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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasimportância do ensino das propriedades do sistema da escrita alfabética, mas não investem nodesenvolvimento de habilidades de reflexão fonológica. Embora reconheçam a importância dotrabalho com leitura e escrita, não utilizam os textos para discutir os diversos gêneros, mas sim comopretexto para o ensino do sistema gráfico. A opinião das professoras sobre os livros do PNLD é queestes priorizam o ensino da leitura e a produção de textos, em detrimento de atividades de ensino dosistema de escrita alfabética.Silva (2003) pesquisou os discursos sobre os usos do livro didático de alfabetização de 13professores de escolas públicas. Os livros didáticos, à época da pesquisa, recebiam uma classificaçãode qualidade, expressa no “Guia do Programa Nacional do Livro Didático”. As professorasparticipantes da pesquisa fizeram usos de livros didáticos com colocações mais altas na classificaçãodo Guia do PNLD, mas, posteriormente, os substituíram por livros com baixas classificações. A partirdesse fato, a autora investigou as apropriações que as professoras fazem das propostas pedagógicasvalorizadas no guia. Além de entrevistar as professoras, analisou os livros que receberam as mais altase as mais baixas classificações. A autora observou que destoam da opinião dos professores asperspectivas sobre o que é um bom livro didático no campo da burocracia editorial e governamental(incluindo a universidade, que presta serviços para o governo). Ou seja, o que é um bom livro para aescola não coincide com o que é um bom livro didático para o governo e as universidades.Frade (2004) investigou os aspectos pedagógicos envolvidos na escolha dos livros didáticos dealfabetização a partir de visitas a duas escolas públicas de Belo Horizonte, uma da rede estadual eoutra da rede municipal. As visitas foram realizadas durante o ano de 2001 e compreenderamobservações, aplicação de questionários e entrevistas com diretores, coordenadores e todos osprofessores envolvidos na escolha do livro de alfabetização no PNLD 2000/2001. A escola da redemunicipal apresentou a particularidade de ter escolhido um livro altamente recomendado no Guia doPNLD de 1998 e mudar a opção para um livro menos indicado no PNLD de 2001. O trabalho buscoudesvendar os discursos dos professores sobre o que pode ser um livro de alfabetização e os motivos deterem escolhido um livro menos recomendado no PNLD de 2001. A autora pôde observar que aprincipal motivação da escolha foi a necessidade que os professores sentiram de dispor de um livrodidático específico para ensinar a ler, e não apenas para ser naturalmente lido. Com isso, concluiu queos professores necessitam livros destinados ao ensino das propriedades do sistema de escrita, incluindoas relações entre as sonoridades e as representações escritas. Outra conclusão foi que o livro didático,na avaliação dos professores, deve permitir que o aluno o maneje de modo mais autônomo, o quefacilita a organização em turmas heterogêneas.5 CONSIDERAÇÕES FINAISAs pesquisas aqui analisadas apontam que os livros didáticos não determinam totalmente aspráticas docentes. Os professores transformam os livros didáticos a partir dos usos que deles fazem.Estes usos, por sua vez, são distintos. Por um lado, há uma série de pesquisas apontando para apermanência de cartilhas no ensino da leitura e da escrita, a despeito de a escola ter acesso a livrosconstituídos em perspectivas mais interacionistas. Por outro lado, outras pesquisas, como as deMacedo, Mortimer e Green (2004) e Coutinho (2004), mostram professores fazendo usos não linearesdo livro didático e trabalhando a partir de uma perspectiva mais interativa.O estado da arte aqui apresentado serviu de embasamento para a tese de doutorado destaautora (ANDRÉ, 2011). Nesta tese, foram observadas as aulas de duas professoras, de uma mesmaescola, que fizeram uso de um livro didático distribuído não pelo PNLD, mas pela prefeituramunicipal de Foz do Iguaçu. O livro, intitulado “Alfabetização: método fônico”, escrito por Capovillae Capovilla (2007), semelhante a uma cartilha de alfabetização, trazia exercícios para ensinar a ler eescrever a partir de atividades de montar e desmontar palavras, tais como: completar palavras comletras, juntar sílabas para formar palavras, completar palavras com famílias silábicas, formar pequenasfrases. O livro trazia uma série de sugestões de atividades orais visando o desenvolvimento daconsciência fonológica, entendida como a consciência dos sons que formam as palavras. Foiobservado que, mesmo fazendo usos do mesmo livro didático do início ao fim, as professorasapresentaram práticas bastante distintas.409

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