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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasdesenvolvimento curricular, linha que ainda se encontra em estado incipiente e na qual se indagamsobre a vida dos livros nas escolas, seu uso pelos professores e alunos, entre outros questionamentos(p. 77).Nesta última linha de investigação, conforme argumenta a autora, a metodologia utilizada éfundamentalmente qualitativa para o estudo de casos, na qual se utilizam técnicas de observação eentrevistas, que foram agrupadas sob três orientações principais:a) Exploração das concepções, opiniões e demandas de professores sobre materiaiscurriculares;b) Análise da tomada de decisão dos docentes a respeito dos materiais curriculares e dosestilos de usos do livro de texto por parte dos professores e estudantes;c) Avaliação do vinculo entre o material curricular e a autonomia profissional docente.(FERNÁNDEZ REIRIS, 2005, p. 77).Citando o trabalho de Susan Stodolsky (1991), Fernández Reiris (2005) destaca que a autoraassinala que o uso dos livros de texto tem relação com os diferentes estilos docentes configurados porsuas experiências profissionais, suas áreas de formação e também segundo a área do conteúdo queensinam; e ressalta que é praticamente inexplorada a participação dos estudantes como fonte nestalinha de investigação.Quanto aos livros de Ciências no Brasil, Ferreira e Selles (2004), por sua vez, fizeram umlevantamento das investigações sobre o tema. No caso do livro de Física, esse mapeamento mostrouque, dos dezessete artigos, onze tratam de temas relacionados a esta disciplina; entretanto, concentramseus estudos em questões relativas ao seu conteúdo, dentre as quais os erros conceituais, a estruturaçãona forma de apresentação, os assuntos ou temas tratados; e outros estudos que estabelecemcomparação com idéias alternativas espontâneas ou de senso comum dos alunos, a presença deanalogias, uso de elementos do cotidiano, entre outras.Por sua vez, Martinez, Valls Montés e Pineda (2009), em estudo realizado na Espanha sobre ouso dos livros escolares de História atentam para as dimensões do ensino que são afetadas pelo livroescolar (p. 8). Os autores realizaram uma investigação de longa duração entre os anos de 1993 a 2003,em todos os Institutos da Comunidade Autônoma da Região de Murcia, Espanha, na qual recorreram arelatos das lembranças das experiências pessoais de 1523 alunos a respeito do que ocorria nas aulas deHistória, em seus estudos durante o Bachillerato (Ensino Médio). Para a realização do estudo, osautores recorreram a uma pergunta aberta na qual era pedido aos alunos que eles descrevessem umasala de aula habitual de seus professores da disciplina de História. Segundo os autores, o olhar sobre oponto de vista dos alunos e as lembranças de suas experiências de estudos anteriores permitiuidentificar três âmbitos do fazer educativo do ensino: o interesse dos alunos pelos recursos e livros;como o livro escolar é algo mais que apenas um meio de ensino, e o uso dos livros escolares.As relações que são estabelecidas pelos alunos com os livros e as dinâmicas que os livrosestabelecem com as dimensões do ensino são complexas e afetadas de diversas formas. Martinez,Valls Montés e Pineda (2009) destacam que os livros escolares afetam diversas dimensões do ensino.Algumas das principais dimensões afetadas são:a) O livro escolar e a estrutura das atividades na aula: Segundo os autores: “[...] o livroescolar como tal é um recurso didático que está fortemente ligado aos professores, alunos e currículo”(p. 12). Assim, a partir das narrativas dos alunos, há indicativos da presença do livro escolar com aentrada do professor em sala, com o início das aulas destacando alguma chamada de atenção,relembrando o conteúdo da aula anterior, etc. No desenvolvimento da aula o livro é relembrado pelosalunos associando-os com atividades vinculadas ao trabalho sobre os conteúdos de ensino: destacamseos ditados, explicações ou leituras dos docentes. Também há indicativos da relação da compreensãodos conteúdos e os tempos para as dúvidas dos alunos, na qual as perguntas dos discentes eramrespondidas mediante a leitura do livro pelo professor, pelo aluno, ou não disponibilizava tempo paratal atividade. Em outros casos “os textos [dos livros] oferecem atividades a realizar (comentários,exercícios, esquemas, fotos, etc.), que são propostas pelo professorado para que os alunos as trabalhempor grupos ou de maneira individual” (p. 14). No fechamento da aula o livro está associado com o fimdo trabalho da sequência de ensino quando o docente fecha o livro, indicativo do final da aula ou que éseguida da finalização da aula, quando o professor indicaria tarefas aos alunos utilizando o livro (p.13-14).161

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