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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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346 o JUROdeve pura e simplesmente ao fato da subavaliação de bens futuros e ao fato de ovalor presente <strong>do</strong> terreno ser fixa<strong>do</strong> com base nessa subavaliação. Suponhamos queuma pedreira produza, durante cem anos, após deduzi<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os custos reconheci<strong>do</strong>s,uma renda anual líquida - neste senti<strong>do</strong> - de 1 000 florins, e que aos serviçosfuturos não se atribuísse um valor menor <strong>do</strong> que aos serviços presentes; nessecaso se avaliaria a pedreira precisamente no valor pleno de 100 x 1 000 florins; eo <strong>do</strong>no na pedreira auferiria certamente uma receita anual de 1 000 florins. Masnem sequer um cruza<strong>do</strong> dessa quantia seria uma "renda fundiária" na acepção dehoje, uma renda líquida; tu<strong>do</strong> não passaria de um consumo lento <strong>do</strong> próprio patrimôniode 100 000 florins. E o caso de to<strong>do</strong>s os outros terrenos não se distingue<strong>do</strong> caso da pedreira em gênero, mas apenas em grau. Se calcularmos que um campotem uma capacidade de produzir durante 1 000 anos, ou até durante 2000 anos- a infinitude no senti<strong>do</strong> estrito está fora de consideração em se tratan<strong>do</strong> de coisashumanas -, e se dermos aos serviços futuros presta<strong>do</strong>s por ele o mesmo valor queaos presentes, calcular-se-á o valor desse campo em um montante exorbitante de1 milhão ou 2 milhões de florins; e o recebimento anual da renda de 1 000 florinsterá o caráter de um espicaçamento muitíssimo mais lento <strong>do</strong> partrimônio, mas aindaassim o caráter de um consumo de patrimônio e não o de uma renda líquida.Os proprietários <strong>do</strong> terreno seriam <strong>do</strong>nos de riquezas enormes, mas não teriam rendalíquida.Por conseguinte, a explicação teórica da renda fundiária coincide, em sua partefinal, com a explicação <strong>do</strong> juro, produzi<strong>do</strong> por itens de capital duráveis: a renda fundiárianão é outra coisa senão um caso especial de renda de capital produzida porbens duráveis. Por essas explicações não coincidirem plenamente, e, pelo contrário,as teorias usuais sobre a renda fundiária apresentarem um conteú<strong>do</strong> tão diferentedas teorias sobre o capital, deve-se exclusivamente ao fato de que, no processo deexplicação da renda fundiária, foi necessário inserir um acréscimo que é totalmentesupérfluo para explicação <strong>do</strong> juro produzi<strong>do</strong> por itens de capital duráveis e ao mesmotempo ao fato de que, em decorrência da concepção falha que se tinha <strong>do</strong> problemada renda fundiária, se pensou que a teoria da renda se esgota plenamenteno cita<strong>do</strong> acréscimo, que não é comum aos <strong>do</strong>is casos. Com efeito, no caso de to<strong>do</strong>sos produtos <strong>do</strong> trabalho, e por isso também no caso de to<strong>do</strong>s os bens de capital,é de to<strong>do</strong> evidente que eles e seus serviços têm valor econômico, pois <strong>do</strong> contráriosimplesmente não os produziríamos. Em se tratan<strong>do</strong>, porém, <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>spela terra, isso não é evidente. E por isso era preciso antes empenhar-se em demonstrarpor que e em que circustâncias o uso da terra adquire um valor e um preço.Recorren<strong>do</strong> à teoria correta sobre o valor, à <strong>do</strong>utrina da utilidade marginal e<strong>do</strong>s bens complementares, essa demonstração poderia ter si<strong>do</strong> feita com algumaspenadas. Por não se ter recorri<strong>do</strong> a esse subsídio, e por se estar enreda<strong>do</strong> nas amarrasda teoria <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> trabalho, essa demonstração foi feita de maneira muitomais complicada e muito mais pesada <strong>do</strong> que teria si<strong>do</strong> necessário; além disso, acomprovação não foi realmente satisfatória, <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong>s princípios. A característicada teoria de Ricar<strong>do</strong> sobre a renda fundiária, que no essencial tem pre<strong>do</strong>mina<strong>do</strong>até hoje - as teorias de seus adversários Carey e Rodbertus são totalmenteerrôneas? - é esta: um monte de verdade, mas formulada com princípios falsos:uma casuística brilhante, mas que não consegue encontrar a ligação com o princípiocorreto que ilumina tu<strong>do</strong> e que, conseqüentemente, depois de haver ilumina<strong>do</strong>com clareza um trecho <strong>do</strong> caminho da explicação, desemboca na obscuridade e noerro. Daí o destino singular da teoria ricardiana. Ela não satisfaz plenamente a ninguém.Até seus amigos descobrem nela uma multidão de pontos fracos, sen<strong>do</strong> quesuas sentenças mais gerais são na maioria <strong>do</strong>s casos suas sentenças mais fracas.;x:::: :=à 2'.::-2pc. :::o::: ::2-.Resuharcras.. ~_

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