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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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350 O ,JUROde coação <strong>do</strong>s sem posse e mesmo que não houvesse nenhum monopólio por parte<strong>do</strong>s proprietários, Somente a grandeza desse ganho pode encontrar uma objeção,se no caso concreto atingir um excesso; aliás, as condições muito desiguais deposse, vigentes em nossa economia moderna, fazem infelizmente com que se tornepróximo o perigo de forçar taxas de juros extorsivas,Tampouco pode a pessoa imparcial contestar que, em decorrência das circunstânciassecundárias que acompanham o recebimento de juros, não raro o sentimentode justiça é lesa<strong>do</strong> pelo contraste entre o receber de presente e o ganhar por esforço.Onde um capital foi obti<strong>do</strong> com esforço e capacidade pessoal, ninguém desaprovaráo proprietário que posteriormente obtém um ganho, mesmo sem esforço,trocan<strong>do</strong> por bens futuros os bens presentes, adquiri<strong>do</strong>s a duras penas, Muitas vezes,porém, justamente as maiores riquezas caem de mão beijada na posse <strong>do</strong>s proprietáriossem mérito pessoal algum, simplesmente mercê de uma ordem jurídicaque os privilegia; e novamente sem esforço e mérito pessoal se efetua a ren<strong>do</strong>satroca de bens presentes por bens futuros, que de novo amadurecem para transformarseem bens presentes cada vez mais valiosos. Em to<strong>do</strong>s os outros setores de vendanecessita-se de esperteza no especular, precisa-se de aproveitar as conjunturas favoráveisno momento certo, para sair ganhan<strong>do</strong> na troca. Mas o que negocia commerca<strong>do</strong>ria presente sempre é favoreci<strong>do</strong> pela conjuntura. Ele só precisa aproveitara ocasião, para de novo vender sua merca<strong>do</strong>ria com ágio a um dentre tantos compra<strong>do</strong>resávi<strong>do</strong>s, ao passo que, ao la<strong>do</strong> dele, o trabalha<strong>do</strong>r, que não tem posses.vai sobreviven<strong>do</strong> miseravelmente, trabalhan<strong>do</strong> duro, sacrifican<strong>do</strong> penosamente suaforça e sua felicidade pessoal.Entretanto, que concluir de tu<strong>do</strong> isso? Apenas o seguinte: o juro <strong>do</strong> capital, emvirtude de acrescerem circustâncias secundárias, pode estar associan<strong>do</strong> a uma exploraçãousurária e a inconvenientes sociais; não segue que o próprio juro, em suaessência mais íntima, seja condenável. E daqui segue, por sua vez, que se deve pôro macha<strong>do</strong> ao ramos degenera<strong>do</strong>s que o acompanham, e não ao tronco sadio: exatamentecomo seria insensato abolir o direito de autodeterminação <strong>do</strong>s povos, emvez de simplesmente controlar as agressões que ocorrem por ocasião das eleições.Que fazer, porém, quan<strong>do</strong> não há meio de extirpar tais abusos, ou de extirpá-lostotalmente? Mesmo então, de mo<strong>do</strong> algum está ainda decidi<strong>do</strong> que se tem o direitode extirpar a própria instituição <strong>do</strong> juro, à qual esses abusos se associam inevitavelmente.Pois. em se tratan<strong>do</strong> de coisas humanas. não existe nenhuma instituição quenão venha acompanhada de alguma desvantagem. Em lugar <strong>do</strong> que é absolutamentebom, e que é inatingível, devemos sempre escolher o que é relativamenteo melhor. no qual ainda é mais favorável o balanço entre a vantagem atingível eos males que não há como evitar. O morar em uma cidade grande certamente acarretamuitos inconvenientes; também há muitas desvantagens em morar numa cidade pequena,o mesmo acontecen<strong>do</strong> em morar no campo. Contu<strong>do</strong>, em algum lugar seterá de morar: acabar-se-á moran<strong>do</strong> onde, após madura reflexão sobre todas as circustâncias,os inconvenientes inevitáveis forem mais supera<strong>do</strong>s. para cada um, pelasvantagens. Da mesma forma, antes de extiparmos os juros como tais, é necessáriofazer o balanço para verificar se o bem das pessoas, numa sociedade que reconhecee admite o ganho de capital, é mais bem servi<strong>do</strong> <strong>do</strong> que numa sociedade quesó admite renda que provenha <strong>do</strong> trabalho.Nessa análise, porém, não se poderá ignorar que a instituição <strong>do</strong> juro gera tambémmuitos benefícios: em particular, na medida em que a expectativa de auferirganho de juro estimula a poupar, leva à formação de capital, e dessa forma, emconseqüência ulterior, se torna causa de um suprimento mais abundante de todaa nação mediante a a<strong>do</strong>ção de méto<strong>do</strong>s de produção mais rentáveis. Cabe aquia tão usada e tão abusada palavra "prêmio pela abstinência", Com ela não se temo direito de pretender explicar teoricamente a existência <strong>do</strong> juro; não se pode purae simpleõ:-:-.ivamente. ::<strong>do</strong>, da [T.-2õ"felizmer:-2 :'tantes Ú:-2õem OUir:: ::­eapou;:::.:não é o ~rJsocialiste ,,-2tal na ec: -:o está. r:-.::' sponderô:. -2.5Toc::.·.. ::'social no ::.Jaquilo C~~ :;<strong>do</strong> juro' E -2"exige SUe ::::1rações C~::5afirmaç§.c :,A A-::::..Penso qL:':: :juro no E,,:3o juro no 1lma~:r-2'toda pro;:::.':::ni<strong>do</strong>s nas :::,estão a S2:-."com o tre::::]que na ec: r,;Ame" ="nua a ex:,,:..:e uma \."e: =:poucos s,:: ::;de valor'::-::1Pois as cc_s.::suprimer.:: ­dência t§.:: ::1Evidenter:-":;:ldução pr2,,":;:lista já n'r;_.justamec.:':: .,:;,coletiva.:.: _

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