12.07.2015 Views

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

72 CO"lCElTü E NATUREZA DO CAPITALsa. Somente que - e isto é tão significativo quanto cômico - não sabe bem sedeve explicar os juros <strong>do</strong> capital a partir <strong>do</strong> salário de trabalho, ou, inversamente,o salário <strong>do</strong> trabalho a partir <strong>do</strong>s juros <strong>do</strong> capital. Sai então da dificuldade explican<strong>do</strong>cada um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is a partir <strong>do</strong> outro. Explica primeiro, muito difusamente, queos juros <strong>do</strong> capital são propriamente a mesma coisa que o salário por um "trabalhoanterior acumula<strong>do</strong>", para em outra ocasião novamente procurar esclarecer melhora natureza <strong>do</strong> salário <strong>do</strong> trabalho, explican<strong>do</strong> ser ele um ganho de capital, acompanha<strong>do</strong>de um adicional, devi<strong>do</strong> a um desgaste da "máquina denominada homem".82Nem sequer parece ter suspeita<strong>do</strong> que com esse vai-vém na verdade nãoexplicou nenhum <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is fenômenos.As <strong>do</strong>utrinas absurdas de McCulloch estão para cair no olvi<strong>do</strong> que merecem.Acontece que, se não me engano, a ressurreição delas nos ameaça sob outra forma.Pois extamente nos últimos tempos83 reaparecem concepções parecidas, na freqüênciarepentina e preocupante que é sempre um sinal de que a nossa época comoque tem no próprio sangue uma idéia que promete tornar-se moda. Temos de ficarquase ao mesmo tempo e quase com as mesmas expressões de Weiss, de Dargune de Ofner, a saber, que cada trabalha<strong>do</strong>r representa um capital que é igual ao custoda sua formação - talvez 1 000 táleres por trabalha<strong>do</strong>r comum e 3 000 tálerespor trabalha<strong>do</strong>r qualifica<strong>do</strong>; ou então, segun<strong>do</strong> outro méto<strong>do</strong> de avaliação, é igualao lucro líqui<strong>do</strong> capitaliza<strong>do</strong> de seu trabalho de um ano. Por isso, o salário <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>rseria propriamente uma espécie de aluguel de capital e deveria, exatamentecomo qualquer outro aluguel de capital, conter no mínimo os três elementos seguintes:1) substituição <strong>do</strong>s custos de manutenção da máquina homem, representadapelo mínimo necessário para a subsistência; 2) uma cota de amortização,representada pelos prêmios <strong>do</strong> seguro contra a velhice; e além disso, 3) juros líqui<strong>do</strong>s,a serem calcula<strong>do</strong>s com base no valor <strong>do</strong> capital da máquina homem, atenden<strong>do</strong>seà taxa comum de juros. 84Toda honra seja feita aos motivos que deram origem a essa teoria. Ela foi excogitadapara ajudar os miseráveis e reconciliar a to<strong>do</strong>s. Ela mantém o ponto médiode conciliação entre a lei de bronze <strong>do</strong> salário, a qual reconhece aos trabalha<strong>do</strong>ressem outra saída apenas o estritamente necessário para sobreviverem e a teoria <strong>do</strong>ssocialistas, que dá tu<strong>do</strong> aos trabalha<strong>do</strong>res e nada às classes proprietárias: deixa paraos <strong>do</strong>nos <strong>do</strong> capital material sua renda duramente contestada deven<strong>do</strong> eles apenascompartilhá-la com os que possuem o capital pessoal. Dessa forma, o co-capitalismo<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r transforma-se, na boca dessa teoria, em fórl1'}.ula mágica da qual brotamos frutos de ouro da reconciliação e <strong>do</strong> humanitarismo. E pena que ela não passade uma pura fórmula, de um palavrório pomposo destituí<strong>do</strong> de verdade interna!Seguramente, quem haveria de negar que em vários pontos realmente existe umaanalogia entre um trabalha<strong>do</strong>r, adestra<strong>do</strong> para a produção mediante adiantamentosde custos, e um capital? Mas até onde vão estas analogias? Suficientemente longepara ocasionalmente aproveitá-las para algumas comparações verdadeiramente instrutivas,ou também para, em ocasiões em que nada interessa a exatidão e o rigorcientífico, uma vez ou outra pensar ser lícito permitir-se florear, denominan<strong>do</strong> o trabalha<strong>do</strong>rde "capital", da mesma forma que também muitas vezes, recorren<strong>do</strong> aosenti<strong>do</strong> figura<strong>do</strong>, se qualifica o capital de "trabalho anterior" ou "trabalho acumula­82 Cf. minha Geschirhle und Krilik. 2' ed.. p. 115 et seqs. e 4' ed.. p. 86 et seqs.,1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!