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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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o VALO:;;~-se copo d'água causa da satisfação de sua necessidade, matan<strong>do</strong> sua sede JUStamentecom ele; mas de forma alguma esse copo d'água é uma condição indisper;~~ávelpara ele satisfazer sua necessidade; o copo d'água é para ele dispensável, sem importância,indiferente.Totalmente diversa é a situação no segun<strong>do</strong> caso. Aqui somos obriga<strong>do</strong>s a reconhecerque, se nosso viajante no deserto não tivesse aquele último copo d'água,simplesmente não poderia mais matar a sede, teria que suportar os sofrimentos dasede sem matá-la, talvez até tivesse que morrer por causa disso. Aqui, portanto, vemosno copo d'água não somente uma causa capaz, mas também uma condiçãoindispensável, a conditio sine qua non de um aumento de bem-estar; o copo d'águaem questão é considerável, importante, tem significa<strong>do</strong> para seu bem-estar.Não exagero se digo que a distinção que acabo de descrever é uma das maisfecundas e mais fundamentais de toda a Economia Política. Ela não deve sua existênciaà lupa de um lógico que tem a mania de fazer distinções. Ela vive no povo,que a conhece e pratica e a a<strong>do</strong>ta como critério para to<strong>do</strong> contato com o mun<strong>do</strong><strong>do</strong>s bens: tanto para a avaliação intelectual de seu valor quanto para seu agir prático.Em relação a bens que são apenas úteis, o administra<strong>do</strong>r prático se comportasem preocupação e com indiferença. A convicção teórica acadêmica de que umbem pode ser útil não consegue despertar por ele um interesse eficaz, devi<strong>do</strong> à segundaconvicção de que também se pode obter a mesma utilidade sem o tal bem.Na prática, tais bens são zeros para nosso bem-estar, e é como tais que os tratamos;não ligamos para sua perda, da mesma forma como não nos empenhamos poradquiri-los. Realmente, quem lamentará o derramamento de um copo d'água nopoço, ou quem há de empenhar-se em evitar que escape' um tonel cúbico de aratmosférico? Ao contrário, lá onde nossa visão, que é aguda ao se tratar de coisaspráticas da economia, vê que determina<strong>do</strong> bem envolve alguma satisfação, algumbem-estar, algum prazer, nesse caso o interesse ativo que temos por nosso bemestaré transferi<strong>do</strong> também para o respectivo bem, no qual vemos uma condiçãodesse bem-estar; nele valorizamos e estimamos nosso próprio bem-estar, reconhecemossua importância como valor para nós, e finalmente desenvolvemos uma preocupaçãoconsonante com a grandeza <strong>do</strong> mesmo, no senti<strong>do</strong> de adquiri-lo e retê-lopara nós.Conseqüentemente, o valor se define formalmente como sen<strong>do</strong> a importânciaque um bem ou um conjunto de bens tem para os fins de bem-estar de um indivíduo.A rigor não há necessidade de outro acréscimo no tocante ao tipo e ao motivoda importância, pois de qualquer mo<strong>do</strong> os bens não podem adquirir uma importânciareal para nosso bem-estar a não ser de uma forma, a saber, tornan<strong>do</strong>-se condiçãoindispensável, conditio sine qua non, de alguma utilidade para o bem-estar.Todavia, consideran<strong>do</strong> que em outras definições <strong>do</strong> valor muitas vezes se diz queo valor é também uma "importância", e que esta é erroneamente reduzida à simplescapacidade de ser útil, ou, então, é fundamentada - não menos erroneamente,no essencial - na necessidade de fazer despesas ou em coisas similares, queremosenquadrar nossa definição com exatidão tal que não deixe margem a dúvidas, dizen<strong>do</strong>:Valor é aquela importância que um bem ou conjunto de bens adquire comocondição reconhecida de uma utilidade que não poderia concorrer de outra formapara o bem-estar <strong>do</strong> indivíduo. 7To<strong>do</strong>s os bens têm utilidade, mas nem to<strong>do</strong>s os bens têm valor. Para que hajavalor, além de ser útil o bem tem de ser raro; raro não em senti<strong>do</strong> absoluto, mas7 Também o termo "utilidade" (Nutzen). apesar de aparentemente ser compreensivel a to<strong>do</strong>s, será ainda objeto, mais adiante.de uma explicação explícita.

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