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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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42 CONCEiTO E NATUREZA DO CAPITALvárias formas ren<strong>do</strong>sas: no comércio ou em negoclos, em fábricas, em navios, naagricultura ou em casas de aluguel ou similares. Nessa situação, era tão natural quantoconveniente, para vários fins práticos, como, por exemplo, para o cálculo da rentabilidade<strong>do</strong> investimento, representar o capital-dinheiro, mesmo nessa forma alterada,como existente e atuante, consideran<strong>do</strong> o rendimento desse capital-dinheiro comojuros <strong>do</strong> capital investi<strong>do</strong>. Um novo passo além levou a aplicar essa concepção nãosomente a bens de fortuna rentáveis que literalmente haviam deriva<strong>do</strong> de uma conversãode capital-dinheiro, mas também a casos em que a metamorfose realizava,digamos assim, apenas em pensamento, na medida em que se avaliava em dinheiroo valor <strong>do</strong> objeto: em ambos os casos o objeto rentável podia ser interpreta<strong>do</strong>como o representante de um capital de determinada grandeza, e seu rendimentocomo juro desse capital. Em virtude de tais associações de idéias chegou-se paulatinamentea conceber como capital não somente importâncias em dinheiro que rendiamjuros, mas também vários outros objetos de fortuna, desde que se conseguisseimaginar que neles estavam corporizadas importâncias em dinheiro renden<strong>do</strong> juros,ou "dinheiro trabalhan<strong>do</strong>".Parece que essa importante ampliação <strong>do</strong> conceito de capital se introduziu relativamentece<strong>do</strong> na língua popular. Já em um glossário data<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano de 1678 encontra-seregistra<strong>do</strong> um outro significa<strong>do</strong> da palavra capital, além <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> desoma em dinheiro: capitale dicitur bonum omne quod possidetur. 4 Sem dúvida, dificilmentese poderá tomar tais ou semelhantes glosas como definições exatas. Jáentão a idéia de que o capital propriamente dito seriam os bens dificilmente se distinguiacom clareza da idéia original de que o capital seria "o dinheiro conti<strong>do</strong> nosbens"; parece antes que se a concepção popular permaneceu bastante tempo presaao vago estágio de transição <strong>do</strong> primeiro para o segun<strong>do</strong> conceito - se é que elaum dia chegou a sair desse estágio por força própria, sem ajuda da conceituaçãocientífica posterior. A essa presunção leva-nos, entre outras coisas, a circunstânciade que, mesmo muito tempo depois, muitas fontes lexicográficas ainda definiremo capital apenas como "somas de din heiro investidas em negócios". Muito menosse pode querer ver nessas explicações lexicográficas antigas definições já totalmenteprecisas e cuida<strong>do</strong>samente circunscritas mesmo em relação à abrangência <strong>do</strong> novoconceito de capital que estava em formação. O nosso glosa<strong>do</strong>r, por exemplo, nasua explicação visivelmente bastante sumária, sem dúvida não entendeu certas nuançasmais sutis que provinham <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> original da "soma de dinheiro que rendejuros", nuanças estas que o espírito da língua seguramente ainda não havia deixa<strong>do</strong>cair durante aquele estágio de transição, até porque ainda podem ser encontradasde forma característica no linguajar de hoje: isto é, que os bens a serem denomina<strong>do</strong>scapital são também fontes de rendimentos e que eles e seus rendimentos devemestar sujeitos à avaliação em dinheiro. 54 Glossário de Dufresne du Cange, cita<strong>do</strong> em UMPFENBACH. Das Kapital in seiner Kulturbedeutung. Wuerzburg. 1879.p. 32. Basea<strong>do</strong> num <strong>do</strong>cumento ainda mais antigo, Fisher (Precedents. Op.cit.• p. 394) cita. tiran<strong>do</strong>-a <strong>do</strong> MURRAYS Diclionary,uma definição de COTGRAVES <strong>do</strong> ano de 1611: "capital, wealth, worth".a"Denomina-se capital to<strong>do</strong> bem que se possui". (N. <strong>do</strong> T)5 Essas nuanças foram recentemente investigadas com grande acuidade e vários resulta<strong>do</strong>s fecun<strong>do</strong>s por C. Menger emseu artigo digno de nota "Zurlheorie des Kapitales". In: Jahrbuch fuer National·Oekonomie. Nova série, v. 17, p. 1 etseqs.; ver mais adiante I. Fisher negar totalmente a primeira limitação - a quantidades de bens que geram renda - tantopara o uso da língua vulgar anterior a Smith quanto para o de hoje. Defende a tese de que já antes de Adam Smith alíngua vulgar empregava unanimemente os conceitos capital e stock praticamente como sinônimos; que aplicava o termocapital indistintamente a to<strong>do</strong>s os tipos de bens, incluin<strong>do</strong> os que não geram renda; e que a língua vulgar e comercial denossos dias permanece fiel a esse uso pré-smithiano (Precedents, p. 391 et seqs). Quanto à época atual. posso limitar-mea remeter a C. Menger, op. cito No tocante ao passa<strong>do</strong>, parece-me que Fisher se desvencilha com excessiva facilidade dea "<strong>Capital</strong>, riqueza, valor" (l'i. <strong>do</strong> T)

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