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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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68 CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALcapital - que por si só já atingiu uma extensão excessiva e altamente indesejável- também ao conceito de renda, o qual já é por si mesmo, na literatura econômica,objeto de uma controvérsia igualmente abrangente, confusa e de difícil solução.Contento-me aqui, sem motivação mais precisa, com expressar a minha opiniãona linha de que a identificação da renda com os serviços deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s bens nãome parece representar uma solução feliz e nem sequer aceitável para essa controvérsia.Essas duas categorias coincidem só parcialmente, mas de forma alguma atéao ponto que seria necessário para se poder explicar um conceito pelo outro. Creio- e esta era anteriormente também a opinião <strong>do</strong> próprio Fisher, defendida por elecom muita ênfase - que também certos bens podem ser componentes da renda;por outro la<strong>do</strong>, penso que também serviços deriva<strong>do</strong>s de bens, conforme o caso,podem ser entendi<strong>do</strong>s como componentes de um capital, pelo menos de um capitalao nível da economia individual. Surpreender-me-ia muito, por exemplo, se osavalistas experientes - cujo mo<strong>do</strong> de pensar Fisher tanto gosta de citar comodecisiv0 74 - no caso de um empresário de turismo que não possui navios de lazermas os fretou somente para a estação turística, não considerassem também comocapital comercial desse empresário os serviços temporários com essescontratos. 75Contu<strong>do</strong>, a maneira de Fisher tratar o nosso tema suscita, finalmente, uma últimareflexão, que, não gostaria de omitir. Ela me parece, em última análise, inspiradapor uma idéia que, aliás, não deixou de influir na nossa controvérsia, mas que,segun<strong>do</strong> me parece, nenhum outro defendeu tão conscientem~nte e levou tão intrepidamenteaté as suas últimas conseqüências quanto Fisher. E a idéia de que osconceitos mais amplos são também os mais fecun<strong>do</strong>s, e que, se não quiser separarartificialmente coisas afins, se é pressiona<strong>do</strong> a esticar" sempre mais os conceitos quese têm, amplian<strong>do</strong>-os - "como quem desliza sobre um plano inclina<strong>do</strong>" - medianteuma interpretação cada vez mais ampla, até que os conceitos abranjam ao finalo âmbito mais vasto possível. "O to<strong>do</strong> é mais simples <strong>do</strong> que suas partes."76O que certamente há de correto nisso é que não se pode deixar de criar osconceitos mais amplos que for possível; impõe-se igualmente admitir que toda divisãode grupos dentro de um to<strong>do</strong> ainda maior - precisamente por tratar-se apenasde grupos dentro de um to<strong>do</strong> ainda maior - terá de certo mo<strong>do</strong> que separar coisasafins e homogêneas. Sem dúvida existe entre os meios de produção produzi<strong>do</strong>s,aos quais proponho reservar o nome de capital, e o fator natural de produção, quesão os bens de raiz, uma concordância, sob aspectos muito importantes. Um grausemelhante de concordância existe também entre os rendimentos que provêm deuns e de outros. Além disso, existe certo grau de afinidade - embora certamentemenor - entre esses <strong>do</strong>is fatores e outros <strong>do</strong>is, o fator pessoal de produção, o trabalhoe o rendimento proveniente <strong>do</strong> trabalho. Finalmente, também o tipo de utilidadetrazida p~los tipos de bens que servem para a aquisição de bens há de apresentar,sob certos aspectos, uma afinidade com aquele tipo de utilidade que os tipos debens que servem à satisfação direta das necessidades trazem para o proprietário emseu negócio. Sem dúvida, tu<strong>do</strong> isso exige que se conheçam também as outras e­..,á,.'-'\1=­~=-­iiIlII..••i:,.~...~~"'lIII!!III=­~,;._,~.!!!lIiiilr

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