-c40 "What ,s <strong>Capital</strong>?" In: Economic Jaurnal. Dezemhro de 1896. p. 513 et seqs.; The Nature of <strong>Capital</strong> and [ncome. 1';ovaYork. 1906. p. 51 et seq. Com o primeiro elas <strong>do</strong>is artigos cita<strong>do</strong>s.!. Fisher começou em sua época uma série de trêsartigos de altíssimo engenho e perspicácia abordan<strong>do</strong> a teoria <strong>do</strong> capital; os <strong>do</strong>is artigos subseqüentes trataram <strong>do</strong>s "'Sensesof <strong>Capital</strong>" (junho de 1897) e "The Role of <strong>Capital</strong> in Economic Theory" (dezembro de 18971. O conteú<strong>do</strong> ele/es foi incorpora<strong>do</strong>-- mas com certas alterações importantes - à obra sobre Natur des Kapitales und Einkommens, publicada quaseum decênio mais tarde.41 Nature Df <strong>Capital</strong>, p. 52. Nesse ponto há que registrar uma mudança não irrelevante das teses de Fisher, a qual afetasua definição de capital, não diretamente. mas indiretamente, isto é, pelo fato de esta ser delimitada em relação ao conceitode renda, ao qual o autor contrapõe o de capital. Com efeito, no artigo '"What is <strong>Capital</strong>T Fisher havia basea<strong>do</strong> a diferençaentre capital e renda exclusivamente em Umu contraposição - o capital seria um ~tock, a renda seria um f/ow -, massalientan<strong>do</strong> com a máxima ênfase que os <strong>do</strong>is se compõem de coisas homogêneas. "O capital total de uma sociedadeem cada momento individual consta de to<strong>do</strong>s os bens (commodities) , quaisquer que sejam o tipo e as características queessa sociedade possui neste momento, € se contrapõe às correntes da produção, <strong>do</strong> consumo e da troca desses mesmosbens". (Op. eit., p. 514) Quanto à história dessa mudança de opinião. ver o perspicaz e substancioso artigo de FETTER"The Nature of <strong>Capital</strong> and Income". In: Journal of PolWca! [eonam\" março de 1907. p. 131,132. 137. bem como a réplicade FISHER Ibid.. julho de 1907, p. 421 et seqs.4'J Nature Df CapitaL p. 5~7; quanto a isso, ver também a recensão feita por Seager da obra de Fisher nos Annals of Politicai Econamy, julho de 1907, p. 175 et seqs.430pcit. p.67 Ver quanto a isso também FETTER Op. cit.. p. 135 et seqs

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