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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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278 O JUROfuturos e, via de regra, têm um valor maior, devi<strong>do</strong> à capacidade de serem utiliza<strong>do</strong>scomo estoque de reserva para o futuro.Uma exceção ocorre somente naqueles casos relativamente raros nos quais édifícil ou inviável guardar os bens já disponíveis no presente até o momento futuroem que o suprimento será mais precário. Isso acontece, por exemplo, no caso debens sujeitos a se estragarem, como gelo, frutas e similares. To<strong>do</strong> comerciante defrutas atribuirá, no outono, um valor muito maior a um quintal de uvas de mesafuturas, a serem fornecidas em abril, <strong>do</strong> que a um quintal de uvas presentes! Ou,então, se um homem abasta<strong>do</strong> estiver diante de uma pena de detenção mais longa,perío<strong>do</strong> durante o qual terá que ajustar-se ao regime alimentar precário característicode uma casa de correção: com quanta disposição tal pessoa pagaria o preço de100 refeições abundantes presentes, se com esse preço pudesse comprar 10 refeiçõessemelhantes futuras, na prisão lPortanto, é o seguinte o balanço decorrente da influência exercida pela diversidadeda relação de oferta e procura no presente e no futuro: muitíssimas pessoasque no presente estão menos bem supridas <strong>do</strong> que no futuro atribuem bem maisvalor a bens presentes <strong>do</strong> que a bens futuros; muitíssimas pessoas que no presenteestão mais bem supridas <strong>do</strong> que no futuro, mas que têm a possibilidade de guardarbens presentes para servir ao futuro e além disso utilizá-los como fun<strong>do</strong> de reservapara o perío<strong>do</strong> intermediário, atribuem a bens presentes o mesmo valor que a bensfuturos, ou até um valor um pouco maior; somente em uma minoria insignificantede casos, nos quais a comunicação entre o preente e o futuro está impedida ouameaçada por circunstâncias especiais, bens presentes têm para seus <strong>do</strong>nos um valorde uso subjetivo menor <strong>do</strong> que bens futuros. Nessa situação, é óbvio que, mesmoque não cooperasse nenhuma outra circunstância, além da diferença de relaçãoentre oferta e procura no presente e no futuro, a resultante das avaliações subjetivas,que determina o valor de troca objetivo, teria necessariamente que ser esta: os benspresentes têm uma leve vantagem sobre os bens futuros, são favoreci<strong>do</strong>s com umpequeno ágio em relação aos bens futuros. l ?Todavia, há ainda outras circunstâncias que atuam no mesmo senti<strong>do</strong>, e comforça ainda maior-= - _"!:- - I~- :.. -~ - - -.- -- _.- _......17 A essa argumentação se tem objeta<strong>do</strong> muitas vezes -- por exemplo. também por parte de Bortkiewicz ("Der Kardinalfehlerder B6hm-Bawerk'schen Zinztheorie". In: SCHMüLLER. Anuário. v. 30. p. 946 et seqs.) -: subestimo a freqüênciae a influência daqueles casos nos quais ''o suprimento de bens no presente é relativamente abundante ou excessivamenteabundante", e nos quais, devi<strong>do</strong> à dificuldade de conservação por mais tempo, o sujeito econámico "desejaria vir a possuircertos bens mais tarde, em vez de adquiri-los no presente". Contu<strong>do</strong>. como admite o próprio Bortkiewicz, essa objeçãonão tem importância alguma para a era da economIa baseada no dinheiro, já que esta última. se prescindirmos de raríssimoscasos de exceção, nos dispensa da necessidade de acumular os meios de suprimento destina<strong>do</strong>s ao futuro na formade estoques de bens em espécie, incômo<strong>do</strong>s e excessivamente grandes. Por isso, posso manter como perfeitamente acertadasas palavras empregadas notexto acerca da "minoria insignificante de casos" para a época atual. cuja economia se baseiano dinheiro - aliás, foi a ela que me referi. com clareza suficiente, ao falar <strong>do</strong> "dinheiro, o qual, por sua forma indiferente,representa todas as espécies de bens". Em épocas em que a economia se baseava em produtos naturais. certamente a relaçãodei freqüência terá si<strong>do</strong> diferente: contradizen<strong>do</strong>. porém. a Bortkiewicz. considero muito pouco provável - aliás, hojeé inclusive ocioso discutir sobre isso - que essa relação de freqüência jamais tenha leva<strong>do</strong>, ou tenha podi<strong>do</strong> levar, a "paralisar"totalmente o efeito <strong>do</strong>s casos opostos e a impedir inteiramente que houvesse um ágio em favor <strong>do</strong>s bens presentes.Finalmente, Bortkiewicz me objeta, mesmo em relação à época atual (op. cit., p. 947 et seqs.l, que meu argumento, noessencial, trata apenas de casos <strong>do</strong> crédito de consumo. "o qual considera<strong>do</strong> <strong>do</strong> ponto de vista da economia da nação...não costuma exercer papel importante", e que. em razão disso. parece que "se fundamenta em uma base excessivamenteprecária um fenômeno importante da vida econômica, como é o <strong>do</strong> juro <strong>do</strong> capital". Quanto a isso, devo dizer o seguinte:compreenderia esta objeção se minha "Primeira causa" fosse toda a base sobre a qual assento o juro <strong>do</strong> capital. Todavia,já que disse expressamente que esse grupo de fatos é apenas o primeiro dentre três motivos <strong>do</strong> fenômeno <strong>do</strong> juro - aliás.o primeiro, apenas pela ordem de exposição. e não pela importância da influência que ele exerce (uma vez que caracterizeios <strong>do</strong>is outros motivos expressamente como sen<strong>do</strong> os que "atuam com mais força") -, não me ficou claro o raciocínioque levou Bortkiewicz a formular a citada objeção. Porventura eu deveria ou poderia ter silencia<strong>do</strong> inteiramente um motivoparcial <strong>do</strong> fenômeno, o qual. mesmo ten<strong>do</strong> influência fraca. não deixa de ser. inegavelmente, um motivo atuante, emboraparcial?:-': -,,: :-1-:::3l

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