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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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"154 o VALOR E O PREÇOlI. Natureza e origem <strong>do</strong> valor subjetivoCl<strong>do</strong> esquecimento total e precisaram ser novamente descobertas originalmente pelos pesquisa<strong>do</strong>res acima cita<strong>do</strong>s. O fatode essa descoberta ter ocorri<strong>do</strong> qua~e simultaneamente, por três pesquisa<strong>do</strong>res diferentes, pertencentes a três nacionalidadesdiversas, e que na sua descoberta foram totalmente independentes um <strong>do</strong> outro, é uma coincidência extremamentenotável, que ao mesmo tempo constitui uma garantia não pequena de que são corretas as <strong>do</strong>utrinas básicas descobertasconcordemente pelos três autores, ainda que os três não sejam igualmente completos em sua exposição. Desde então essas't'<strong>do</strong>utrinas básicas obtiveram uma elaboração notável e uma grande dIvulgação."," 1 ;11 j,l, 6 Os termos "bem-estar", "desfrute", "prazer", "sofrimento" e similares, utiliza<strong>do</strong>s com freqüência aqui e a seguir, e que aliás-.... i são tradicionais nesse contexto, têm si<strong>do</strong> ultimamente interpreta<strong>do</strong>s muitas vezes como se traduzissem minha adesão a umaconcepção puramente he<strong>do</strong>nista ou utilitarista e à Psicologia. Quero observar desde o início que este não é o caso e queme rese.rvo a oportunidade de mais tarde explicar expressamente por que e em que senti<strong>do</strong> o emprego dessa terminologiame parece permiti<strong>do</strong>, mesmo deixan<strong>do</strong> em aberto a questão se é correta uma explicação puramente he<strong>do</strong>nista <strong>do</strong>s atoshumanos.To<strong>do</strong>s os bens sem exceção - já pelo próprio conceito de bem - caracterizam-sepor certa relação com o bem-estar humano. Mas há <strong>do</strong>is graus essencialmente dife­ -,rentes de relação com o bem-estar. O grau mais baixo ocorre quan<strong>do</strong> um bem temsimplesmente a capacidade de servir ao bem-estar humano. O mais alto, ao contrário,exige que um bem não somente seja causa capaz, mas ao mesmo tempo sejatambém condição indispensável para um aumento ou não de bem-estar, de mo<strong>do</strong>que com a posse ou a perda <strong>do</strong> bem ocorra ou não algum prazer na vida. 6 Porser a língua <strong>do</strong>s homens tão rica e sensível a detalhes, desenvolveu para cada um<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is graus uma denominação especial. Chama o grau mais baixo de utilidade,e o mais alto de valor.A distinção é real. Procuremos torná-la tão clara quanto corresponde à sua importânciabásica para toda a teoria <strong>do</strong> valor.Um homem está senta<strong>do</strong> junto a uma fonte, da qual jorra em abundância águapotável de boa qualidade. Encheu seu copo, e a cada minuto continua a correr aseu la<strong>do</strong> água suficiente para encher cem outros copos. Fensemos agora em outrohomem, que viaja no deserto. Uma longa viagem de um dia através de areia incandescente<strong>do</strong> deserto o separa ainda <strong>do</strong> próximo oásis, e ele possui ainda um únicocopo d'água, o último. Que relação existe, num caso e no outro, entre o copo d'águae o bem-estar de quem o possui?Que a relação é muito desigual, vê-se à primeira vista; mas em que consistea diferença? Simplesmente no fato de que, no primeiro caso, temos apenas o graubaixo da relação com o bem-estar, o da simples utilidade, ao passo que no segun<strong>do</strong>,além dele, existe também o grau mais alto da mesma. Tanto no primeiro casoquanto no segun<strong>do</strong> o copo d'água é útil para - ou seja, é capaz de - satisfazeruma necessidade. E também é útil exatamente no mesmo grau, nos <strong>do</strong>is casos. Poismanifestamente as propriedades refrigerantes, nas quais se baseia a capacidade daágua de matar a sede - seu frescor, seu gosto bom etc. - não diminuem o mínimosequer pelo fato de casualmente haver outros copos que também possuem asmesmas qualidades, nem tampouco essas propriedades refrigerantes podem no outrocaso aumentar o mínimo que seja pelo fato de casualmente não haver à disposiçãooutra água. Mas os <strong>do</strong>is casos se diferenciam essencialmente no tocante à presença,~~" <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> grau de relação com o bem-estar, o qualifica<strong>do</strong>. Se analisarmos o prili,,": ' meiro caso, temos de reconhecer que a posse <strong>do</strong> copo d'água não possibilita aohomem de nosso exemplo satisfazer uma única necessidade sequer a mais - e suahperda não lhe possibilita satisfazer uma única necessidade sequer a menos - alémI daquela à qual teria podi<strong>do</strong> satisfazer, sem o copo d'água. Se ele tiver esse copo. d'água, pode com ele matar sua sede; se não o tiver, pois bem, poderá matar suasede igualmente bem com um <strong>do</strong>s cem outros copos que a fonte abundante lhecoloca à disposição, de graça, em cada minuto. Se quiser, portanto, pode fazer desti

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