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EUGEN VON BOHM-BAWERK Teoria Positiva do Capital Volume I

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100 CONCEITO E NATUREZA DO CAPITALI'Contu<strong>do</strong>, ainda mais atuante que a força das tradições históricas foi e continuaa ser um segun<strong>do</strong> fator, que por um la<strong>do</strong> influiu, no passa<strong>do</strong>, na criação dessaspróprias tradições, e por outro ainda hoje continua a exercer sua viva influência:essa é, salvo gravo engano de minha parte, a tendência, consciente ou inconsciente,a um conceito de capital diferente da concepção oficial reconhecida na definição.Com efeito, oscilava-se e continua-se a oscilar entre os <strong>do</strong>is conceitos que apresentama maior parte das relações - e as mais fecundas - com os problemas atinentesao capital, a saber: o conceito <strong>do</strong>s meios de produção produzi<strong>do</strong>s e o conceito<strong>do</strong> fun<strong>do</strong> nacional de subsistência. 13 Na definição oficial acabou-se, sim, por dar apreferência ao primeiro conceito, mas os autores não conseguiram desvencilhar-setotalmente <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>, por acharem - e nisso estão perfeitamente corretos - quetambém o fun<strong>do</strong> nacional de subsistência tem algo a ver com a <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong> capital.E assim criou-se uma entidade híbrida, na medida em que se acrescentou aos meiosde produção propriamente ditos, em função <strong>do</strong>s quais se elaborou a definição oficial,ainda uma parte <strong>do</strong> restante fU'1<strong>do</strong> de subsistência, a saber, os meios de sustento<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res produtivos. E natural que essa decisão, mero fruto de umcompromisso irresoluto, não pode satisfazer. A teoria tem de fazer sua escolha definidaentre os <strong>do</strong>is conceitos concorrentes, e, qualquer que seja a opção feita, a delimitação<strong>do</strong> conceito de capital sempre acaba sen<strong>do</strong> diferente daquela que é feitapor aqueles autores contra os quais polemizo aqui. Ou a gente se decide pelo conceitode capital como um conjunto de produtos intermediários - opção esta queconsidero a mais feliz, pelas razões terminológicas de conveniência acima expostas-, e então os meios de sustento <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res não se enquadram no conceitode capital. Ou então se denomina capital o fun<strong>do</strong> de subsistência que possibilita aprodução indireta e nesse caso, como se mostrará mais adiante. 14 haverá que enquadrarcomo capital não somente os meios de subsistência <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res produtivos,mas também os <strong>do</strong>s capitalistas e <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nos de terra, já que estes estãoexatamente na mesma relação indireta com a a<strong>do</strong>ção de méto<strong>do</strong>s de produção "capitalista".Essa situação, se não serve para justificar, serve ao menos para explicaro fenômeno, aliás quase incompreensível, de que, em contradição com a definiçãooficial <strong>do</strong> capital, se continua ainda a considerar como capital os meios de subsistência<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res; talvez não seja ilusória a esperança de que, esclarecen<strong>do</strong>a origem desse estranho hábito, se contribua para acabar com ele - o que se desejahá muito tempo.lSOutra categoria que me parece ser erroneamente enumerada entre os componentes<strong>do</strong> capital social são os "capitais incorpóreos", como dívidas e outras reivindicações,relações de clientela, o "Esta<strong>do</strong>". Essas coisas não fazem parte <strong>do</strong> capital,simplesmente por não serem bens propriamente ditos. Como demonstrei ex professoem outro lugar, 16 não passam de denominações que substituem outras, ou no-:3 Ver acima, p. 59 et seq."No Livro Quarto; ver também acima. p. 59, nota 50.lS Coisa bem parecida acontece com a famigerada teoria <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> de salários. Também neta vejo um fruto infeliz de umaidéia básica em sI mesma correta. Ela é uma tentativa muito mal-sucedida de exprimir certas relações - de fato existentes- entre o fun<strong>do</strong> nacional de subsistência. de um la<strong>do</strong>, e o nível <strong>do</strong> salário <strong>do</strong> trabalho e <strong>do</strong>s juros <strong>do</strong> capital. de outro.Ver mais adiante. no Livro Quarto. Contra a inclusão <strong>do</strong>s melas de subsistência <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res no capital nacional declarou·se de forma até realmente clássica Rodbertus (Das Kapital, p. 2'19 et seqs.); anteriormente, já no Zur Erkenntnis unserers·laatsw. Zustaende. Teorema I; com muita clareza e de forma condudente ta mbém GIDE. Principes d'Économie Politique.Paris, 1884, p. 150 et seqs.; além disso, SAX. Grundlegund. p. 324. na nota. O próprio Wagner sustenta essa inclusão,ao menos quanto àquela parte <strong>do</strong>s meios de subsistência que "necessariamente" precisa ser usada para a manutenção <strong>do</strong>strabalha<strong>do</strong>res durante a prod ução - posiçâo que mantém mesmo na situação mais recente de suas opiniões: TheoretischeSozialoekonomik (Grundriss), 1907 Parte Primeira, p. 138.16 Rechte und Verhaeltnisse vom Standpunkte der volksw. Gueterlehre. 1881. passim. Ver, a partir de então, também HDIETZEL ("Der Ausgangspunkt der SOZialwirtschaftslehre und ihr Grundbegriff'. In: Tuebinger Zeitschrift. 1883, p. 78 et.~~1J..1"-:5 r;-f',:"T{J C'I~'~~ ;:(":':)í"J()i\Jtl~ij tÂ_~ r l~ ~~1 ~

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