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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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22 EXTRATO DO PREFÁCIO À PHIMEIRA EDIÇÃOmaior e a partir de campos de observação muito mais amplos; em contrapartida,porém, em toda parte elas só podem abranger os fatos mais visíveis e mais externos;elas como que peneiram os eventos econômicos com uma peneira grossa, atravésda qual escapa desapercebidamente uma multidão de traços finos, pouco visíveise, sobretu<strong>do</strong>, mais de ordem interna da vida econômica. Ora, se quisermos utilizartambém esses elementos para fins de investigação - e não podemos em absolutoprescindir <strong>do</strong> conhecimento deles para muitíssimas tarefas científicas - não há outromeio senão recorrer a essa observação pessoal da vida concreta, que é relativamentemais restrita, mas em contrapartida é mais penetrante.Pessoalmente procurei aproveitar igualmente as três fontes de pesquisa. Acolhicom reconhecimento, e em toda parte valorizei conscienciosamente aquilo que ahistória da economia e a Estatística podiam oferecer para o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> meu tema,mesmo quan<strong>do</strong> não me foi possível citar explicitamente no meu texto o próprio materialoriginal. Mas o material recolhi<strong>do</strong> por essa via nem de longe foi suficiente paraminha tarefa. Precisamente a teoria <strong>do</strong> capital tem de contar com grande númerode fatos que a História e a Estatística não registraram, em parte porque pela suanatureza não têm condição de fazê-lo, em parte porque a atenção dessas ciênciasaté agora ainda não foi dirigida para a importância desses fatos. Que podem, porexemplo, a História e a Estatística dizer sobre o problema - tão importante paraa explicação <strong>do</strong>s juros <strong>do</strong> capital - se existe uma utilidade durável e autônoma nosbens consumíveis? Ou então, quão pouco podemos esperar saber dessas ciênciassobre os motivos reais que levam a uma avaliação subjetiva de tipo diferente <strong>do</strong>sbens presentes e <strong>do</strong>s bens futuros? Ou então, quão pouco aprendemos - ao menosaté agora - sobre a relação real entre a grandeza <strong>do</strong> "Fun<strong>do</strong> Nacional paraa Subsistência" e a duração média <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de produção em um país? - Nessespontos, queren<strong>do</strong> ou não, tive que recorrer a outras fontes e vias de conhecimentoque não à História e à Estatística.Que agi corretamente aqui, digo mais, que não pude agir de outra forma, paraisso posso invocar testemunhas que são até clássicas para essa questão: os cabeçase adeptos da própria "Escola Histórica". A orientação histórico-estatística é, desdeuns bons 30 anos para cá, <strong>do</strong>minante na Economia Política alemã. Ora, duranteto<strong>do</strong> esse longo perío<strong>do</strong> não se fez sequer uma vez pelo menos a tentativa de solucionaro grande problema <strong>do</strong>s juros <strong>do</strong> capital - embora ele tenha esta<strong>do</strong> constantementeno primeiro plano da discussão - com os instrumentos <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> histórico.Talvez o autor que mais se tenha aproxima<strong>do</strong> de uma abordagem histórica <strong>do</strong> problemaainda tenha si<strong>do</strong> Rodbertus com a sua grande confrontação histórica das váriasformas pelas quais as classes economicamente <strong>do</strong>minantes nas diversas épocasse apropriam da parte melhor <strong>do</strong> produto <strong>do</strong> trabalho nacional; a rigor, porém, mesmoRodbertus, com essas análises históricas, apenas cria ambiente para a sua "teoriada exploração", cuja execução propriamente dita é feita inteiramente com o instrumentalabstrato-dedutivo da Escola Clássica, com a teoria <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> trabalho deRicar<strong>do</strong>. E no que concerne aos líderes reconheci<strong>do</strong>s da linha histórica, Roscher compôssua teoria <strong>do</strong>s juros com elementos tira<strong>do</strong>s em parte de J.-8. Say, em parte deSenior - portanto, totalmente da teoria "pré-histórica" -, ao passo que Knies, apoia<strong>do</strong>em Hermann, arquitetou uma teoria da "utilidade <strong>do</strong>s bens" que não somente nãotem o mínimo a ver com a História e Estatística, mas que, ao menos assim me parece,é destituída de qualquer base indutiva e constitui fruto de uma pura especulação,aliás não muito feliz.Se, pois, nem os próprios historicistas, no tocante aos problemas <strong>do</strong> capital, confiaramno méto<strong>do</strong> que lhes é próprio e a<strong>do</strong>taram uma forma de pesquisa que normalmentelhes é estranha, não se fará objeções a mim se também eu proceder comoeles. Estou isento de qualquer unilateralismo meto<strong>do</strong>lógico, ou pelo menos esforço­,-.ó::t: : -i~-..;:- ]

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