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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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282 o JUROTo<strong>do</strong>s os três motivos parciais que levam a subestimar a utilidade futura - errode avaliação devi<strong>do</strong> a uma representação precária das necessidades futuras; falhade vontade; e consideração da incerteza da vida. Eles ocorrem em graus extremamentediversifica<strong>do</strong>s nos diversos indivíduos e também, em se tratan<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmoindivíduo, em tempos diferentes, em esta<strong>do</strong>s de espírito e de humor diferentes. Nomesmo intervalo de tempo, eles podem gerar uma avaliação de 100% para umapessoa, uma subavaliação de 50% para outra, uma subavaliação de apenas 1 ou2% para uma terceira; no caso de pessoas fanatizadas pela mania de prever e proverpode até acontecer o oposto, a saber, uma superavaliação não imparcial da utilidadefutura. Além disso, gostaria de salientar expressamente que a subavaliaçãoresultante desses motivos parciais de mo<strong>do</strong> algum se gradua harmonicamente jána avaliação subjetiva <strong>do</strong>s indivíduos, de acor<strong>do</strong> com a duração longa ou curta <strong>do</strong>intervalo de tempo, como se. por exemplo. aquele que subestima de 5% uma utilidadefutura esperada para dentro de um ano, e subestima de 10% uma utilidadeque subavaliam exatamente de 1 1/4% uma utilidade que ocorrerá daqui a apenastrês meses. Pelo contrário, as subavaliaçães subjetivas originárias são desiguais e bruscasem altíssimo grau. Na medida em que a subavaliação é gerada pela falha de vontadeacima mencionada, poderia, sim, ocorrer uma diferença de avaliação entre prazeresabsolutamente presentes e prazeres não presentes, mas seria muito pequenaou até nula a diferença de avaliação entre prazeres moderadamente longínquos eprazeres mais remotos. A simetria da subavaliação só ocorrerá no caso de interviro comércio de trocas, como veremos mais adiante. De qualquer forma - e issoé suficiente para nós neste contexto -, todas as três causas parciais têm este efeito--=:'comum: sob sua influência, na avaliação de bens futuros atribuímos a eles uma utilidademenor <strong>do</strong> que a que corresponde à sua grandeza verdadeira: vemos a utilidademarginal de bens futuros como que em redução por diferença de perspectiva 21Ora, é fácil mostrar que esse fenômeno tem de contribuir para reforçar consideravelmentea influência daquele primeiro motivo principal que leva a subavaliar 22bens futuros, a saber, o que reside em uma diferença de suprimento de bens paraatender ao presente e para atender ao futuro. Com efeito, todas as pessoas que nopresente estão menos bem supridas <strong>do</strong> que no futuro, e nas quais, por isso, a utili­ -3dade marginal verdadeira de uma quantidade de bens futuros já é menor <strong>do</strong> quea utilidade marginal da mesma quantidade de bens presentes, em virtude <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>motivo principal, dão uma avaliação da utilidade marginal futura ainda menor<strong>do</strong> que lhes corresponde na verdade, e por isso aumenta a intensidade dadiferença <strong>do</strong> valor em desfavor <strong>do</strong>s bens futuros. Se, por exemplo. a utilidade marginalde determina<strong>do</strong> bem presente for 100, e se a utilidade marginal verdadeirae bens futuros de mo<strong>do</strong> geral. permanecem irrelevantes taIs mudanças na composição <strong>do</strong> conjunto de necessidades presentese futuras. Ora. é justamente essa relação gera! que importa. em nossa economia. baseada no dinheiro. pois emse tratan<strong>do</strong> de necessidades de perío<strong>do</strong>s futuros longínquos. que se prevêem mas ainda não se concretizaram na realidade,a providência que se costuma tomar não consiste em acumular bens em espéCIe - mesmo porque ainda nao se precisadeles no presente -, mas em conseguir um fun<strong>do</strong> de cobertura geral. na forma de dinheiro neutro ou de valor em dinheiro.21 Uma vez que tanto Jevons como seu sucessor Sax, no tocante a toda a natureza <strong>do</strong> fenômeno apresenta<strong>do</strong> no texto.incorreram em um equívoco. pois confundem as representações e os juízos de avaliação que formamos sobre sentimentosfuturos com sentimentos reais presentes (ver os detalhes adiante, no "Excurso" XI), não há como supreender-se Com ofato de não encontrarmos neles nem uma explicação convincente e mais profunda desse fenômeno e nem sequer a tentativade tal explicação. Consideram simplesmente como um fato o presumi<strong>do</strong> "fraco pré-sentimento" de necessidades futuras.como um "fato psicológico conheci<strong>do</strong>". encaran<strong>do</strong> sem mais como "evidentes" muitos detalhes inerentes a ele. que na ver­ :->dade carecem muito de explicação. (Ver. por exemplo. SAX. Op. cit., p. 178 et seq.)22 Talvez não seja inteiramente supérfluo chamar a atenção para um fato: a "'subavaliação" (Minderbewertung ou Minderschótzung)de necessidades futuras e de bens futuros. da qual falo aqui e muitas outras vezes. de mo<strong>do</strong> algum é a mesmacOisa que a "avaliação execcisvamente baixa" (Unterschdtzung) <strong>do</strong> futuro, mencionada por mim com igual freqüência nocontexto. A subavaliação (= avaliação mais baixa) de bens futuros em relação a bens presentes resulta como produto deto<strong>do</strong>s os três motivos principais analisa<strong>do</strong>s no texto, ao passo que avaliação muito mais baixa (por erro) é um fenômenomllito mais específico, peculiar exclusivamente ao segun<strong>do</strong> motivo principal (aliás, se bem analisarmos, peculiar exclusivamEllteàs duas primeiras "causas parciais", que é preciso distinguir dentro da segunda causa principal). Autores de idiomanão-alemão facilmente têm passa<strong>do</strong> por cima dessa nuança, o que já deu azo a várias confusões e equívocos.

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